segunda-feira, 28 de novembro de 2022

UMA SURPRESA INESPERADA



Não estava nada à espera de receber esta fotografia com a legenda: “ Esta é tua…Foi uma surpresa!” Foi sim, para mim foi uma surpresa absoluta que, naturalmente, muito me orgulha. Agradeço, com gratidão, a distinção e agradeço também a todos aqueles que me felicitaram e se congratularam, como dizem, pela justeza da atribuição. 

in Site da FPRugby: 
https://fpr.pt/noticias/detalhe/joao-paulo-bessa-recebe-premio-de-reconhecimento-
da-rugby-europe

in site da Rugby Europe
https://www.rugbyeurope.eu/news/medal-winners-rewarded-at-rugby-europe-agm-2022/

domingo, 27 de novembro de 2022

SUPRESAS NO FINAL DA AUTUMN NATIONS SERIES 2022


 E os favoritos perderam!

Desta vez as previsões para esta última jornada das Autumn Nations Series, quer do XVcontraXV quer da RugbyVision, falharam redondamente.

No jogo de Cardiff à entrada do último quarto do jogo, Gales vencia (34-18) com 16 pontos de jogo de diferença mas aos 66’ o cartão amarelo ao capitão Justin Tipuric seguido de outro amarelo do talonador suplente Ryan Ellias, vieram alterar o sentido do jogo nos últimos minutos de jogo — que meteu ensaio-de-penalidade e tudo. E talvez o resultado — como já se fala — se venha a traduzir na dispensa de Pivac com o retorno de Warren Gatland até ao final do Mundial. E a Austrália termina as Autumn Series da melhor maneira com os jogadores australianos, que chegaram a ser apenas treze em campo na 1ª parte, bem o mostraram nas comemorações finais. 

O Inglaterra-África do Sul tornou-se em mais uma dor de cabeça de Eddie Jones e fazem-se apostas se será ele a liderar o XV da Rosa para o Mundial.

Acabadas estas Series resta-nos, no plano internacional, as meias-finais da Rugby Europe Super Cup 2022 com os nossos Lusitanos a defrontarem os ditos israelitas do Tel Aviv Heat já no domingo 4 de Dezembro e esperar por Fevereiro para seguir o 6 Nações e a Rugby Europe Championship 2023 esta com novo formato com mais equipas divididas por dois grupos embora com jogos menos competitivo e, por isso, pouco ou nada ajudando ao desenvolvimento das melhores equipas, principalmente aquelas que já estão apuradas para o Mundial.


sexta-feira, 25 de novembro de 2022

FECHO DA SÉRIE DE OUTONO 2022


No final da Série de Outuno de 2022, dois jogos que valerão a pena ver. Desta vez Gales apresenta, embora sem poder contar, por ter terminado o período de dispensas obrigatório, com o excelente Rees-Zamitt, um XV mais competitivo do que o que apresentou na derrota que sofreu contra a Geórgia. 

O Inglaterra-África do Sul em Twickenham servirá, quer o queira Eddie JOnes, quer não, de tira-teimas: quem, de entre os dois quinzes, pode mais? Lá ao fundo, o Mundial 2023 está à espreita…

De acordo com as previsões não há nestes dois jogos vencedores antecipados e vamos ter que ficar agarrados ao ecrã televisivo até ao fim de cada jogo para conhecer os vitoriosos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

A SURPRESA FOI DA GEÓRGIA


 A surpresa maior do fim‑de‑semana foi, sem margem para dúvidas, a vitória, em Cardiff, da visitante Geórgia sobre Gales — um 14º do ranking a vencer o 8º, é obra! e coloca de novo —o que parecia perdido com os resultados do passado fim‑de‑semana — a questão Geórgia/Itália para o 6 Nações.
A Itália que na anterior jornada tinha conseguido o feito de vencer a Austrália — que perdeu com o nº1 do ranking, a Irlanada, apenas por 3 pontos, foi desastrosa contra a África do Sul ao perder por uma diferença de 42 pontos.
Nos restantes jogos, tudo mais ou menos de acordo com as previsões.


sexta-feira, 18 de novembro de 2022

NOUS Y SOMMES!

 

Foto World Rugby

Empatando — 16-16 — com os USA no último momento da partida, estaremos, igualando 2007, em França no Mundial 2023 onde defrontaremos Gales, Geórgia, Austrália e Fidji.

Agora, assentada a vitória, há que reorganizar a casa para que esta participação se possa traduzir num real desenvolvimento do Rugby português: em números e rendimento!

Parabéns XV de Portugal! Parabéns a jogadores, treinadores, técnicos, pessoal da assistência médica, pessoal administrativo, dirigentes e todos aqueles que ajudaram a que o sonho se tornasse realidade. Muito bem! Gratos pela enorme alegria que nos permitiram!


