segunda-feira, 29 de abril de 2013

BARDY: HOMEM DO JOGO

O nosso Julien de Sousa Bardy - Que Guerreiro! - foi considerado o homem do jogo na 1/2 final da Heineken Cup entre Clermont e Munster. E o que ele jogou...
Aqui fica a nota, a propósito, publicada no Midol (Midi Olympique) de hoje, segunda-feira 29 de Abril.

Midi Olympique, 29/04/2013, Julien Bardy, Quel Guerrier!

DIREITO (DE)NOVO CAMPEÃO

O Grupo Desportivo de Direito é o novo - e de novo - campeão de Rugby de Portugal. Vencendo, com todo o mérito, o CDUL na final do campeonato, Direito conquistou o seu nono título.

A vitória de Direito é incontestável, fez o que se exige numa final: ganhar! Ao contrário do CDUL, adaptou-se ás circunstâncias: ás próprias da constituição da equipa e às das condições do vento. Dir-se-à que o Direito, equipa experiente e conhecedora, fez o que tinha a fazer, usando as suas armas. E fê-lo com determinação - a mesma determinação com que tinha vencido o Belenenses - e demonstração objectiva de vontade de ganhar: disponibilidade para a luta - foram excelentes no chão ora conquistando, ora atrasando o tempo de saida das bolas adversárias e arruinando assim qualquer tentativa de jogo eficaz das linhas atrasadas adversárias; mantiveram a preocupação em jogar penetrante no pequeno perímetro, possibiltando assim o apoio permanente dos mais experientes; impuseram um jogo defensivo suficientemente agressivo para cortar a eventual fluidez adversária; usaram os seus pontos fortes - como foi o caso do aproveitamento da mobilidade de Adérito sempre que foi necessário variar o jogo para penetrante ao largo - ou de manter, apostando na experiência dos "velhos", uma permanente pressão nas fases ordenadas de conquista, perturbando ou mesmo roubando bolas. E mostrou-se capaz ainda - para não falar na demonstração de Pedro Leal e a sua totalidade dos pontos da equipa - de tirar o melhor partido - com o experiente Malheiro - do vento pelas costas, conquistando o necessário terreno para se libertar da pressão e colocar o adversário em dificuldades.

O CDUL não foi capaz, durante a primeira-parte, de utilizar o vento pelas costas e no restante mostrou as mesmas dificuldades de que já tinha deixado indícios no seu jogo da meia-final contra Agronomia: dificuldades no jogo no chão, lentidão na libertação da bola, permitindo a reorganização defensiva adversária e, provavelmente mal maior, uma postura defensiva pouco eficaz no impacto, permitindo ao portador da bola entrar na placagem, avançando e mantendo a fluidez da continuidade dos encadeamentos. Incapaz de cortar a corrente ao adversário terá ainda caído na armadilha do pequeno perímetro, espaço táctico de eleição dos adversários, sem encontrar formas de a contrariar. E assim, impossibilitado de criar tempos fortes eficazes, o CDUL viu-se constrangido a correr atrás do resultado, acrescentando ainda mais pressão à pressão que a decisão do título já impunha.

No fundo, pode dizer-se, as duas equipas puseram em campo as capacidades - nas suas qualidades e defeitos - que já haviam mostrado nas meias-finais.

Apesar de alguns momentos de emoção, este jogo da final não foi um grande jogo. E para o perceber basta pensar no número de bolas que cada equipa conquistou e teve à sua disposição e as dificuldades mostradas na ultrapassagem das linhas defensivas ou de jogar-entre-linhas. Por falta de variedade ou capacidade de leitura, os ataques mostraram-se incapazes de vencer as defesas e o sal do jogo ficou-se num ensaio de oportunidade (de Pipoca, pois claro!). Pouco para as expectativas de ver as duas melhores equipas portuguesas.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

INVULGAR

"O rugby é um jogo invulgar, o carácter derrota o talento em qualquer momento." Andries Strauss, capitão dos Shouthern Kings depois do jogo contra os Brumbies no Super 15.

É o resultado do rugby ser um desporto colectivo de combate.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

JOGO-AO-PÉ

O jogo-ao-pé é um instrumento de grande importância no jogo de rugby: permite controlar território, conquistar terreno, fazer passes para a frente ou, quando a pressão aperta, aliviar colocando a bola fora do campo. Faz parte dos meios que permitem a alternância do jogo e assim adaptar a utilização da bola ao posicionamento das linhas do adversário. Em qualquer das situações o pontapeador necessita de precisão, distância e capacidade de leitura da geografia do terreno de jogo.

Um pontapé mal dado pode significar um contra-ataque bem sucedido ou um alinhamento resolvido com um penalty-maul que só pára depois de ensaio. Um pontapé bem dado, para o espaço vazio, obrigando os defensores adversários a moverem-se para tentar captar a bola, é uma excelente arma de ataque.

Atribuído pela tradição ao abertura galês, Barry John, a fórmula mágica do bom pontapé traduz-se naquele que "obriga o adversário a mostrar o número que tráz nas costas". De facto, obrigar o adversário a virar-se e a deixar de controlar directamente os movimentos dos perseguidores da bola, constitui um enorme aumento de pressão que pode traduzir-se em vantagens concretas. Mas nem sempre este tipo de pontapé é possível e há que retirar da bagageira outras formas, seguindo a regra de ouro: colocar a bola num espaço vazio e onde seja mais fácil aos perseguidores chegarem ao ponto de captação do que aos defensores. Ou seja, um pontapé só é para "deitar fora" quando o risco de o não fazer for superior a manter a bola dentro do campo. Fora isso o jogo ao pé é uma arma de ataque. O que exige capacidade de leitura, de decisão táctica e técnica suficiente para a sua boa execução.

Uma equipa precisa, para além de dois a três jogadores capazes de eficácia nos pontapés aos postes, de jogadores das linhas atrasadas com capacidade de utilizar os pés. Nem todos, ao contrário do que se exige a um abertura ou formação (um primeiro-centro capaz na matéria também ajuda muito), necessitam de ser barras na matéria mas precisam de ter um mínimo de capacidade e consistência no jogo-ao-pé. Balão, rasteiro, ressalto, curto, comprido, alto, tenso, seja qual a variedade escolhida, deve estar de acordo com o posicionamento e movimento dos adversários e com as capacidades de cada um. A decisão da escolha da forma exige compreensão da situação e de análise das hipóteses de êxito. E de confiança prática.

Para que estes jogadores possam utilizar o jogo-ao-pé com confiança é preciso treino. Muito treino. Que deve começar pelo conhecimento do comprimento de pontapé de cada um. A regra é simples: um pontapé, seja qual for a situação, nunca consegue ser mais longo do que o seu maior comprimento demonstrado - elementar meu caro Watson - e a sua eficácia (sair ou não sair, atingir ou não o espaço vazio) depende do ângulo utilizado.

Uma boa forma de treino para o controlo e domínio do pontapé é fazer como fazem os golfistas no driving-range: chutar de um determinado ponto para perceber o comprimento do pontapé das diferentes formas (ver figura). E será então esse ponto que tomaremos mentalmente como centro de um círculo que tem por raio o comprimento máximo do pontapé que, definindo a sua capacidade útil, nos mostra como o poderemos utilizar em jogo. O domínio visual da relação desta capacidade com a geografia do terreno de jogo fará a diferença entre a decisão eficaz e o desperdício. Ou mesmo entre a eficácia e a nulidade.

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