sábado, 13 de setembro de 2025
FIM-DE-SEMANA “DENTRO” DA TV
terça-feira, 9 de setembro de 2025
MUNDIAL COM BOAS PERSPECTIVAS
Também jogos muito interessantes com movimento, jogo de passes, defesas bem estruturadas e vitórias evidentes. Mas quem perdeu, mostrou-se, pesem embora os ensaios sofridos, conhecedor dos princípios do jogo.
E os jogos Inglaterra-Austrália, Nova Zelândia-Irlanda — a demonstração técnico-táctica das Black-Fernes foi qualquer coisa…— e França-África do Sul foram bem interessantes em demonstrações de muito conhecimento táctico e boas combinações que se faziam manobras para ultrapassar defesas. Belos espectáculos.
Pelo que se viu neste final de Grupos, os quartos-de-final podem mostrar-nos jogos de grande competitividade e sem vencedor previsível. Os jogos serão:
- Nova Zelândia (3º) - África do Sul (10º)
- Canadá (2º) - Austrália (7º)
- França (4º) - Irlanda (5º)
- Inglaterra (1º) - Escócia (6º)
Carolina Torres, árbitra e jogadora internacional
Maria Teixeira, jogadora internacional
Marta Pedro, jogadora internacional
Cátia João, jogadora internacional
Matilde Góis, jogadora internacional
Maria Branco, jogadora internacional
Luana Romão, jogadora internacional
Mariana Onório, jogadora internacional
CHAMPIONSHIP ENSINA
sábado, 6 de setembro de 2025
ATÉ SEMPRE, TONI
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Itália, 0- Portugal, 0 - Padova, Fevereiro 1972 |
Caríssimo Toni
Nós, Rugby Português, devemos-te muito. Como companheiros, sempre a poder contar contigo no apoio ou na ajuda dos corpo-a-corpo para a conquista da bola ou de terreno. Como adversários, a contar com a tua lealdade e com a oposição que dignificava todo o resultado fosse ele qual fosse. Como treinador a ensinar os Valores e os Princípios nesta particular forma de entender o mundo que é o nosso Rugby para continuar na correcção dos erros e a ensinar as adaptações necessárias para que os gestos técnicos se mostrassem eficazes na táctica decidida.
Depois como dirigente, organizando o sistema de forma a que a eficácia fosse um resultado óbvio. Eficácia na melhoria competitiva e no desenvolvimento e ampliação. Muito no Centro tem a tua imagem por cima a lembrar a tua obra.
Felizmente todas essas capacidades foram-te reconhecidas com a atribuição de distinções como Medalha de Mérito do Comité Olímpico de Portugal, Medalha de Serviços Distintos da FPR a que se juntam as distinções da AAC e da Cidade da Câmara Municipal de Coimbra. E a garantia que te podemos dar é que não te esqueceremos. Na memória de cada um de nós com especial incidência nos que pertencem/ceram à tua Académica, manteremos viva a tua vida.
Obrigado Toni! Até sempre!
Abraço oval.
António Cabral Fernandes (Toni) 1944/2015
sexta-feira, 5 de setembro de 2025
INTERNACIONAIS DE FIM-DE-SEMANA
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O jogo Nova Zelândia - África do Sul realiza-se no “santuário” neozelandês de Eden Park onde os All-Blacks não são derrotados desde 1994 - derrota contra a França por 23-20 |
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Uruguai e Estados Unidos serão adversários de Portugal na próxima janela internacional de Novembro |
quinta-feira, 4 de setembro de 2025
CANAL ABERTO
O Rugby da Irlanda decidiu que o Seis Nações 2026 será televisionado em canal aberto. Sorte dos irlandeses e que nós já tivemos.