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3ª JORNADA DOS AUTUMN NATIONS SERIES


 Neste próximo fim‑de‑semana dois jogos reunem o maior interesse: Irlanda-Austrália e Inglaterra-Nova Zelândia. E se a Irlanda faz figura de grande favorita, o jogo entre ingleses e neozelandeses não tem vencedor antecipado. Jogos portanto a não perder.

Quanto aos outros jogos, os vencedores deverão ser aqueles que as previsões indicam e sem sombra de dúvidas. Ver no Gales-Geórgia será sempore interessante para melhor conhecimento dos nossos adversários habituais — até no Mundial — georgianos.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

CONFIANÇA E À VITÓRIA!


Os Lobos têm nas suas mãos a possibilidade de se qualificarem para o Mundial de 2023. Não vai ser um jogo fácil e exigirá uma enorme coesão colectiva, com um enorme NÓS a sobrepôr-se em todos os momentos a cada um dos eus, num “um por todos” como os grandes colectivos se organizam. 

O equilíbrio entre as duas equipas é tal que o resultado da previsão com base no valor do ranking da World Rugby, é um empate! O que chegará, a acontecer, para que Portugal seja apurado… Mas ninguém joga para o empate, joga-se para a VITÓRIA! E a vitória é possível!

Confiança é a palavra-chave, acreditar em si próprio, perceber os movimentos dos companheiros e disponibilizar-se para o necessário apoio, garantindo a continuidade dos movimentos. Continuidade dos movimentos que garantirá a posse da bola que tem duas vantagens: permite marcar pontos e não deixa que o adversário o faça. Conquistemos a bola e utilizemo-la com a criatividade que já mostrámos ser capazes, aproveitando eficazmente todas as oportunidades que o jogo dá. Unidos, disponíveis, criativos, focados, assertivos e resilientes quanto baste na busca do resultado final que nos coloque em França.

Valha o que valer a equipa americana são os próprios números que nos dizem que não tem superioridade sobre a equipa portuguesa. A maior confiança — que permitirá correr os riscos necessários — ganhará o jogo. Que sejam vocês, Lobos, a consegui-lo! Bom jogo e à vitória!

 PORTUGAL: 15.Nuno Sousa Guedes(30), 14.Raffaelle Storti(16), 11.Rodrigo Marta(25); 13.José Lima(49), 12.Tomás Appleton(55) (cap); 10.Jerónimo Portela(18), 9.Samuel Marques(17); 7.Rafael Simões(21), 8.Thibault Freitas(24), 6.João Granate(19); 5.José Madeira(24), 4.Steevy Cerqueira(8); 3. Diogo Hasse Ferreira(28), 2.Mike Tadjer(27), 1.Francisco Fernandes(39).
Suplentes: 16.David Costa(17), 17.Lionel Campergue(16), 18.António Prim(3), 19.José Maria Rebelo Andrade(17), 20.Nicolas Martins(2), 21.Pedro Lucas(11), 22.Vincent Pinto(7), 23.Simão Bento(5).

Nota: entre parenteses e depois dos nomes encontra-se o nº de internacionalizações 

terça-feira, 15 de novembro de 2022

PORTUGAL DEPENDE SÓ DE SI

 Portugal fez, ao vencer o Kenya, o que lhe competia que era vencer neste jogo da 2ª jornada do Apuramento para a última vaga do Mundial 2023.


Mas fez bastante mais do que isso — ganhou com uma diferença enorme de pontos, 85, marcando 13 ensaios — um de penalidade e alguns outros de belo efeito  — e sem que o Kenya marcasse qualquer ponto.

Aqui chegados e com os olhos já postos na “final” de sexta-feira o ânimo não poderia estar mais elevado. Mas nada, como todos sabemos, está garantido e é bom não deixar que este óptimo resultado nos dê perspectivas de facilidade — um resultado de um 19º do ranking contra um 34º não pode deixar de ser muito desequilibrado, como foi.

O acesso ao Mundial está nas nossas mãos, nas mãos daqueles que entrarem no campo para defender as cores portuguesas. Analisando as duas equipas percebemos que, embora num jogo de grande equilíbrio e intensidade e que irá exigir todas as capacidades técnicas e tácticas dos jogadores. O XV de Portugal pode vencer e vir a jogar o Mundial 2023. Joguemos então!

