sábado, 29 de fevereiro de 2020

CULTURA TÁCTICA, ESPÍRITO DE EQUIPA

É preciso ter atenção à bandeirola do canto mas também tentar aproximar-me dos postes para facilitar a tarefa do chutador para a transformação. Tento pensar nisso.
 Arthur Retière, 22 anos, três-quartos-ponta do La Rochelle e melhor marcador de ensaios do TOP 14, membro da lista dos 42 convocados para a equipa de França, in L’Equipe, 29/2/2020

6 NAÇÕES - 3.ª JORNADA

Na última jornada do 6 Nações — 3.ª jornada — a maior surpresa terá sido, pese a dominante vitória da Inglaterra sobre a Irlanda, a vitória, em Cardiff, da França sobre Gales.
Num jogo muito interessante de seguir a vitória da França assentou fundamentalmente na sua defesa — o ensaio de Ntamack, conseguido através de uma intercepção, tem na subida rápida em defesa permanente utilizada a sua principal causa. Tendo como curiosidade que, não fora a intervenção, seria Gales o obter o ensaio. Mas o segundo ensaio francês trouxe uma quase novidade nos dias que correm, fazendo uma combinação num alinhamento próximo da linha-de-ensaio galesa: peel-off pela frente a explorar o facto de no corredor de 5 metros estar um defensor de menor compacticidade do que a dos grandes do bloco francês.
Gales pode queixar-se — e com razão — de que nenhum dos membros da equipa de arbitragem considerou como “propositado adiantado” o gesto do “francês” Willemse a impedir que o passe de Owens chegasse a Adams que iria directo ao ensaio.
Mas a defesa da França, agora preparada pelo anterior responsável galês Shaun Edwards — “Wigan fez-me perceber que eu não iria ter qualquer capacidade de decisão sobre a equipa e a França propôs-me um contrato de 4 anos enquanto Gales se ficava pelos dois...”—  foi o grande suporte da vitória principalmente porque conseguiu evitar, nos finais da primeira parte e quando se encontrava encostada às cordas da sua linha-de-ensaio, que os galeses marcassem ensaio.
Galeses que se mostraram muito confusos e que, de choque em previsível choque, não conseguiram ultrapassar a coesa defesa francesa de que, aliás, deveriam conhecer a forma de cor e salteado... E até tinham começado bem os galeses ao posicionarem, atrás de uma “FO a 5metros”, 4 jogadores do lado fechado e apenas dois num lado aberto de quase quarenta metros. O problema para a defesa estava colocado: seguia a “regra do espelho” e teria uma enorme dificuldade de parar um lançado portador da bola com diversas opções ou, colocaria um terceiro elemento na cobertura da enorme largura do espaço defensivo – provavelmente e com Dupont seria o que deveria ter feito...Mas o nº8 galês — provavelmente ainda prisioneiro do padrão Warrenball — resolveu ir à colisão ao invés de entregar a bola ao seu formação. E os franceses chegaram, com o amarelo a Alldritt, a estar em inferioridade numérica. Curiosamente Gales teve 31% do seus 25 minutos de tempo de posse-de-bola dentro dos 22-metros franceses... e perdeu, principalmente na desmesurada quantidade de 13 maus passes. Erros a mais numa evidente incapacidade de lidar com a pressão defensiva, provando agora o que tinham feito na época passada.
A este erro de dimensão estratégica somados aos erros técnicos, não só nos passes errados mas também nas deficiências da disponibilidade da bola em tempo útil no jogo-no-chão —a que acrescentaram uma permanente ineficácia no jogo-ao-pé onde, aliás, os franceses foram bastante mais assertivos. E agora a França está a dois passos, jogo com a Escócia para terminar com a Irlanda em Paris. de conseguir ganhar o Torneio. Mesmo com possibilidade de atingir o Grand Slam.
No jogo da Inglaterra com a Irlanda foi quer o domínio físico, a capacidade defensiva mas principalmente a qualidade do jogo-ao-pé inglês que garantiram a vitória. Com a rapidez de saída em defesa impediram as linhas atrasadas irlandesas de se mostrarem perigosas o suficiente e, com a qualidade do seu jogo-ao-pé garantiram a conquista territorial necessária ao desafogo. Conseguindo
assim um domínio territorial de 52% contra os 58% de posse de bola irlandesa e que se traduziram na anulação dos 20 minutos correspondentes de utilização irlandesa da bola.
Com esta vitória a Inglaterra que defrontará Gales em Twichenham para terminar com a Itália — se não houver adiamentos —poderá ainda conquistar a Triple Crown.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