Se para Portugal as transmissões televisivas permitiram mostrar um desporto que nos era desconhecido, provocando um interesse que permitiu consolidar a modalidade no país, para a Irlanda a transmissão em canal aberto será motivo de uma enorme festa e de enormes vantagens para clubes e mesmo pubs. Uma Festa!11
Dizemos em Portugal que, para a modalidade crescer, é preciso alargar a sua geografia. Que seria bem mais possível se os “grandes” jogos de rugby fossem transmitidos em sinal aberto. Como já o foram, repito! E falava-se de rugby nos transportes públicos, nos cafés, em todo o lado em que havia alguém que tivesse passado a tarde de sábado a ouvir o Cordeiro do Vale a “mostrar” a bola oval e o combate corpo-a-corpo da luta por cada metro de terreno. Bons tempos de que ficaram excelentes memórias.
segunda-feira, 1 de setembro de 2025
SÓ DÚVIDAS NOS USA E AUSTRÁLIA
- Canadá
sábado, 30 de agosto de 2025
sexta-feira, 29 de agosto de 2025
COMPARAÇÃO DE CAPACIDADES
RUGBY CHAMPIONSHIP 2025 - 2ª JORNADA
O NOSSO SAMUEL MARQUES
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Após a 1ª Jornada da actual PROD2 já atingiu os 1 518 pontos |
INGLATERRA MOSTRA-SE CANDIDATA
Sem problemas de maior a Inglaterra mostrou a sua superioridade e a como pode pretender atingir o título final.
Na sua estreia a Maria Heitor esteve bem e teve uma intervenção importante e correcta.
sexta-feira, 22 de agosto de 2025
ABERTURA MUNDIAL FEMININO
Jogando em casa e sendo a equipa que ocupa o 1º lugar do Ranking Mundial Feminino, a Inglaterra é a favorita deste jogo inaugural por números muito elevados — 51 pontos de diferença de acordo com a previsão. Vamos ver até onde resiste o “quinze feminino” dos os Estados Unidos…
… e, do lado de cá da televisão, apoiarmos a “nossa” Maria Heitor.
A Inglaterra fez o que se esperava, ganhando por enorme diferença de pontos. Mas curiosamente as estatísticas das duas equipas estão muito próximas — a USA tem 52% de POSSE e 49% de TERRITÓRIO e sofre 11 ensaios apesar de 88% de Sucesso nas Placagens (falhou 17 placagens contra 19 falhadas pelas inglesas) — com excepção das penalidades e das formações-ordenadas que tiveram uma vantagem de mais do dobro para as inglesas que fizeram uma demonstração de enorme domínio neste sector. É também de relembrar o muito importante papel das duas pilares — Botterman e Muir — na garantia da continuidade de movimento da equipa.
A demonstração de capacidade feita pela equipa inglesa para além de prometer jogos muito interessantes entre equipas equilibradas mostra a sua aposta para a vitória final. Este Mundial vai valer a pena ver porque as equipas vão mostrar interessantes capacidades e muito boa compreensão do jogo. A ver!
ENORME EXPECTATIVA
Nesta 2ª jornada do Rugby Championship 2025 se a África do Sul perder pela mesma diferença da 1ª jornada, descerá para o 6º lugar do ranking da World Rugby. O que seria um verdadeiro desastre para a equipa bi-campeã do Mundo e que entrou neste torneio colocada em 1º lugar do ranking. Daqui que este jogo neste sábado seja esperado com enorme expectativa: como irão os sul-africanos jogar? que alterações irão fazer ao seu jogo para impedir os australianos de serem tão eficazes como o foram no jogo anterior — 6 ensaios não se obtêm por acaso mas sim pelo controlo da rapidez de conquista da bola e do movimento das manobras que desequilibravam a defesa africana. Como vai ser? veremos…porque não basta ser favorito…
quinta-feira, 21 de agosto de 2025
MARIA HEITOR NA ABERTURA DO MUNDIAL FEMININO
terça-feira, 19 de agosto de 2025
GANHAR PELA EFICÁCIA
É curioso que com vantagem em praticamente todos os factores dos jogos, a África do Sul tenha sido incapaz de marcar qualquer ponto na 2ª parte e tenha perdido, depois de deter uma vantagem 17 pontos ao intervalo, por uma diferença final de 16 pontos.
