segunda-feira, 30 de abril de 2012

INTERNACIONAIS NO COLÉGIO MILITAR


JPBessa
Fotos de telemóvel














Miguel Portela e Pedro Leal, antigo e actual internacionais, a arbitrar jogos do Convívio de Rugby Juvenil realizado no passado sábado no Colégio Militar.

sábado, 28 de abril de 2012

SPORTING (RE)INICIA, COLÉGIO MILITAR LANÇADO

foto de wiki Sporting
O Sporting Clube de Portugal retorna ao rugby. Sendo um dos fundadores do rugby em Portugal - foi, com o Royal F.C. e em Novembro de 1922, um dos participantes no primeiro jogo de rugby entre equipas portuguesas e foi também fundador da Associação de Rugby de Lisboa (Janeiro de 1927) - tem ainda o rugby marcado na sua camisola representativa de hoje - de riscas verdes e brancas horizontais - por ter sido aquela que era usada pela sua secção de rugby no anos 20 do século passado e que, num jogo no Brasil (1928), por mais fresca e em melhor estado, foi pela primeira vez, utilizada pela equipa de futebol.

Não faltando, como se lê da história, ligação à modalidade, saúda-se com agrado - prevendo-se interessante, mobilizador e de boas consequências para desenvolvimento do rugby português - o retorno à actualidade de um parceiro de sempre. As secções de captação começam este sábado no Estádio Universitário de Lisboa. 

Neste mesmo sábado realiza-se no Colégio Militar um convívio de Rugby Juvenil. Deste Colégio que, não tendo - apenas existiu uma experiência temporária nos anos 80 levada a cabo por Roberto Durão (pai) - qualquer ligação à modalidade, proporcionou um número elevado de jogadores internacionais seus ex-alunos, vê agora a modalidade integrada na sua área desportiva de uma forma que se pretende sustentada. Dada a qualidade da sua formação desportiva, a integração do rugby nos seus programas - que melhor desporto do que o rugby (de valores ver aqui, colectivo, de combate, de pensamento estratégico próximo da batalha ver aqui) para uma casa de educação de base militar? - proporcionará futuramente ao rugby português, quero crer, jogadores de excelente craveira.

São duas boas notícias.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O LASTRO DE CAMPEÃO

Quem ganha muitas vezes ganha-lhe o hábito - o que só o favorece. Aquilo a que muitos chamam "estrelinha de campeão", como se a sorte fosse a principal responsável por estas coisas de ganhar e perder desportivamente, não passa do resultado dessa circunstância que constitui o lastro da vitória.

As equipas que desenvolvem, por resultados conseguidos, hábitos de vitória criam um lastro, um conceito, uma atitude, que lhes permite ir buscar capacidades que parecem inexistentes e virar situações já dadas como inultrapassáveis. O hábito de ganhar - e ás vezes basta só a memória de ganhar naquelas circunstâncias - cria uma auto-confiança que permite ultrapassar dificuldades, transformando-as em aparentes e ilusórias. E, assim, se vão buscar resultados...

Foi com este lastro de campeão que o Direito surpreendeu o CDUL e ia conseguindo uma vitória na qual ninguém apostaria. E não se tratou de outra coisa que não o lastro de campeão que ainda formata a equipa: Direito mostrou que, desde a formação inicial da equipa até ao débil conteúdo táctico apresentado - jogando 20 minutos contra catorze adversários nada mostrou de adequado alinhamento a essa vantagem - não seria o opositor eficaz e necessário para chegar à vitória. No entanto ... o lastro de campeão inculcado na equipa, permitiu que a defesa funcionasse e que o CDUL se deixasse apanhar na armadilha da dúvida e tornasse os seus pontos fortes em vulgares incapacidades.

No final do jogo, com o António Penha e Costa e o Francisco Lucena - companheiros de anos no CDUL e internacionais - em conversa sobre as vantagens do lastro, lembramos que tivemos vitórias - quando foi preciso virar jogos - só possíveis pela atitude que íamos buscar a esse lastro de vitórias que nos formatava a auto-confiança que permitia fazer o que já se pensava impossível. E assim ganhamos mais jogos, mais taças, mais títulos.

E neste actual campeonato jogado numa errada e desajustada fórmula competitiva, o lastro de que dispõem os jogadores de Direito pode torná-los - se apurados para uma finalíssima onde os diabos decidirão dos pormenores - ainda e de novo campeões. Ganhar ajuda a ganhar.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

CDUL DE RETORNO?

O clube com maior palmarés ao longo da história do rugby português estará de retorno ao topo? Com dezassete campeonatos já ganhos, o CDUL teve descidas -
chegou a andar pela divisão secundária (treinei-os então na volta à divisão principal) - mas nos últimos anos tem tentado construir uma equipa sustentavelmente competitiva - o esforço do Lourenço Fernandes Thomaz, o presidente, tem sido enorme, corajoso e decisivo.