DESPERDÍCIO DE UMA VITÓRIA


Duas evidências ressaltaram do jogo Rússia-Portugal desta 3.ª jornada do RE Championship: que a Rússia, como ficou demonstrado no jogo, é uma equipa perfeitamente acessível e, por isso, derrotável; que e ao contrário do que pretendíamos o velho dito de “o que torto nasce, tarde ou nunca se endireita” tem a verdade da experiência secular. E Portugal começou o jogo muito mal...
... tão mal que os sons dos hinos ainda não tinham desaparecido dos ouvidos e já sofríamos um ensaio para começar o jogo com o handicap negativo de 7-0.
Por mera falta de experiência, dirão os que pensam que a equipa é muito jovem; por falta de cultura táctica individual e colectiva, isto é, de conhecimento do jogo, direi. O pontapé-de-saída pertenceu à Rússia que, sem qualquer disfarce se preparou para o fazer sobre a sua direita. E fê-lo comprido lançado um rápido grupo de perseguidores. Um jogador português estava, visivelmente colocado, para receber a bola e tinha, de ambos os lados, companheiros. Que, ignorando, pelo facto da bola não poder ser passada para a frente, que os jogadores posicionados à frente da bola estão fora-do-jogo, não recuaram com a velocidade devida para, colocados então em jogo, poderem servir de apoio, criando dúvidas ao perseguidor adversário. Nada tendo feito nesse sentido e tendo-se, primeiro a que o companheiro desenrascasse a situação, depois limitado a tentar cobrir o companheiro placado, não foram base de qualquer plataforma e o grupo de jogadores portugueses, recuperando lentamente posições, viu-se varrido pelo grupo adversário lançado e, por isso, com muito superior quantidade de movimento. Com 10 jogadores na perseguição, o meio-campo russo estava desguarnecido e qualquer pontapé seria um problema para uma equipa que defenderia em clara inferioridade numérica. Mas assim, dando avanço, se começou a perder o jogo...

Os jogadores próximos mantiveram-se fora-do-jogo. Resultado: começar a perder 7-0
Safos num primeiro momento, tivemos uma segunda oportunidade de defesa numa formação-ordenada a 5 metros e aí foi maior o desastre. Com apenas menos 1 quilo do que o bloco de avançados adversário e com uma 1.ª linha de peso equilibrado mas com um Indice de compacticidade superior, deixámo-nos arrastar de forma inaceitável. Provavelmente porque nos faltou concentração e atitude e, até e porventura, um líder de avançados capaz. Fazendo do pack português uma bola de trapos, os russos empurraram um desligado grupo até à área de ensaio, começando desde logo e sem grande combate, a reunir a vantagem material e psicológica que lhes permitiu construir a vitória. Vitória que, ao começar num erro, diminuiu as dúvidas e a pressão de uns e aumentou as de outros. As nossas.

A formação-ordenada foi, inicialmente, um desastre, sem coesão, desarticulada, incapaz mesmo, até à entrada de Hasse Ferreira — jogador que considero o Homem do Jogo porque a sua entrada equilibrou a formação e permitiu que Portugal jogasse. Sem formação-ordenada capaz de equilibrar a adversária não se deixando recuar não há nem ataque nem defesa que resistam — a formação-ordenada, juntando oito jogadores em menos de uma vintena de metros quadrados de terreno, é uma excelente plataforma de ataque porque liberta espaço, de defesa porque, se não ceder, a equipa pode atingir rapidamente a linha de vantagem. Mas se ceder, as hipóteses de ruptura são, como foram, enormes...

Outro dos problemas da selecção portuguesa, para além da dificuldade de leitura do posicionamento adversário e da decisão atacante ou das desnecessárias e inúmeras faltas cometidas  — provavelmente resultantes quer do modo interno de jogo por catálogo ou da pouca preocupação com as formas regulamentares do jogo-no-chão — é a ineficácia, quando não incapacidade, do jogo-ao-pé que se mostra pouco incisivo, pouco esclarecido e feito muitas vezes mais com o espírito de alívio do que com a intenção de explorar espaços deixados livres pelos adversários. Sem um consequente jogo-ao-pé não é possível estabelecer a alternância de fases para criar os desequilíbrios que perturbam defensores, criando-lhes dúvidas e retirando-lhes capacidade de pressão ao encurtar a linha defensiva. Tão pouco é possível conquistar terreno sem o brutal esforço de desgaste de sequências intermináveis de fases de jogo. E o rugby é um jogo de conquista territorial!
Contra equipas como a Rússia, Roménia ou Alemanha que se sentem mais confiantes na colisão do que na manobra e que atacam mal em passes a partir do interior do seu meio-campo, um jogo-ao-pé criterioso e objectivamente atacante ou conquistador é decisivo para os impedir de ocuparem o nosso meio-campo. E durante a primeira-parte foi isso que os russos tiveram: ocuparam o meio-campo português, desgastando a nossa defesa, provocando faltas e somando no marcador.