segunda-feira, 18 de agosto de 2025
ALL-BLACKS EM PRIMEIRO NO RANKING
quinta-feira, 14 de agosto de 2025
1ª JORNADA QUATRO NAÇÔES
terça-feira, 5 de agosto de 2025
O TRÊS-ZERO FOI-SE
quinta-feira, 31 de julho de 2025
B&I LIONS VENCEM SÉRIES
Um excelente jogo este 2º teste que entregou as Séries, com duas vitórias ao “melhor de três”, aos B&I LIONS.
A Austrália não se mostrou capaz de, apesar do maior número de bolas para utilizar e do maior número de ultrapassagens da Linha de Vantagem, de romper a defesa dos Lions que com 140 placagens foi garantindo a vantagem de 2 ensaios com 5 marcados contra 3 sofridos.
E foi nesta diferença de ensaios que surgiram os “casos do jogo”.
No 1º ensaio dos Lions, o talonador britânico Dan Sheenam que, numa penalidade jogou rápido e atirou-se em mergulho para dentro da área de 22. Como não é permitido que o portador da bola salte por cima de um jogador para evitar uma placagem, as contestações australianas surgiram com o esquecimento que se existe a Lei 9.11 que não permite “pular por cima ou sobre um placador” também e para o caso em apreço, existe o Esclarecimento 3-2022 em referência à Lei 9. que determina que um jogador portador da bola pode “saltar” para a “área-de-ensaio” e marcar ensaio. Naturalmente e neste caso específico o jogador que vai no ar, pode ser placado.
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Sheenam, no ar, vai fazer um toque correcto, pressionando a bola no solo da “área-de-ensaio” |
O único galês, Jac Morgan, presente na equipa dos B&I Lions realizou, em cima do último minuto do jogo, a acção decisiva que garantiu a vitória britânica na Série. Morgan fez recuar o corpo do adversário, Tizzano, que se preparava para recuperar a bola que se encontrava no chão na sequência de uma placagem. Ao fazer recuar o adversário, Morgan permitiu a conquista da bola pela sua equipa que movimentando-a, permitiu ao defesa britânico Hugo Keenan marcar o ensaio que transformou o resultado de 24-26 para 29-26. E também aqui os australianos contestaram a validade do ensaio.
Nesta sua decisão, Piardi foi acompanhado pelos ex-árbitros internacionais Wayne Barnes na sua coluna do Daily Telegraph e Rob Debney no Sunday Times a que se veio juntar o Mestre Nigel Owen que considerou que a acção de Morgan foi “perfeita” e “clássica”.
E agora temos um jogo, no próximo sábado, que promete e que mais do que em outras alturas nenhuma das equipas quererá perder. E nós também não!
sexta-feira, 25 de julho de 2025
PRIMEIRO TESTE B&I LIONS
Na véspera do 2º Teste Austrália-B&I Lions olhemos para o quadro da Comparação de Capacidades demonstrada no 1º Teste.
Com quase o dobro das bolas disponíveis para utilizar, os australianos não conseguiram ser suficientemente eficazes na ultrapassagem da Linha de Vantagem e menos ainda nas Entradas de 22 conseguidas. Apesar de marcarem o mesmo número de ensaios (3) os australianos mostraram-se, perante a melhor defesa britânica — 90% de eficácia — incapazes de utilizarem eficazmente a sua enorme vantagem de bolas utilizáveis. E essa ineficácia é bem definida pelo baixo valor — 46% — obtido no Índice de Eficácia do Uso da Bola
Aliás, alguma coisa estranha se estaria a passar no mental colectivo da equipa que levou grandes nomes rugbísticos como Woodward (treinador campeão mundial da Inglaterra em 2003 e treinador dos B&I Lions de 2005) e o australiano Campese, que dispensa apresentações, a interrogarem-se sobre o que se teria passado na cabeça do capitão australiano, Harry Wilson, para terminar o jogo, aproveitando o vermelho do relógio, com um pontapé para fora num à-vontade perfeitamente deslocado, demostrando uma atitude de entrega com raríssimos — ou nulos — precedentes.
