quinta-feira, 28 de abril de 2011

FALA DOS ÁRBITROS

Na arbitragem em geral criou-se a moda do comando do árbitro na altura das faltas, principalmente no jogo no chão, numa absoluta sujeição ao mito da não perturbação do jogo e garantia do espectáculo. E tem-se assistido ao árbitro a avisar o faltoso – pedagogicamente pretende-se – para largar a falta a meio e deixar o jogo continuar. A vantagem é óbvia e o benefício também: do infractor. E o prejuízo, duplo, vai inteirinho para o não faltoso: perde a vantagem do desequilíbrio e perde a possibilidade de conquista de terreno. E assim temos podido assistir, conduzidos pela linguagem arbitral, à constante lentidão de rucks, ao consequente contínuo retorno da primeira forma e á cobertura da espertalhotice. E o jogo tornado uma chatice. E os árbitros a falar, a comandar o jogo, a proteger faltosos e a não garantir a equidade devida.

Finalmente a voz do chefe internacional dos árbitros, Paddy O’Brien, faz-se ouvir para clarificar a questão. Desenvolvendo o conceito da principal obrigação do árbitro ser a de garantir a equidade e a igualdade dos jogadores e das equipas perante as Leis do Jogo, O’Brien, afirma a necessidade dos árbitros não protegerem os faltosos: falta é falta e se o seu mal, para o desenvolvimento e continuidade do jogo, já está causado, o não faltoso não pode ser prejudicado por uma visão deslocada da arbitragem.

O conceito é simples e deve estar permanentemente presente na acção dos árbitros. Para falar, para ajudar à fluidez do jogo, o árbitro só deve – só pode – intervir no gesto dos jogadores ANTES da falta, nunca depois – aí a fala é o sopro do apito. Ou seja a intervenção falada do árbitro deve pautar-se pela regra: Não ponha as mãos na bola, sim; Tire as mãos!, não.

E o jogo melhorará. 

terça-feira, 26 de abril de 2011

RUGBY EM BRAGA

Há dias, organizado pelo clube Braga Rugby, realizou-se na cidade de Braga um torneio infantil - de sub-10 a sub-16 - com a participação de quatro equipas portuguesesas e outras quatro equipas galegas. Espera-se que a realização deste Torneio - pelo que mostra de vontade de implantação - possa vir a ser o início de um desejável, crescente e sustentável desenvolvimento da modalidade na cidade. Não podendo o desenvolvimento local da modalidade esperar o tempo de crescimento dos actuais participantes para poder apresentar uma equipa nas categorias superiores, espera-se que seja possível encontrar o motivo que possa ser o acelerador capaz de transformar uma vontade numa realidade. E aqui, em Braga, valerá a pena (ao contrário de outros locais que não apresentam as mesmas condições sócio-económicas) utilizar recursos disponíveis e acrescentar o necessário para garantir a eficácia do propósito.

Há mais de quarenta anos (não tenho o rigor da data presente) participei, ainda pelo CDUP e contra o CDUL, no primeiro jogo de rugby jogado em Braga. A contar para o Nacional de I Divisão de então, o jogo disputou-se no velho 28 de Maio - mais tarde, depois de Abril, 1º de Maio - e foi comentado (e organizado) pelo Xana Pinto de Magalhães que, de megafone em punho e para o público presente nas bancadas, tentava explicar as regras e o porquê daquele aparentemente estranho jogo. Não me lembro do resultado mas sei que perdemos e que quem treinava a nossa equipa era Valdemar Caetano que, embora já falecido, continua rugbisticamente como importante e muito querida memória do ensino e desenvolvimento do Rugby no Porto. 

Infelizmente,  desse jogo, não ficou memória suficiente para que a modalidade crescesse na cidade. Veremos se é desta.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

BOA PÁSCOA

Primeiras experiências de desenho no iPAD

domingo, 17 de abril de 2011

IGNORÂNCIA OU INCÚRIA?

Porque foram marcados para o mesmo dia - e em locais diferentes - a Final da Taça de Portugal de seniores e a final da segunda prova mais importante dos campeonatos internos: o Campeonato Sub-21?

Para que se ignore a existência do que mostra profundidade e dará futuro à modalidade? Porque se entende não terem qualquer importância? Para que público e potenciais patrocinadores não saibam nada do que se passa? Para que tudo se mantenha nos inner circles habituais e assim seja garantida a continuidade do status quo?

Por faltas de datas disponíveis no calendário não terá, com certeza, sido...