Na actual fase final, duas vitórias com ponto de bónus dão mostras das capacidades que o podem levar ao reencontro com o título, mas - é bom que todos os intervenientes azuis, jogadores, treinadores (estes sei que têm) e dirigentes, tenham clara noção disso - não serão favas contadas. O que falta ao actual CDUL - menos experiente de momentos decisivos do que Agronomia ou Direito - para garantir a frieza necessária para conseguir vitórias nos jogos que faltam, garantindo assim o acesso à final, para a vitória no campeonato?

Para além das circunstâncias e contingências inerentes ao facto de se tratar de um jogo, ainda falta ao CDUL alguma consistência nas diversas componentes tácticas que compõem o jogo, isto é, capacidade para que os seus jogadores actuem, sejam quais forem as circunstâncias, como um todo interligado e eficaz nos momentos críticos, aqueles que ditam vitórias ou derrotas, garantindo que controlam, melhor do que os diabos, os pormenores da diferença. Apesar de se notar ainda alguma inexperiência, o CDUL é a equipa portuguesa que produz o rugby mais interessante que se pode ver por cá - o trabalho do Luís Cassiano e Manuel "Manu" Sommer Ribeiro tem sido excelente.

No fundo o que ainda falta ao CDUL é a capacidade de impor o domínio do tempo ao adversário de cada jogo. Cortando defensivamente o espaço de manobra adversária, lançando-se em ataque com acelerações simultaneas dos elementos imediatamente intervenientes para provocar a ruptura de uma defesa já anteriormente desequilibrada pela sequência do movimento. O que significa, estrategicamente, jogar em ataque, lançados em velocidade, tão em cima da defesa adversária quanto possível e, em defesa, também tão em cima dos atacantes adversários quanto possível e na velocidade adequada à relação de forças. Conseguido este domínio táctico colectivo, o XV do CDUL tornar-se-á uma equipa dominadora do rubgy interno... e já faltou mais.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

COMPARAR DIFERENÇAS



Com JPR Williams em Lisboa no Portugal Rugby Festival 2012
Foto de António Lamas
 Durante o recente Portugal Rugby Festival 2012 realizado no Jamor tive tempo suficiente para conversar com John Williams - o célebre JPR da grande equipa de Gales dos anos 70 - e com a sua mulher Scilla. Admirador da sua forma de jogar, conhecedor do seu curriculum, fui, à medida das conversas, comparando diferenças.

Tendo praticamente a mesma idade - nasci em 1947, ele em 1949 - e tendo os dois jogado na mesma posição, defesa - embora eu tivesse ainda jogado como terceira-linha e médio-de-formação (tenho ainda uma camisola de Portugal com o nº9 que não cheguei a utilizar por boas razões - estavamos em 74, o jogo era a 27 de Abril na então Checoslováquia e o 25 de Abril tinha fechado os aeroportos) - temos uma visão muito próxima do jogo. Mas temos mais pequenas coisas em comum...

Ele é galês e eu sou neto de galesa. Ambos fomos jogadores de ténis - eu, jogava em Miramar e na Foz e fui vice-campeão nacional de juniores; ele, venceu o British Junior, foi finalista no Junior Wimbledon e fez parte da selecção junior britânica da Taça Davis. Ambos fomos internacionais de rugby: eu, por Portugal; ele, por Gales e pelos British Lions. Eu joguei no CDUP e no CDUL (e uma vez pelo Benfica contra uma equipa inglesa - ainda guardo a camisola que me foi então oferecida) e fui sete vezes campeão nacional; ele, jogou pelo Bridgend RFC, London Welsh RFC, Barbarian F.C., Natal e Tondu RFC e deve ter sido campeão galês informal por duas vezes (não havia então campeonato formal). Durante o tempo que joguei marquei e dei a marcar muitos ensaios - e de alguns deles guardo, ainda hoje, boa memória; ele, participou no meu  Melhor Ensaio de Sempre - Barbarians-All Blacks de 1973 ver aqui.  Eu tornei-me treinador (grau III), fui seleccionador/treinador nacional de Juniores e Seniores (2 vezes), campeão com o Cascais e com o CDUL (II divisão) e uma Taça de Portugal com o Direito - o que me terá dado o prémio de Melhor Treinador Nacional pela FPR em 1993/94/95/96; ele, foi presidente do Bridgend RFC e não deve ter sido campeão.

Eu sou Comendador da Ordem de Mérito - título republicano - e membro da Ordem dos Arquitectos ; ele é Member of the Most Excellent Order of the British Empire (MBE) - título naturalmente monárquico - e Fellowship of the Royal College of  Surgeons (FRCS). Ou seja: eu sou arquitecto e ele é cirurgião médico. E embora tenhamos duas iniciais comuns - JP - no início do nome, eu sou conhecido no rugby português e ele é uma figura mundial da modalidade.

Na distância que vai da periferia ao centro do rugby, uma enorme comparação de diferenças... com uma componente comum: qualquer de nós gosta muito do rugby e do actual XV de Gales.

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