Dada a situação, o jogo de amanhã reune todas as condições para um grande combate — do lado dos australianos porque querem garantir ainda a possibilidade de vencer as séries, enquanto que os britânicos têm a oportunidade de vencer já as séries com um 2-0.
A ver, claro!
terça-feira, 22 de julho de 2025
NZELÂNDIA-FRANÇA. ANÁLISE
Com 180 bolas conquistadas e utilizáveis, os neozelandeses ultrapassaram a Linha de Vantagem por 120 vezes, entraram na área de 22 por 22 vezes e marcaram 4 ensaios, contra apenas 1 francês — que, aliás, não marcou um único ponto na 2ª parte.
É claro que em França a contrariedade é enorme — o que fomos lá fazer? que raio de equipa é esta? — mas houve coisas boas desta equipa muito jovem e inexperiente. Com a demonstração defensiva realizada e que impediu, em cima da linha, a marcação de 4 ensaios — como resultado de uma técnica treinada durante a semana pelo conjunto Edwards (defesa) e Servat (colisões) e que se baseava em placar tão alto quanto possível e em deixar-se empurrar para conseguir colocar o corpo entre a relva e a bola — luta greco-romana, dizem.
Diga-se também que, ao contrário dos que nos habituaram, os AllBlacks recorreram muito mais à colisão do que à manobra, facilitando a vida à previsão francesa que, assim, evitando os tais quatro ensaios e, apesar da derrota, tendo conseguido conquistar aos neozelandeses o Índice de Eficácia do Uso da Bola (IEUB). O que mostra que, apesar de tudo, esta equipa tem potencialidades e muitos destes jogadores estarão presentes no Mundial da Austrália.
segunda-feira, 21 de julho de 2025
SEM SURPRESAS
Os B&I Lions venceram a Austrália por 27-19 (3E,3T,2P/3E,2T) no primeiro jogo-teste da digressão quadrienal da equipa europeia. Num jogo com 342 placagens e 333 passes que permitiram 153 ultrapassagens da Linha de Vantagem e que vale a pena telever.
sexta-feira, 18 de julho de 2025
Para além destes jogos que encerram os Jogos-Teste de Julho 2025, haverá ainda o primeiro dos testes Autrália/B&I Lions. SportTV, 11h00 deste sábado, 19 de Julho. A não perder.
quinta-feira, 17 de julho de 2025
MUDEMOS OU ACABOU-SE
…depois é a má tradução prática de que foi exemplo este Portugal-Irlanda com a tradução do facto de a um já negativo 41% de posse da bola só ter correspondido 27% de ultrapassagens da linha de vantagem.
Já se percebeu que a nossa equipa teve uma prestação fraquíssima. Culpa dos Jogadores? Culpa do Treinador? Nem por isso! Culpa, fundamentalmente do sistema competitivo e organizativo em que estamos rugbísticamente inseridos com ainda o enorme defeito de assentar, dando-nos a ilusão de um nível de constância inexistente, numa errada leitura da qualidade dos resultados mundialistas.
Para se ganhar jogos de rugby, para além da conquista da bola, é preciso marcar pontos — o ataque, que é, como se diz, a melhor defesa, tem que se superiorizar! — mas para que o ganho seja efectivo, é necessário que a defesa se imponha. E Portugal não conseguiu fazer frente a qualquer das necessidades. Portugal conseguiu fazer 111 placagens das quais falhou 71 com um sucesso de 63%. Mas o pior problema terá sido a má distribuição por jogador: como é hábito, Nicolas Martins realizou — para além do ensaio — 16 placagens, distribuindo a sua acção por todo o campo — grande nº7!! — seguido de Diego Pinheiro com 13 e de Simão Bento com 8.. Mas nos centros houve apenas 5 placagens portuguesas contra 13 irlandeses…
A falta de hábito competitivo “desprovocada” pelo desequilibrado campeonato nacional não treina os jogadores para uma eficácia defensiva que se aproxime ao exigido no nível internacional. E é claro que com a capacidade de manobra dos grupos atacantes na aproximação à linha defensiva demonstrada pelos irlandeses, os jogadores portugueses quando chamados a defensores, mostraram-se incapazes de lhes fazer frente.