O desperdício por má leitura e as possibilidades de exploração do movimento
A nossa má leitura para explorar situações de desequilíbrio adversário está exemplificada num pontapé-diagonal dado com o resultado em 19-13 favorável aos russos aos 67’ de jogo. O árbitro tinha dado a vantagem a Portugal e portanto a decisão a tomar podia ser de risco elevado porque, se sem resultados práticos, voltar-se-ia ao anterior ponto da falta (como se voltou e que permitiu rápida reposição da bola em jogo pelo capitão Appleton, manobrando para o segundo ensaio português). Como se pode ver nas fotos, a defesa adversária colocara dois defensores recuados a defender um possível pontapé e tinha deixado bastante espaço livre na zona da linha-de-vantagem. A decisão foi, por jogo de cardápio, um desperdício: apressado pontapé em diagonal que, naturalmente foi facilmente capturado pelo defensor russo. No entanto a situação exigia e possibilitava uma outra decisão: ataque ao ombro interior dos defensores em movimento com dobra do companheiro mais próximo, apoio interior e duas possibilidades, interior ou exterior, de passe. Uma articulação de movimentos que e com o pouco risco que se apresentava, deveria ser tentada e, provavelmente, com superior possibilidade de obter os pontos que definiriam a vitória final. Se não resultasse, haveria sempre a garantia da penalidade para aproximar o resultado.
Mas — como se esta falta de visão não bastasse — havia que acrescentar a despreocupação... como se não houvesse diferença entre uma brincadeira e um jogo competitivo de natureza internacional.

Não havia jogadores russos na área -de-ensaio
Aos jogadores portugueses das linhas atrasadas faltará alguma experiência mas falta também a noção clara da contextualização dos jogos internacionais deste nível. O diabo está nos pormenores, diz-se. E no desporto de alto-rendimento são os pormenores que fazem a diferença. Como o facto de, no 2.º ensaio português não haver a mínima das preocupações para facilitar o pontapé de conversão. E como teria sido simples fazer o toque-de-meta dez a quinze metros mais próximo dos postes. Não havia um único adversário dentro da área-de-ensaio nem na proximidade do marcador... E talvez a conversão tivesse entrado e o jogo fosse ganho.
O jogo perdeu-se pelos erros cometidos e por falta da atitude adequada que garantisse a eficácia das acções dentro do terreno-de-jogo. Nomeadamente porque demoramos tempo de mais nos reagrupamentos, normalmente por má técnica da posição do corpo no momento do contacto com mais preocupação de chegar ao chão e menos na disponibilidade da bola. Não basta dizer que se querer ganhar, é preciso agir de acordo com essa vontade, utilizando a eficácia dos gestos adequados. 
Mal habituados numa competição interna que permite demasiada indisciplina técnica, táctica ou regulamentar, exige-se para garantir a desejada e necessária progressão que permita atingir os objectivos pretendidos que exista a necessária reflexão que eleve os graus de exigência competitiva em todos os jogos que estes jogadores internacionais disputem internamente.
Os jogadores portugueses têm que crescer depressa e não viverem mais na confortável posição desculpabilizante da sua juventude — o francês Ntamack tem apenas 20 anos e não se nota essa juventude em campo... Crescer rápido significa transformar as potencialidades visíveis em capacidades de expressão eficaz, tornando as hipóteses, realidades. O que se consegue com responsabilidade, atitude e trabalho.   


sábado, 22 de fevereiro de 2020

O QUE MAL COMEÇA, BEM TERMINA!


Apesar das 11 derrotas sofridas em 17 jogos por Portugal no seu confronto com a Rússia — que esta época já perdeu em casa com a Espanha por 31-12 e, fora, com a Bélgica por 38-12, tendo marcado sempre primeiro — o actual histórico de ambas as equipas dita, para este jogo em Kalininegrado a contar para a 3.ª jornada do Championship Europeu, apenas a vantagem de 1 ponto de jogo para os russos. Ou seja e para um jogo que tem nos valores de 3 e 5 de pontos de jogo a sua pontuação mínima, a diferença de 1 ponto só pode significar que não existe qualquer prevista superioridade seja de quem for. O que significa um jogo sem favoritos e que, portanto, Portugal tem, mesmo jogando fora, condições para sair vencedor — vejam-se as diferenças dos valores recentes de Sucesso e da Quota dos Pontos de Jogo.
Principalmente se souber tirar partido da pressão que pende sobre os seus adversários que vivem no pesadelo de terem que ganhar o jogo. É um facto: a Rússia, para não correr o risco de ir jogar, fora de casa, o play-off do sobe-ou-desce, tem que vencer Portugal! E Portugal pode tirar partido desse facto se os seus jogadores souberem controlar o jogo e impor o resultado, aumentando a pressão ao obrigar os russos a perseguir o prejuízo. Sabendo isso, os russos não estarão muito tranquilos.
E os jogadores portugueses, ultrapassada que esteja a primeira intranquilidade, podem tirar partido disso...
A intranquilidade e desgaste de uma viagem tem que ser ultrapassada na cabeça de cada um, encontrando as defesas próprias para garantir as capacidades para o combate que se avizinha.
O erro que provocou o prejuízo e desgate dos jogadores diz respeito à Federação Russa acolitada pela Rugby Europe que sabendo, ambas e perfeitamente, o trajecto pretendido pelos portugueses – acesso a Kalininegrado via Moscovo uma vez que não existem voos directos — indicaram sempre os “vistos electrónicos” como únicos necessários. Chegados ao aeroporto os membros da comitiva portuguesa foram impedidos de iniciar a viagem com os funcionários de serviço do SEF da fronteira aeroportuária portuguesa a informar que não estavam autorizados a embarcar uma vez que o seu visto não permitiria aterrar em Moscovo. Ou seja e ao que parece o “visto electrónico” recomendado só serviria de acesso a Kalininegrado se não tocassem em solo russo... 
Enfim uma amálgama de imprecisões russas com documentos da Rugby Europe a segui-las e os jogadores portugueses a terem que apanhar diferentes aviões que os colocassem na Polónia para seguirem de autocarro até à cidade do enclave russo onde se disputa o jogo. Multiplicando as horas de viagem de uma já de si longa viagem. E com gente, naturalmente, a esfregar as mãos...
... confiante que, assim, o algoritmo de análise do passado das equipas dará um valor diferente e mais favorável. 


