sábado, 18 de fevereiro de 2017

PORTUGAL É FAVORITO

Previsão: vitória de Portugal por 16 pontos de diferença

De acordo com o passado de cada equipa - uma, Portugal, vinda do European Championship (II divisão) e outra, Polónia, vinda da III divisão - com posições distintas no ranking da World Rugby - Portugal, 25º classificado e a Polónia no 32º lugar - a selecção portuguesa, para mais jogando em casa, apresenta-se como favorita e a análise da diferença da pontuação no ranking permite prevêr uma vitória por 16 pontos de diferença.
Mas será mesmo assim? Será que a história - onde se baseia a diferença de pontuação entre as duas equipas - irá prevalecer sobre a realidade?
De facto Portugal tem uma vantagem para além do hábito competitivo internacional mais elevado: tem, mesmo que competitivamente desequilibrado, um campeonato que tem tido o seu normal desenrolar enquanto que os polacos têm deparado com mau estado do tempo, o que lhes tem dificultado jogos e treinos. Ou seja, os portugueses têm, de momento, mais hábitos competitivos do que os polacos. E isso pode pesar na eficácia das oportunidades com que se deparem.
Para que possa vencer, a selecção portuguesa necessita de ter a inteligência colectiva para ultrapassar o maior poder, pelo menos estático, que a selecção polaca demonstra - veja-se o quadro do Índice da Compacticidade. Se o equilíbrio na capacidade de choque, vulgo colisões, parece existir no 1/2 campo, já no bloco de avançados a diferença favorável aos polacos parece evidente. Com um cinco-da frente português com menos 54 quilos de peso do que os polacos, a tarefa nas formações ordenadas será exigente e desgastante.
Principalmente se tivermos em atenção que o total do bloco de avançados polaco conta com o peso de mais um homem (92 quilos) - ou seja e simplificando: Portugal jogará um 8 contra 9 em cada formação ordenada. O que para além de constituir um enorme desgaste para os portugueses, poderá ainda e se houver qualquer quebra de concentração, tornar-se num foco de faltas para proveito do bom chutador que Piotrowicz Wojciech é - 17 pontos contra a Ucrânia. Para contrariar esta vantagem não resta mais aos avançados portugueses do que usarem o melhor da sua capacidade técnica com grande concentração colectiva em cada formação ordenada - e nas bolas de introdução portuguesa uma adequada sincronização será meio caminho andado para uma boa utilização da bola.
Analisando a compacticidade - gramas por centímetro da altura, correspondendo à capacidade física e traduzível na capacidade de choque - das duas equipas pode ver-se, para além do equilíbrio dos dois 1/2 campo, que no bloco avançado existem áreas críticas quer na 1ª linha - 316 contra 362 kg para alturas idênticas - quer no 5-de-trás - 508 contra 554 kg - com influência em qualquer maul pós-alinhamento próximo da área de validação portuguesa e a que acrescerá o recurso ao pilar direito de brutais 140 kg. No entanto o facto de Portugal poder contar nas suas fileiras com o mais alto jogador do alinhamento - Gonçalo Uva, 201 centímetros - pode permitir uma atitude pró-activa que contrarie a conquista polaca.
Para ganhar o jogo, Portugal terá de jogar, para além de uma demonstração de coesão e espírito de colectivo de combate - possível com o conhecimento mútuo dos jogadores em campo e por a equipa ser constituída por 11 jogadores que se dividem por duas equipas - com base na evasão, evitando colisões e atacando a linha de vantagem com linhas de corrida capazes de prenderem os defensores adversários e impedi-los de se desdobrarem defensivamente. Para que isto seja possível será necessário garantir muita rapidez - pensando um tempo antes no "o que fazer?" - na libertação da bola nas fases das formações expontâneas de jogo no chão. O que implicará uma predisposição dos médios para fluir o jogo.
Deve no entanto lembrar-se que, tendo ambas as equipas uma vitória no actual Trophy, a equipa polaca apresenta uma percentagem de 100% na partilha de pontos marcados enquanto Portugal atingiu os 76% - no total das três vitórias conseguidas no passado trimestre, a equipa portuguesa apresenta uma partilha de pontos marcados de 61% o que, mostrando dificuldades na tradução em pontos de algumas das vantagens conseguidas, demonstra maiores vulnerabilidades defensivas do que a Polónia. 
Dado o facto das dificuldades polacas para - ao que se sabe de ouvir dizer - garantir um ritmo de jogo adequado à participação internacional, o recurso a uma intensidade elevada por parte dos portugueses - procurando, em termos de resultado, abrigar-nos de difíceis vinte minutos finais - pode ser o trunfo que faça a diferença final num jogo de grande sacrifício individual e colectivo mas que, para as pretensões portuguesas de abrir caminho para o Mundial 2019, só pode terminar em vitória portuguesa.


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