E é assim: se nós portugueses não alterarmos a forma como encarámos o exercício competitivo da modalidade — a que se tem que juntar uma alteração profunda da legislação sobre as federações desportivas — a amostra do futuro ficou dada no Jamor. Chama-se desastre!
Nota pós-tristeza pior) Dois aspectos que revelam a pouca importância dada a pormenores que valem pormaiores:1)o fraquíssimo contraste entre a cor das camisolas portuguesas (vermelho) e a cor (um pretencioso dourado) dos números identificativos dos jogadores impossibilitando um bom e necessário reconhecimento de cada um por parte dos espectadores; 2) quando ouvi nos altifalantes da organização que Nuno Sousa Guedes iria realizar a sua 50ª internacionalização, fiquei estarrecido. Porquê? Porque estaria longe da verdade (faria a sua 42ª) e eu próprio avisei, com o envio de uma lista correcta, à FPR — que confirmou, ao que dizem, com a World Rugby — que o dado estava errado. Então porquê os gritos iniciais de festejo? Felizmente desistiram a tempo de qualquer comemoração visível… No entanto, grave foi o esquecimento de uma uma palavra de saudade em homenagem ao Carlos Moita, antigo internacional (18 vezes), recém~falecido e figura reconhecida do Rugby.
Super boa nota) Boa nota do fim‑de‑semana foi a vitória de Gales sobre o Japão (31-22) e que terminou com a sequência de 18 derrotas consecutivas. No meio de tanta tristeza, um boa alegria!
terça-feira, 15 de julho de 2025
ASSIM NÃO VAMOS LÁ
E duvido porque muito pouco daquilo que se exige a uma equipa de alto-rendimento esteve presente ao longo dos últimos meses no Rugby português. Começando mesmo pela análise — que considero abusiva como já o afirmei por diversas vezes — dos resultados do Mundial que não foram, para os mais conhecedores, o que podem aparentar. Nem permitem a confiança, que diria serôdia, que parece ter-se instalado globalmente — porque a realidade é esta: o rugby português não equilibrou nem tem equilibrada a sua equipa representativa com as equipes que se movem no Tier 1 — e um ou outro resultado aceitável ou mesmo interessante devem ser analisados numa acertada perspectiva. E se olharmos para os resultados deste fim‑de‑semana da Espanha e da Bélgica que venceram os Estados Unidos e o Canadá (ambos fora), é bom também que nos preocupemos com o Tier 2.
Porque, sejamos realistas: o Desporto de Alto-Rendimento tem exigências de organização e rigor que envolvem bastantes mais aspectos do que o mero campo. Tudo tem que ser coeso, desde a envolvente até à equipa, com os objectivos de competitividade pretendidos. E, pelo contrário, o nosso campeonato nacional — que o algoritmo Noll-Scully mostra ser, no domínio competitivo, um dos piores, se não o pior, campeonato europeu na sua comparação com o dos nossos adversários directos — não tem a qualidade competitiva capaz. E assim não é possível dar aos nossos jogadores as capacidades necessárias que são exigíveis no elevado nível da competição internacional. Tão pouco treiná-los de forma adequada.
A juntar a este campeonato desequilibrado em que são raros os jogos em que não se adivinha antecipadamente o vencedor, existe um calendário desfasado da necessidade sequencial com intervalos que a existência de jogos internacionais não justifica necessariamente a obrigação de parar todos os outros — para o evitar basta inventar um outro tipo de competição que obrigue à actividade uma vez que os clubes, por si, não a conseguem garantir.