I. Compacticidade = distribuição do peso pela altura
A equipa portuguesa não tem que se preocupar demasiado com o “poder” do adversário porque não há, como se pode ver pelo gráfico do Índice de Compacticidade, grande diferença de poderes físicos. Existe um razoável equilíbrio do índice quer do índice geral — com excepção do nível físico dos centros — quer do peso dos packs ou da 1.ª linha onde a técnica determinará a vantagem. 

Por outro lado também se sabe que a perigosidade da equipa russa está na área vermelha dos 22 metros portugueses onde a sua capacidade de uso da força e poder de colisão — refira-se de novo os centros — pode criar problemas. O que implica uma estratégia de afastamento com parte em jogo-ao-pé que prepare uma ou outra alternância — lendo bem 
a possível exploração de espaços — de ataque em movimento continuado. Mas sabe-se também que a defesa russa tem dificuldades em defrontar atacantes em movimento e capazes de verticalizar o jogo — que os jogadores portugueses sejam, como a espaços já o demonstraram, de o realizar, ampliando a pressão que já pesará na equipa russa e as possibilidades de vitória serão ampliadas. Portanto, ocupação territorial e jogo de movimento serão as chaves do possível sucesso.
O jogo, independentemente do resultado final, ficará marcado pela envolvente que o precede e os factos estabelecem que a aparência do envolvimento da questão não dá boa imagem à Federação russa nem iliba uma também aparente negligência da pouco cuidadosa Rugby Europe.
Vamos lá então a virar o velho “o que torto nasce, tarde ou nunca se endireita” num novo “o que mal começa, bem termina!”. Ganhem então!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

PREVISÕES 6 NAÇÕES - 3.ª JORNADA


Dois jogos de grande interesse nesta 3.ª Jornada do 6 Nações: o Gales-França, no sábado e depois do Rússia-Portugal e o Inglaterra-Irlanda no domingo.
Nestes jogos, para além da possibilidade da Irlanda, caso vença em Twickenham, conquistar a Triole Crown - vitórias sobre as equipas britânicas. Mas a França quer ultrapassar Gales em Cardiff para uma possibilidade de vitória final a jogar numa “final” com a Irlanda em Paris.

Como curiosidade o facto de nem a Irlanda valer, nas previsões, uma mínima possibilidade para vencer a Triple Crown — e, nos dias de hoje, é a única que o pode conseguir — nem a França aoarece com alguma probabilidade de vencer o Torneio que só era prognosticado para a Inglaterra — a grande favorita — ou Gales.

Bons jogos em perspectiva, portanto.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

AS VITÓRIAS E A EXIGÊNCIA DE PERSPECTIVA


Com a vitória conseguida nas Caldas da Rainha sobre a Roménia por 22-11, Portugal atingiu o 20ª lugar no Ranking da World Rugby — lugar que não atingia desde Setembro 2009 — e mantém, apesar da vitória da Bélgica sobre a Rússia, todas as condições para garantir a manutenção nesta principal divisão da Rugby Europa. Com as óbvias vantagens, desportivas e financeiras, que daí podem advir para o desenvolvimento do rugby nacional.

Foi uma excelente vitória com 3 ensaios, 2 de Dany Antunes (de novo "Homem do Jogo" escolhido por um júri— também o irlandês CJ Stander foi nomeado as mesmas duas vezes consecutivas — constituído por Luis Canongia, António Aguilar e por mim) e outro, num "maul dinâmico" demolidor, por Tadjer Barbosa, a que se juntaram duas Transformações e uma Penalidade também de Dany Antunes num total de 17 pontos de jogo.