CDUL CAMPEÃO SUB-21

O CDUL é campeão nacional de sub-21. Vencendo com mérito a Agronomia por 24-8 – podia ter sido uma maior diferença de pontos – o CDUL termina a época com dezasseis vitórias em dezasseis jogos: um belo resultado de época. Acentuando a certeza da sustentabilidade desportiva do clube e que os resultados de quase do primeiro XV irão subir de qualidade – três ou quatro jogadores desta equipa preparam-se para fazer carreira no rugby português - este resultado perspectiva bem a continuidade do rugby do CDUL no topo nacional. 
                            Numa demonstração da consideração devida aos adeptos a Taça de Campeão foi entregue com os jogadores 
finalistas virados para a parede - o público de adeptos ficou esquecido do outro lado do campo.
foto de telemóvel

A final sénior da Taça de Portugal foi um jogo - com excepção dos primeiros 8/10 minutos - fraco, entediante e próprio de final de época (parecia fim de Junho). Sem ritmo, sem audácia, sem capacidade para contornar ou resolver os problemas do jogo, a Taça foi ganha pela Agronomia (24-12) que mereceu a vitória, sendo dos dois o menos mau: defendeu bem e aproveitou o que havia a aproveitar. A arbitragem situou-se no mesmo nível do jogo: fraca e com bastantes erros – erros tão graves e com influência no resultado como os erros graves e com influência no resultado dos jogadores na incapacidade de negociar elementares 4 contra 2 ou 3 contra 1 ou de evitar o número exagerado de faltas cometidas a levar ao recuo no território conquistado. Para final de época precoce, não deixa saudades.
E agora? Só via televisão e do outro lado do mar...

sábado, 16 de abril de 2011

O QUE TORTO NASCE...

A época começou cedo demais, o Campeonato acabou em Janeiro e hoje, meio de Abril, é a final da Taça (Direito-Agronomia). Em Junho haverá nova janela internacional, a Taça das Nações com a Geórgia, Roménia, Rússia e equipas da Argentina e África do Sul. No intervalo, Sevens.

Época curta e, provavelmente, pouco adequada às pretensões. E fazendo pensar num mau início da próxima…  

quarta-feira, 6 de abril de 2011

MAIS FUTURO

Crédito: site da Escolinha de Rugby da Galiza
No domingo passado a Escolinha de Rugby da Galiza ocupou – "Por um dia a Escolinha tem um campo” - o relvado artificial do Jamor. Um sonho realizado! como me diria a notável e feliz Maria Gaivão.

Durante todo o dia a Escolinha recebeu no seu campo os seus amigos rugbistas para um excelente convívio onde se viu o talento que vai suportar o futuro. E que, mais uma vez veio demonstrar como pode o desporto – e neste caso particular o rugby que tem, pelas suas características próprias, capacidades excelentes neste campo – contribuir para a inclusão social e abertura de horizontes.

Com a diferença de cor a estar presente apenas nas diferentes camisolas dos jogadores e com a demonstração do mérito imediatamente visível nas capacidades expostas ao serviço das equipas que representam, o desporto tem óptimas características para que o olhar sobre o outro seja feito no reconhecimento das suas qualidades próprias e não através de preconceitos artificialmente introduzidos. O rugby, com as exigências de trabalho colectivo, de disciplina, de desafio directo, de lealdade e solidariedade, constitui um espaço onde essas características podem atingir patamares que fazem da inclusão social uma realidade cívica.

No dia anterior, sábado, fui assistir à assinatura dos protocolos do programa do Contrato Local de Segurança de Loures e atrás de mim estavam os novos atletas lançados pelo Desperta no Desporto -  judocas, esgrimistas e, nomeadamente e representando todos os outros, duas raparigas e dois rapazes que jogam rugby. O programa está a crescer e são óbvias as suas vantagens e qualidades. O agrado dos participantes e das suas famílias também. 

Um fim-de-semana em cheio, de encher o peito. O que significa boas-notícias na área do compromisso social. Para continuar, espero! Com crise ou sem crise. 

sexta-feira, 1 de abril de 2011

EUROPEU DAS NAÇÕES 2010/11

No final do Torneio Europeu das Nações e apesar de ter ficado fora das promessas, Portugal ganhou – subiu um lugar no ranking e somou mais 0,87 pontos IRB. Não é muito mas é melhor que nada. E embora não tenha aproveitado a ocasião, como forma de garantir o 20º lugar, para se distanciar mais ainda do Uruguai – que ainda não jogou - conseguiu aproximar-se de dois adversários europeus – a Rússia (agora a 1,36 pontos de diferença) e da Roménia a quem ganhou 1,07 pontos. Perder, perder, foi para a Geórgia que nos conquistou 8,35 pontos e entrou para a casa maior das sete dezenas de pontos.

Portugal podia ter feito melhor, as duas derrotas souberam mal – uma porque esteve quase virada e a outra porque não faz (ainda hoje) qualquer sentido – mas acabou, pode dizer-se, por ter uma época internacional europeia aceitável.

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