domingo, 17 de setembro de 2017

57-0 COM 8 ENSAIOS!!!

Porque são os All-Blacks a melhor equipa de rugby do mundo?
Porque têm uma superior cultura do jogo! Sabem, colectivamente, reconhecer as oportunidades e tomar, colectiva e individualmente, as decisões adequadas à situação e são capazes de recorrer, sem atrasos, à ferramenta que melhor soluciona o problema que enfrentam.
Cultura táctica e domínio técnico são as qualidades-chave - aprendidas desde o início da sua formação - que permitem aos neozelandeses desequilibrar qualquer jogo e tirar o máximo partido de erros ou falhas - provocados ou não - do adversário. Altura em que, qual matilha, se lançam sobre a presa mostrando o "instinto de predador" necessário à conquista desportiva.

Nesta "barrela" imposta aos sul-africanos, os All-Blacks ultrapassaram, mais uma vez, as médias de 2010-16 em jogos do 1º escalão reunidas pela The Economist, com 11 rupturas, 550 metros percorridos, perdendo apenas um lançamento nos seus 14 alinhamento, conquistando 5 ao adversário e não perdendo qualquer introdução própria nas 7 formações-ordenadas mas conquistando 4 aos sul-africanos. Demonstrando uma óptima capacidade defensiva de 82% com 102 placagens efectivas, os neozelandeses não sofreram quaisquer pontos - e os sul-africanos apenas se podem queixar de um falhanço brutal do seu chutador no início do jogo... porque quanto ao resto - bolas perdidas ou passes errados - teve na pressão neozelandesa a principal responsável para o que a capacidade física e o nível técnico sul-africano não tiveram solução.
O que é espantoso nestes All-Blacks é a sua preocupação constante e contínua de superação - deles próprios, da sua equipa e do adversário. Nunca abrandam e têm no rolo compressor a melhor imagem da sua acção. Facto que os torna muito difícil de derrotar.
Os seus princípios são simples, são os de sempre: atacar sempre, apoio, continuidade e pressão. E chegam lá considerando que a posse da bola tem um claro objectivo - marcar ensaios! - e um propósito permanente - ultrapassar a linha de vantagem para garantir a superioridade numérica e o aumento do espaço livre de defensores. O que, para além da necessária cultura táctica , exige um desenvolvido treino de passar e receber a bola. Coisa que procuram desde a iniciação 
Dadas as características dos jogadores portugueses há anos que me interrogo do porquê de não recorrermos aos conceitos neozelandeses da iniciação/formação para os adaptarmos ao ensino dos nossos jogadores, deixando de lado a actual escola francesa - que apenas deve voltar à nossa atenção quando houver claro retorno ao french flair - e as formas inglesas que se destinam a jogadores com outro perfil morfológico senão cultural. Procurar imitar os neozelandeses na técnica de passe e recepção, na leitura do jogo ou nas relações colectivas independentemente dos sectores de organização da equipa a que pertencem, poderia fornecer trunfos às equipas portuguesas nas suas disputas com adversários do nível com o qual nos pretendemos confrontar.
Ou seja e como diz Eddie Jones, transformar desvantagens em vantagens.

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