E a diferença podia ter sido superior — não atingimos o 4º ensaio e, assim, o ponto de bónus por alguns erros elementares dos nossos jogadores que não corresponderam a boas construções conseguidas pela equipa. Por duas vezes, após quebra da linha defensiva e numa excelente resolução de um 2x1 por Rodrigo Mata, o passe, apesar do caminho aberto para a área de ensaio, tornou-se impossível porque o seu companheiro (também do Belenenses), Duarte Azevedo, se posicionou, em ambas as vezes, à frente da linha da bola numa distração injustificável para um internacional. Um terceiro ensaio podia ter sido conseguido se o capitão Appleton, antes de chegar ao chão, tem utilizado um off-load para o exterior e servido Danny Antunes que tinha corredor aberto sem adversários próximos. Outro ainda podia ter acontecido se um pontapé do recém-entrado Pedro Lucas tem sido melhor controlado quer na execução quer na captação de Manuel Cardoso Pinto, isto é, se os dois têm sido mais colectivos e jogado na compreensão mútua.

A defesa portuguesa, sector onde se acentua a mais objectiva melhoria da equipa, mostrou-se muito capaz, conseguindo segurar a inviolabilidade da sua área de ensaio com corajosas e conjuntas intervenções que impediram, nos 8 minutos finais que o árbitro considerou corresponderam a paragens durante os 40 minutos dia segunda-parte, que os romenos chegassem ao ponto-de-bónus defensivo e assim se retirassem sem pontos de classificação. O que é sempre bom numa classificação que pode ter nos pontos-de-bónus uma importância decisiva.

Se na defesa a equipa portuguesa mostrou qualidade e os seus jogadores mostraram boa compreensão do sistema — é muito bom ver as linhas-de-corrida agressivas e a encurtar o espaço de acção adversário por parte da 3ª linha — nomeadamente com compensações muito bem interligadas. Já no ataque mostraram insuficiências e incompreensões que muito terão a ver com os hábitos internos e que urge trabalho alargado de correcção.

De um ponto de vista estratégico o rugby rege-se pelos Princípios Fundamentais de Avançar Sempre! Apoio, Continuidade e Pressão, a que gosto de juntar outros quatro que designo por sub-princípios: Adaptação, Variedade, Comunicação e Velocidade. Já de um ponto de vista táctico, mais livre e inventivo para garantir o cumprimento dos anteriores, a Adaptabilidade constitui o factor-chave necessário à eficácia. O que significa que, no domínio táctico, existem diversas soluções a adotar e a que os jogadores têm que saber adaptar-se. Não há portanto soluções únicas e os jogadores têm que aprender a encontrar a melhor resposta a cada momento que enfrentam. E é esta capacidade que falta à equipa portuguesa que se mostra muitas vezes incapaz de encontrar soluções colectivas - o apoio nem sempre é feito no tempo devido e a continuidade do movimento morre no chão. Ou seja, se tecnicamente já existe uma razoável capacidade, aos jogadores portugueses falta cultura táctica. Isto é: sabendo como fazer falta resposta eficaz ao que fazer? e quando fazer? É, portanto, na tomada de decisão que nem tudo vai bem. Decisão que tem que envolver algum risco controlado e não se limitar ao conforto de fazer a normalidade — as linhas-de-corrida não têm que ser sempre para fora e devem ser alternadas com corridas na direção dentro para fixar a defesa ou ampliar intervalos. O costume não é aqui bem vindo e a variedade é fundamental para colocar problemas ao adversário.

E o jogo-ao-pé, certeiro e assertivo na colocação em espaços vazios, é decisivo. E, por mera falta de treino específico e conhecimento claro das capacidades de cada um, o jogo-ao-pé da equipa portuguesa, com a possível excepção de João Freudenthal, é mau e, em vez de arma atacante, torna-se, porque se joga no mero alívio, uma vantagem para o adversário. E uma equipa para se impor ao nível internacional tem que mostrar um jogo-ao-pé capaz. Outro ponto de melhoria necessária diz respeito à disciplina, principalmente no jogo no chão e que está a entregar, sem custos, bola e território demasiadas vezes ao adversário. Aprender a jogar sem faltas é também trabalho constante a fazer nos clubes...

Os romenos foram aquilo que se esperava, maus manobradores com a esperança que a colisão lhes resolva todos os problemas. E só são perigosos, como sempre, muito próximo da área-de-22 do adversário. O que significa que não se deve jogar contra eles da mesma forma que se joga contra outros, devendo a noção de conquista territorial estar mais vezes presente para garantir a presença da equipa no meio-campo adversário. Contra equipas como a romena, fracas de manobra e fortes no choque, chutar para fora, tão dentro da área-de-22 quanto possível, mesmo se entregando a bola ao adversário, pode ser a mais eficaz táctica. Porque os obriga a jogar de longe ou a chutar para permitirem contra-ataques sobre uma equipa desagregada pelo movimento de subida.