Com esta visão em que vale mais o interesse de cada um do que o interesse geral de desenvolvimento do rugby português, a capacidade técnico-táctica das equipas e dos seus jogadores tem, como se tem visto nos jogos internos, descido de forma evidente. Jogámos de acordo. com um modelo que não tem saída. E viu-se isso mesmo neste jogo contra a Irlanda.
Mostrando que nunca perceberam a estratégia que Nun’ Álvares Pereira estabeleceu para ganhar Atoleiros ou Aljubarrota com um “No combate, a manobra impõe-se à colisão.”, os jogadores portugueses continuam a insistir —levando a que a forma se repita pelas diversas categorias inferiores portuguesas — no passe para o jogador do meio de um trio — o losango está esquecido — que nada mais constrói do que uma colisão, entregando a vantagem àquele que, à partida; é o mais forte, deixando o factor decisivo da inteligência fora do campo. E o que faz (fez) a Irlanda? Aproximou-se sempre da linha defensiva adversária, realizando manobras colectivas que, desequilibrando a organização defensiva, criavam os espaços necessários para estabelecer as rupturas que levam à Área de Ensaio. Impondo a manobra à colisão…
Temos portanto que rever organização e métodos, estabelecendo a competitividade necessária aos níveis internacionais ou o Mundial da Austrália não vai ser uma alegria…
Nota pós-tristeza) Duas coisas boas que aconteceram durante o jogo Portugal-Irlanda: o responsável pelo quadro de marcação do resultado — mal a bola tinha tocado no solo, o marcador estava adaptado (e não faltaram momentos para o verificar…); como estávamos envolvidos por irlandeses, a cerveja a que tínhamos acesso na tribuna era a formidável Guiness.Estes dois aspectos, podem repetir-se no futuro— o resultado, NÃO!
quinta-feira, 10 de julho de 2025
JOGOS-TESTE 12/13 JULHO
Mas o mais importante será que a equipa portuguesa mostre capacidade de manobra — Nuno Álvares Pereira ensinou que “no combate, a manobra domina a colisão” — e neste combate que é o jogo de rugby, a regra deve ser a mesma, subordinada ao “comando do objectivo” cuja decisão resulta da visão e leitura da organização adversária que se apresenta na frente do portador da bola e que deve levar o apoio — quer seja o “losango”, o posicionamento “ao largo” para garantir a circulação da bola ou a preparação para perseguir os “pontapés de pressão” — a adaptar-se para garantir a continuidade do movimento e a exploração da vantagem. Mostrar que se consegue agir desta forma para ultrapassar a linha de vantagem será uma boa demonstração de qualidade evolutiva dos portugueses nesta oportunidade de jogar contra uma equipa de óbvio nível superior.
Nos outros jogos expostos — alguns deles com transmissão televisiva, incluindo os dos B&I Lions, pela SPORT TV — serão, como se pode ver pelas previsões, jogos muito cerrados e cujo final pode levar à troca de lugares no Ranking.
Enfim…fim‑de‑semana de sofá com ida ao Estádio Nacional.
Como notícia importante e motivo de orgulho para o Rugby português, o facto da Maria Heitor, tendo sido já o 1º Match Official português chamado a participar num Mundial de Rugby de XV, ser agora nomeada Árbitra Assistente para o Jogo de Abertura do Mundial Feminino 2025 que terá na sul-africana Aimee Barrett-Theron a árbitra principal e com a neo-zelandesa Natarsha Ganley como outra Assistente. Boa sorte e bons jogos, Maria Heitor!
terça-feira, 17 de junho de 2025
COM AMIZADE NA MEMÓRIA DE SEMPRE!
A pedido expresso da Beatriz, filha do nosso Carlos Moita, para esta ocasião da sua cerimónia fúnebre, vou repetir, com as adequações devidas à circunstância, a leitura do texto que então li na Homenagem que o CDUL lhe prestou em Novembro passado.