Boa sorte!🏉 👍 



SURPRESA ITALIANA



A maior surpresa desta segunda semana dos Autumn Nations Series 2022 foi, sem dúvida, a vitória da Itália(12) sobre a Austrália(7), retirando assim quaisquer veleidades à pretensão da Geórgia de a vir a substituir no Seis Nações. Aliás a Geórgia (13º e apurada para o Grupo C do Mundial 2023) é também, embora pela negativa, uma das surpresas da jornada ao perder em casa contra Samoa (14º) também já apurada para o Mundial 2023 no Grupo D. Curiosidade numérica: as duas surpresas tiveram apenas 1 ponto de jogo de diferença…

Constitui também uma surpresa a derrota em casa da Roménia(17º) contra o Uruguai(18º), ambos já apurados para o Grupo B e Grupo A do Mundial 2023.

Os restantes jogos tiveram, embora uns com mais interesse do que outros, os vencedores previstos e permitiram que Gales, Samoa e Uruguai conquistassem 2 lugares no ranking e que passaram aos 7º, 12º e 16º, respectivamente.

BLACK FERNS CAMPEÃS MUNDIAIS 2021

Belo jogo este entre as Black Ferns (Nova Zelândia)— cinco vezes campeãs mundiais — e as Red Roses (Inglaterra) que traziam consigo 30 vitórias consecutivas e o 1º lugar do ranking actual. Esta final do Mundial Feminino teve 11 ensaios e uma incerteza — diferença final de 3 pontos sobre a equipa vencedora até ao último segundo. Um jogaço!



Estiveram em presença dois estilos distintos de encarar tacticamente o jogo e que, curiosamente, o momento de entoação do tradicional Haka deu logo a conhecer: do lado neozelandês, um grupo compacto formando uma cunha com mais do que uma linha a demonstrar a sua intenção de perfurar a linha-de-defesa e ultrapassar a linha-de-vantagem sempre com a equipa preparada para o apoio permanente para garantir a continuidade de cada movimento com todas as jogadoras na mesma página, permitindo a desestruturação da organização de partida para dificultar a defesa; do lado inglês, ocupando, numa linha, toda a largura do campo, a demonstração da confiança no poder físico individual e colectivo. 

Momento do Haka com as Black Ferns à esquerda e “em cunha” e as Red Roses
à direita e em “Linha”

E ao longo do jogo fomos vendo a tradução destas intenções em acções. As inglesas, com dois mauls-dinâmicos chegaram, iam decorridos 14’, por duas vezes ao ensaio e davam a ideia de potenciais vencedoras e que as Black Ferns não teriam capacidade de resposta à altura. Mas a expulsão — sem qualquer margem de dúvida e que obrigou a neozelandesa e melhor marcadora internacional feminina de ensaios, Portia Woodman, a sair lesionada — da 3/4 ponta inglesa, Lydia Thompson, aos 16’, acabou por “equilibrar” o confronto nos 48’ em que as neozelandesas jogaram em superioridade numérica.

Num jogo de grande intensidade e em que os movimentos de posse e transmissão de bola mostraram, pelos gestos, leitura e adaptação, a qualidade técnico-táctica das 30 jogadoras verificou-se, como em tantos outros jogos, a letalidade dos mauls-dinâmicos, podendo, portanto, dizer-se que no nível internacional este recurso — na qualidade da sua organização ofensiva e defensiva — é factor vital para conseguir chegar à vitória ou evitar a derrota.

Sendo, como aliás se viu, construidor de resultados que armas se podem utilizar para os evitar? A primeira é, sem dúvida, a disciplina: não fazer faltas no seu próprio meio-campo é evitar que a equipa adversária possa usar as penalidades para colocar o alinhamento na proximidade da linha-dos-5metros e, lançando a bola. possa criar todas as condições para ser eficaz. Deixando que o alinhamento se construa na zona de perigo —  5 a 10 metros da linha-de-ensaio — há quem defenda que a melhor maneira de impedir a concretização do ensaio é a não disputa da bola para que seja possível organizar o maul defensivo mais rapidamente e de forma mais estruturada. Não concordo! A não disputa da bola dá aos atacantes uma maior confiança na sua conquista, podendo preparar a organização do seu maul ofensivo sem qualquer dificuldade opositora. O saber da disputa da bola permite criar um mínimo de preocupação nos atacantes que os pode levar ao erro ou, idealmente, a perderem a bola. E foi o que se viu no último alinhamento do jogo — era a última jogada com 3 pontos de diferença no resultado — com lançamento inglês e com o estádio inteiro no alvoroço de perderem a final. Mas as neozelandesas e pela primeira vez, resolveram disputar a bola… e ganharam — ganhando assim a final e tornando-se, pela 6ª vez, Campeãs do Mundo.