Variedade de ataque à linha com ataque aos ombros interiores — de que serve o grupo de avançados de ataque se os ângulos de corrida não vão em direcção à bola para prender ou ampliar? — com linhas-de-corrida convergentes, passes heterodoxos, velocidade de ataque à linha, dobras, verticalização do jogo para permitir envolvências eficazes, são as soluções exigíveis para a continuidade do movimento. De que serve, por desfoco, desleixo ou maus hábitos, não haver resposta imediata à criatividade de um companheiro? É, no fundo, a possibilidade de recorrer, em movimento adaptativo, a estas decisões suportadas na técnica que possibilitam — independentemente do peso e da altura (da compacticidade, diria) — atacar e ultrapassar a linha de vantagem, criando desequilíbrios e explorando o sucesso conseguido. E os jogadores portugueses que pretendem ter uma carreira internacional, têm que dominar estes aspectos estratégicos, tácticos e técnicos. Porque precisam de responder ao o quê? como? e quando? e assim contribuir para uma equipa mais coesa, afinada colectivamente em cada momento e mais eficaz, fazendo de cada bola (re)conquistada uma arma atacante capaz de criar problemas complexos ao adversário.

Foram duas importantes vitórias que colocam o rugby português no espaço desportivo europeu onde deve estar mas, para que o caminho seja qualificado e de contínuo progresso, não podemos sentar-nos à sombra dos feitos e precisamos atingir um patamar desportivo superior que permita ajustar o modelo colectivo de movimento à obtenção dos melhores resultados. Consistentemente.

O que exige, neste mundo do Alto Rendimento, uma permanente colaboração da comunidade rugbistíca num claro desenvolvimento competitivo da modalidade. Modalidade colectiva por excelência, o Rugby não se faz dos eus mas do nós: dos clubes, dos directores, dos agentes, dos treinadores e dos jogadores. De uma perspectiva comum de aposta nos bons resultados.

Nos restantes resultados do Grupo, a vitória da Bélgica sobre a Rússia foi surpreendente — ainda por cima quando, aos 30', os russos venciam por 12-0 com a marcação de 2 ensaios (acabaram a sofrer 5...). Com a vitória sobre a Espanha, a Geórgia elevou, ultrapassando a Itália no ranking da World Rugby, o nível da sua candidatura ao 6 Nações — podendo ter encontrado um aliado de peso na África do Sul que, como as suas equipas regionais, pretende jogar na Europa.

Quadro da Rugby Europe

domingo, 9 de fevereiro de 2020

6 NAÇÔES - 2ª JORNADA


Em relação ao prognóstico dos vencedores não houve qualquer alteração — ganharam os esperados — mas em relação aos resultados e à sua diferença já houve alguma, nomeadamente devido à Itália que, mesmo perdendo, conseguiu bastante melhor do que o esperado que resultava da copiosa derrota de 42-0 contra Gales.

Com estes resultados a Irlanda troca de lugar com Gales passando a 4ª classificada e a Itália, passando a 13ª, é ultrapassada pela Geórgia.

Após esta segunda jornada, a França e a Irlanda seguem no lugar cimeiro com 9 pontos, seguidos por Gales e Inglaterra com 5 pontos, Escócia com 2 e Itália sem qualquer ponto.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