Falar sobre o Moita — era assim que lhe chamávamos — lembrando, nesta cerimónia fúnebre, a sua contribuição para o prestígio do nosso CDUL se é um momento que muito me honra é também, pela relação que tive com ele, um momento de grande emoção. E não posso deixar-me levar por ela porque não quero que sejam as minhas lágrimas que marquem esta despedida a um Amigo, a um grande companheiro de equipa com quem partilhei grandes momentos de conquista para o nosso Rugby do CDUL.
O Moita foi sempre um exemplo de carácter e simpatia — o meu filho Raul, que, miúdo, assistia a jogos e treinos dizia-me há dias: “Lembro-me muito bem do Moita — o pai a chutar a bola para cima dele para ele correr e fintá-lo. Foi sempre muito simpático comigo.”
Conheci o Moita no Rugby do CDUL. O Estádio Universitário era a nossa casa. E tivemos sempre uma óptima relação desde logo porque tínhamos uma base desportiva e de valores comum: embora ele tenha entrado no meu ano de saída, éramos ambos antigos-alunos do Colégio Militar. O companheirismo que nos marcava teve assim um início facilitado.
Internacional 18 vezes e com a particularidade de na sua 1ª internacionalização em 1974, estarmos os dois em campo com a mesma camisola para, em 1985 e na sua última internacionalização, estarmos também ambos empenhados e eu ser o seleccionador/treinador nacional da altura num círculo comum de relações e cumplicidades com muitos anos de jogos lado-a-lado a defender a camisola azul e a procurar os melhores resultados. E como nos entendíamos bem. Cúmplices mesmo!
Moita era um atleta de grande categoria - fisica, táctica e tecnicamente — e um marcador de ensaios terrível e acima do comum — bola entregue e o ensaio estava mais do que à vista. O que muito contribuiu para as nossas vitórias em jogos e campeonatos.
Mas, como todos os campeões, foi sempre um exemplo de grande humildade e nunca se vangloriou da sua categoria de super-herói. Teve sempre um enorme respeito pelo colectivo — a equipa estava sempre em primeiro lugar — sabendo muito bem que, por melhor que se seja individualmente, estamos sempre dependentes do rendimento do colectivo. Como prova do seu entendimento de que nenhum eu estava acima do nós, o facto de, depois de ter sido nomeado como o melhor marcador de ensaios do nosso CDUL e quando o Bernardo Marques Pinto se preparava para lhe entregar o prémio, dizer como generosamente o fez tantas vezes: “Metade desse prémio pertence ao Bessa — era ele que me passava a bola para eu marcar os ensaios.”
Eu, limitava-me a fazer o meu trabalho — bola recebida de outro companheiro, manobra necessária para criar espaço e passe para que o Moita pudesse, eficazmente. utilizar todos os seus enormes recursos e capacidades e, no mínimo, avançasse no terreno ou, no melhor, marcasse o procurado ensaio. O trabalho final era todo dele! Autêntico Campeão!!!
No Moita reconhecemos um bom carácter e sempre um amigo do seu amigo. De todas as vezes que nos encontrávamos, o tempo que nos separava do último encontro a que vidas diferentes nos tinham obrigado, nunca contava. Era como se estivessemos sempre juntos e a memória, para nós, não tivesse hiatos. Era a continuidade contínua da amizade.
Que os que agora envergam a camisola CDUL Rugby, que os que hoje aqui se encontram nesta cerimónia, tenham o exemplo do Moita, enquanto jogador e enquanto homem, como modelo e referência, contribuindo assim para que o CDUL o não esqueça nunca e para que o serem membros desta nossa equipa se possa traduzir numa dedicada aprendizagem de vida.
Viva o nosso CDUL Rugby que nos deu alma e coração para sermos melhores na nossa vida, garantindo que, em cada um de nós — na nossa memória individual e colectiva — o Carlos Moita viverá sempre!
Continuamos contigo, caríssimo Moita!
Saibámos honrar a tua memória!
SEMPRE!