segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

TEMPO DE TRANSFORMAÇÃO

Como é que se sai de duas derrotas contra selecções universitárias - mesmo que sejam as francesa e inglesa - e se vai ganhar á Roménia? É possível a transformação?

Em primeiro lugar, se pretendemos a transformação temos que acreditar que ela é possível. E para que o seja, são necessários dados que permitam a transformação. E quais são? Antes do mais os jogos realizados e a sua análise: que erros foram cometidos, porque o foram e como evitá-los, como não os repetir. Perceber assim porque estivemos abaixo do nível devido nos alinhamentos, porque tivemos comportamentos erráticos na formação ordenada ou, ainda, porque fomos pouco eficazes na utilização das bolas conquistadas, é a chave para transformar a equipa no prazo desta semana. E chega?

Não, claro que não. Mas pode transformar a atitude, o espírito colectivo e a forma de jogar. E principalmente mostrar o caminho, mostrando o que não se pode fazer, para aqueles que irão formar o XV de Portugal no próximo sábado. E que não serão todos os mesmos que foram derrotados. No próximo sábado, irão juntar-se a alguns dos jogadores que jogam o nosso campeonato, os jogadores portugueses que jogam em França e em Inglaterra, habituados, como é óbvio esperar, a um outro ritmo e com uma atitude diferente na forma de encarar os jogos. O que, aumentando a confiança e motivando a procura em troca da espera, poderá fazer toda a diferença.

O que, aliás, terá que fazer toda a diferença se queremos garantir o apuramento para o Mundial de 2015: vencer todos os jogos em casa é essencial para uma oportunidade de apuramento directo. O que significa que teremos de saber impôr as nossas capacidades, os nossos pontos fortes. Impondo mais, muito mais, do que esperando que a sorte dos deuses nos sorria.

De França, com o excelente Bardy à cabeça, chegam jogadores habituados ao grande combate que é o jogo de rugby. Jogadores tacticamente conhecedores da vantagem da conquista de centímetros de terreno, do jogar em cima da linha de vantagem. O que pode transformar tudo e garantir uma equipa diferente, mais eficaz, mais conquistadora e, por fim, ganhadora.

Os romenos não são pera doce. Fisicamente bem constituídos estão a procurar jogar um rugby diferente do choque, do combate directo. O que significa que saíram da zona de conforto que a sua cultura rugbística produziu quase desde sempre. Situação que pode ser uma arma a explorar se conseguirmos exercer a pressão desejável, retirando-lhes confiança, minando-lhes a crença e obrigando-os a recorrer a esteriotipados planos B ou C que já não reconhecem. Mas que estão lá, no seu genes rugbístico, como casa segura de recurso. Embora ineficaz.

A chave está na nossa mão. Na nossa atitude. Na forma como nos apresentarmos para o combate. De sermos um todo de antes quebrar que torcer. Os romenos serão adversários difíceis mas não imbatíveis.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

JOGO DE MOVIMENTO

O jogo com o quinze da Universidade francesa se teve o desagradável da derrota portuguesa, teve o mérito de nos mostrar a qualidade da representação do “rugby de movimento”. O que para os mais interessados no desenvolvimento e treino do rugby foi uma boa oportunidade para retirar algumas lições que poderão ajudar na compreensão e ensino do método.

Sendo o modelo de jogo que melhor pode servir as características do jogador português, o jogo deu uma excelente perspectiva das suas possibilidades e potencialidades.

Mesmo sabendo que se tratam de jogadores de alguns melhores clubes franceses – o excelente abertura joga no Stade Toulousain - a selecção francesa surpreendeu pela maturidade demonstrada no domínio das componentes que permitem o “jogo de movimento”.

Começaram por surpreender no elevado nível de cultura táctico demonstrado. O que, desde logo permite a adaptabilidade necessária à continuidade eficaz do movimento – notou-se, por mais de uma vez, a capacidade de ler as tentativas portuguesas de surpreender – os alinhamentos, com “contras” muito eficazes, foram um bom exemplo disso.

Se os jogadores correspondiam com linhas de corrida eficazmente adaptadas ao movimento da bola quer em ataque, quer em defesa, mostraram sempre um capacidade de passe que tinha a velocidade adequada ao comprimento pretendido, permitindo algumas vezes a intercepção atacante – à semelhança de passes tensos do voleibol – do jogador que percebia ser o melhor colocado para atacar o espaço. E aqui uma outra lição a reter: a capacidade de atacar intervalos, procurando – e fazendo-o por diversas vezes – manter a bola viva através de passes heterodoxos mas adaptados às circunstâncias. Ou a capacidade de jogar em cima da linha-de-vantagem, passo primeiro para a eficácia do movimento. Houve de tudo a possibilitar momentos atacantes muito interessantes: passes antes do contacto, passes-em-carga, passes do chão, passes antes da defesa, passes dentro da defesa. Só possíveis aliás pela qualidade do apoio suportado em linhas de corrida em permanente adaptação ao movimento da bola e dos adversários. E nada desta capacidade pôs em causa a sua eficácia defensiva - por se atacar bem não significa que se defenda mal...

Seria interessante que os treinadores portugueses, evitando a armadilha do desconhecimento da língua, olhassem para a escola francesa do movimento de forma mais atenta. E ensinassem as suas bases técnicas, os seus fundamentos tácticos essenciais, a sua estratégia global, esse conjunto de instrumentos de estar de encarar e de utilizar o jogo de rugby, aos seus jogadores. Ganharíamos todos com isso num rugby mais interessante e, simultaneamente, mais eficaz

sábado, 12 de janeiro de 2013

O NOVO E O VELHO

"Como as defesas sobem cada vez mais depressa e como é preciso jogar cada vez mais próximo da linha de vantagem, temos que diminuir ao máximo o tempo em que temos a bola nas mãos. O passe torpedo (spin pass; passe vissée) é longo e muito preciso mas também leva mais tempo a efectuá-lo que um passe com os pulsos uma vez que obriga a colocar bem a bola nas mãos e a um "armar" minimo de braços. O passe clássico permitindo utilizar apenas os ante-braços, os cotovelos e os pulsos, permite ganhar um precioso tempo na transmissão o que permite jogar mais próximo da linha de vantagem."
Joe Schmidt, treinador do Leinster 

"Transportar a bola à sua frente, a meio do tronco, na ponta dos dedos, é parecido com o olhar da serpente: permite hipnotizar o adversário.", Philippe Rougé-Thomas responsável pela formação no Stade Toulousain
O novo e o velho, o de sempre, adaptando-se às circunstâncias e transformando as possibilidades da eficácia do jogo. E a não esquecer: no rugby há resposta para tudo excepto para a velocidade! A velocidade de disponibilizar a bola, a velocidade de passe, a velocidade da recepção, a velocidade de recolocação, fazem a diferença, definem a eficácia.

domingo, 6 de janeiro de 2013

CDUL CAMPEÃO IBÉRICO

O CDUL é Campeão Ibérico 2013 ao vencer, em Valladolid, o campeão espanhol VRAC Queso Entrepinares por 24-13 num jogo que me dizem ter sido de grande qualidade e com excelente combate. Com esta vitória o rugby português inicia um ano internacional muito difícil - manutenção no World Series como prioridade (mesmo havendo um Mundial em Junho) para a variante de Sevens e necessidade de garantir um dos três primeiros lugares na primeira volta do apuramento para o Mundial de 2015, colocando-se assim dentro da discussão do apuramento directo final - da melhor maneira.

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