MOVIMENTO, COESÃO E INTELIGÊNCIA


A Roménia é favorita, por 4 pontos de diferença, para o jogo desta tarde nas Caldas da Rainha e contra Portugal a contar para o Rugby Europe Championship. É isto pelo menos o que diz a história competitiva das duas equipas devendo no entanto lembrar-se que os adversários da Roménia na época passada eram de qualidade superior aos adversários de Portugal. O que significa que a diferença real pode ser maior
Mas pode não ser assim. Tendo tido adversários comuns nos últimos jogos — Brasil, Chile e Bélgica — os resultados são também favoráveis aos romenos com uma eficácia de sucesso de 100% contra 67% dos portugueses e com uma superior quota de pontos marcados de 65% contra 52% dos portugueses. Resultados que são coerentes com a diferença de 4 pontos que a análise algorítmica propõe.
Como curiosidade acrescente-se que nos três jogos anteriores desta época Portugal marcou sempre 23 pontos de jogo e que, ganhando Portugal ultrapassará HongKong e ficará posicionado no 21º lugar do Ranking. Perdendo, a equipa portuguesa retornará à posição anterior à vitória sobre a Bélgica — 24º lugar — e caso perca por mais de 15 pontos de jogo será ainda ultrapassado pela Holanda que vai tendo uma fácil conquista de pontos de ranking no quadro da III divisão onde se encontra.
Dada a experiência romena — o XV inicial da selecção portuguesa atinge apenas o somatório de 146 internacionalizações (209 para os XXIII) o que mostra a sua falta de experiência internacional — Portugal terá que jogar com um sistema que proporcione a criação de problemas aos adversários, impondo-se sobre os fracos romenos. E dos seus problemas recorrentes é a dificuldade de saírem do seu meio-campo por outro meio que não o jogo-ao-pé — o que pode dar boas hipóteses de desequilibrar o jogo e tirar partido disso mesmo usando um jogo-ao-pé de qualidade estratégica e apostado na recuperação. Quer directa, quer indirecta através da conquista de alinhamentos. Será que teremos capacidades para isso?
Há, como mostra o quadro abaixo, um razoável equilíbrio no designado Índice de Compacticidade (IC) que representa a distribuição do peso pela altura de cada jogador e que mostra a sua teórica capacidade de resistir ou de se impor nas colisões. Portugal tem, aliás uma 1.ª linha  com um superior IC e os avançados portugueses, com uma média de IC de 562 ficam apenas a uma ligeira distância de 2 pontos dos romenos (564). E se aqui nada teremos a recear, basta que a coesão colectiva se estabeleça no ponto focal de ocupação do terreno-de-jogo adversário, preparando as armas adequadas para jogar nas recuperações de bola.
As maiores diferenças individuais na capacidade de choque encontram-se na relação entre os Nº8 e os número 12 (o adversário directo do capitão Appleton) o que pode indiciar uma procura romena de uso de saída das formações-ordenadas e a procura de penetrações centrais para reduzir a largura da defesa. No entanto e dado a proximidade aparente da capacidade física e como nos mostra a experiência, o jogo será difícil mas não é necessariamente uma causa perdida à partida — basta que os portugueses possam contrariar o sistema romeno — igual ao de sempre e muito espantaria se surpreendesse — e que consigam pôr em campo o seu jogo de movimento, subindo, quando sem bola, muito rapidamente a sua linha de defesa — as linhas atrasadas romenas têm mostrado sempre grandes dificuldades de manobra e circulação da bola quando pressionadas, limitando-se ao choque. E se continuarem com dificuldades para sair do seu meio-campo, se os portugueses conseguirem impedi-los de chegar ás zonas propícias ao maul, o resultado final poderá surpreender.
O seleccionador português, Patrice Lagisquet, mostra-se avisado quando diz que a vitória sobre a Bélgica ainda não garante a desejada manutenção — nunca se sabe que qualidade de equipas se apresentarão contra os belgas logo que os extremos da classificação se comecem a arrumar. Então
porque não aproveitar já este jogo em casa para surpreender e ficar a coberto de qualquer displicência?

O maior interesse dos outros jogos do grupo, para além da importância para os interesses portugueses que a Rússia se imponha frente à Bélgica, reside no Espanha-Geórgia que se disputa no domingo e que poderá, caso a Geórgia vença e a Itália, como se espera, perca contra a França, levar os georgianos a ultrapassar italianos na tabela da World Rugby e demonstrar de forma prática o direito reivindicativo que lhes assiste na possibilidade de acesso ao escalão superior por eventual troca em disputa por play-off. Ou, pura e simplesmente, aceder ao Torneio para acompanhar a possível sétima equipa — a África do Sul — que se mostra muito interessada e tem, segundo o Sportsmail, negociações avançadas, pretendendo, em 2024, acompanhar as suas equipas provinciais na Europa.
Um fim‑de‑semana rugbístico em cheio com jogos cheios de interesse.




sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

PREVISÕES 6 NAÇÕES 2.ª JORNADA


Depois da enorme surpresa da 1.ª jornada com a vitória (24-17) da França sobre a Inglaterra – os prognósticos davam uma vantagem de 74%, Rugby Vision, de 69%, QBE, ou de 94%, Rugbypass, favoráveis à Inglaterra — veremos se esta 2.ª jornada do Torneio das 6 Nações, tendo também vencedores previsíveis — embora com algumas dúvidas no Irlanda-Gales — trará também surpresas. O que seria interessante e obrigaria a análises mais profundas e a tentar perceber as implicações desta época de mudanças de treinadores, capitães e jogadores

Seja como for, o equilíbrio competitivo parece superior ao da época passada e tudo leva a crer que o Grand Slam não se repetirá. E veremos ainda se a Inglaterra, considerada como grande favorita — pelo 2.º lugar no Mundial mas também pelas menores modificações realizadas — será a vencedora ou se ficará apenas pelas fanfarronadas de “brutalidades” de Eddie Jones...

Se Gales vencer em Dublin e caso a Inglaterra perca em Murrayfield, atingirá a sua melhor classificação de sempre no World Rugby Ranking – 3.º lugar. Se for a Irlanda a vencedora trocará de lugar com os galeses passando a 4.ª.

Em Murrayfield, num jogo que tem ainda o aliciante da prestigiosa e tradicional Calcutá Cup em disputa, uma vitória da Escócia, seja porque diferença for, coloca-la-á na 8.ª posição do ranking, ultrapassando o Japão.

Porque tem uma diferença actual de mais de dez pontos de ranking sobre a Itália, a França, seja qual for o resultado conseguido, não alterará o seu número de pontos. No entanto a mais que provável derrota da Itália levá-los-á a ser ultrapassados na posição do ranking pela Geórgia caso esta vença a Espanha no Rugby Europe Championship. O que, a. acontecer, será mais um argumento para a existência de um play-off entre o 6 Nações e a Championship europeia.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

GANHAR COMO PASSO NECESSÁRIO. FALTA O ACOMPANHAMENTO

A equipa portuguesa, apesar das dificuldades sentidas pelos anos de jogos fáceis da III divisão, fez o que lhe competia e venceu o jogo que, com grande probabilidade, permitirá a Portugal manter-se neste nível do Seis Nações B.

Entrando bem e demonstrando de imediato uma superioridade da continuidade de circulação da bola, Portugal chegou à vantagem de 14-0 com dois ensaios de belo efeito — ataque vertical à linha de defesa adversária, perfuração, apoio e continuidade do jogo de passes com adaptação das linhas e ângulos de corrida às fraquezas da organização adversária. No fundo, o recurso às melhores capacidades dos jogadores portugueses que têm no rugby-de-movimento o seu modelo de eficácia.

Com o conforto da vantagem a provocar alguma desfocagem, a equipa portuguesa deixou que os belgas tomassem o domínio do jogo e chegassem a um 17-17 que não perspectivava nada de bom. Felizmente para o rugby português a equipa belga não mostrou mais do que aparentes capacidades, ficando-se pelo poder colectivo dos mauls — marcando assim os dois ensaios — uma vez que os seus três-quartos, apenas capazes do elementar, não conseguiam criar problemas à defesa portuguesa que lhe permitissem a continuação da ocupação do meio-campo português. E como a defesa portuguesa se mostrou bem organizada e capaz da pressão necessária para limitar as opções adversárias os belgas deixaram de ser ameaça.

A necessidade de trabalhar as fases ordenadas — formações e alinhamentos — bem como trabalhar a resistência aos mauls ficou evidente no jogo. E esta necessidade vai — porque essas fases nos campeonatos nacionais estão longe de atingir os níveis competitivos dos jogos internacionais desta competição — obrigar a um trabalho muito efectivo dos seleccionados e, também, à melhor escolha de jogadores capazes para as posições do cinco-da-frente num equilíbrio necessário entre técnica e capacidades físicas. Porque sem um mínimo domínio destas fases não é possível o desenvolvimento necessário para realizar o sonho de 2023.

Entre os jogadores portugueses que se destacaram — o capitão Appleton sempre atento à exploração dos intervalos (o primeiro ensaio nasce de uma sua notável quebra de linha), Thibault Freitas ou Rebelo de Andrade, o prémio de “Homem do Jogo” foi atribuído — fiz parte do júri com Ricardo Nunes e António Henriques — a Danny Antunes, um excelente pontapeador aos postes (13 pontos conseguidos) e um jogador sempre disponível e atento para tomar iniciativas: quando o árbitro marcou “ensaio de penalidade” favorável aos belgas, Danny pegou na bola e, aproveitando-se do facto de já não haver pontapé de transformação, correu para o centro do terreno preparando-se para chutar a bola para um meio-campo onde não havia qualquer jogador belga e assim chegar ao ensaio. Valeu aos belgas o facto de o árbitro precisar ainda de mostrar um cartão amarelo a Wallis Carvalho...

Com esta vitória Portugal subiu — ultrapassando a Namíbia e o Canadá — dois lugares no ranking da World Rugby. O que sendo bom, não exclui a organização necessária para fornecer as informações correctas e elementares dos jogadores que formam a equipa. Hoje em dia para se pretender estar a este nível da competição internacional  é exigido uma capacidade de comunicação rápida e correcta e de acordo com as necessidades dos mais diversos meios de comunicação social — de outro modo perderemos, com os prejuízos óbvios que daí resultam, a possibilidade de pertença ao meio. E perdida essa confiança, deixaremos de contar... e este fim‑de‑semana, por erros elementares e falta de rigor, estivemos longe de mostrar a capacidade organizativa da comunicação necessária para sermos olhados como confiáveis. Para garantir a aceitação no mundo desportivo a que queremos pertencer não basta um terreno-de-jogo bem tratado e com as dimensões correctas, balneários capazes ou banda musical para os hinos ou polícia para mostrar segurança de espectadores e intervenientes, é preciso
garantir que a imagem não nos maltrata, não deixando que a lateral do campo se pareça com um passeio público e, mais ainda, garantindo rigor na comunicação com terceiros e para terceiros. Antes
e depois do jogo e no sentido de garantir uma imagem de credibilidade.

O Desporto de Alto Rendimento é, hoje em dia, e para além de uma exigente ética desportiva, um mundo complexo de relacionamento de resultados desportivos e da sua competente comunicação. E
quem não respeitar as regras é colocado à margem... num mais que provável acabou-se.

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