Acabou por ser uma merecida vitória para as Black Ferns que conseguiam resistir ao maior poderio físico inglês e ainda conseguiram — correndo muitos risco (e daí as falhas de passes e recepções) — ultrapassar a notável e muito bem organizada defesa das Red Roses. As neozelandesas, pese o facto de terem sido teritorialmente dominadas — 52% para as inglesas — marcaram 6 dos 11 ensaios com uma posse de bola de 55% que lhes permitiu conquistar 651 metros contra 273 das inglesas, realizar 187 passes contra 95, com 12 off-loads e 86 ultrapassagens da linha-de-vantagem contra, respectivamente 1 e 44 das adversárias. Fizeram 86 placagens com 85% de sucesso contra 121 das inglesas que apenas conseguiram 70% de taxa de sucesso. Veja-se, para a justificação da vitória, como a utilização da bola no rugby de movimento desestruturado que as carateriza, as Black Ferns obrigaram as adversárias a um maior e menos eficaz número de placagens. O que representa, apesar dos riscos a que obriga, uma enorme confiança nos seus recursos O que mostra a qualidade de treinador que é Wayne Smith: não só é bom porque faz as jogadores acreditarem nele e nos seus processos, mas é óptimo porque as faz acreditar em si próprias e nas  capacidades de que dispõem.

Enfim, um jogo muito interessante, com conceitos tácticos diferentes mas que se pode considerar um excelente momento de aprendizagem e reflexão.

A França, equipa também muito interessante, conquistou, com alguma facilidade o 3º lugar ao derrota o Canadá por 36-0. As quatro equipas que participaram nos últimos jogos deste Mundial constituem os quatro primeiros classificados do ranking da World Rugby, mantendo-se a Inglaterra no 1º lugar apesar de só (?!) ter conseguido a Prata neste Mundial.

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

SEGUNDA JORNADA PARA O MUNDIAL 2023

Está cada vez mais próxima a decisão sobre a última equipa que se juntará às equipas já apuradas para o Mundial 2023.


Nesta segunda jornada, Portugal defrontará o XV do Kenya — 12h00 de sábado, 12 de Novembro, na SPORTV2 — com evidente favoritismo. Aliás as previsões mantêm o que desde o início se prognosticava: o último lugar disponível decidir-se-á, no último jogo deste apuramento, entre Portugal e os Estados Unidos. E tudo faz parecer que assim será. A equipa portuguesa fará oito alterações em relação à equipa que apresentou na 1ª jornada.

XV de Portugal: 15. Simão Bento, 14. Vincent Pinto, 11. Manuel Cardoso Pinto; 13. José Lima, 12. Tomás Appleton (cap); 10. Jerónimo Portela, 9. Samuel Marques; 7. José Madureira, 8. Thibault Freitas, 6. Nicolas Martins; 5. José Rebelo Andrade, 4. Steevy Cerqueira; 3. António Prim, 2. Mike Tadjer, 1. David Costa

Suplentes: 16. Francisco Fernandes, 17. Lionel Campergue, 18. Diogo Hasse Ferreira; 19. Duarte Torgal, 20. Xavier Cerejo, 21. João Belo, 22. Rafaelle Storti, 22. Nuno Sousa Guedes.


quinta-feira, 10 de novembro de 2022

NA DISPUTA DO TÍTULO MUNDIAL


 Na madrugada de sábado 12 de Novembro — 6h30 — joga-se a final do Mundial Femino entre as Black Ferns da Nova Zelândia e as Red Roses da Inglaterra. Em a previsão favorece as inglesas — 1º lugar do ranking feminino da World Rugby com 30 vitórias consecutivas depois da última derrota contra as Black Ferns (41-32) na final do Mundial de 2017— mas o jogo, com duas concepções de jogo em presença, será concerteza muito interessante apesar da hora madrugadora. Uma dos pontos interessantes a notar será verificar a forma como as Black Ferns serão capazes de atacar a defesa inglesa — rápida a subir e com muito boas placadoras — com a sua organização em movimento, criando pequenos grupos de ataque que, com a permanente preocupação de ultrapassar a Linha-de-Vantagem, conseguem articular-se com outros grupos e manter a fluidez do movimento. Ver como as inglesas responderão a estes ataques que exigem uma organização defensiva de grande nível, será um domínio muito interessante de análise. E de aprendizagem!

A escocesa Hollie Davidson — primeira mulher-árbitro a arbitrar em jogos com a participação de equipas masculinas que disputam o Seis Nações, no Portugal-Itália disputado no Restelo sendo ainda a única mulher-árbitro profissional a tempo inteiro — vai arbitrar a final deste Mundial. tornando-se na primeira mulher-árbitro a arbitrar finais de Mundiais de Sevens e XV num ano formidável e, para ela, inesquecível.

Para quem não gosta de ser madrugador e prefere deitar-se tarde, pelas 3h30 da madrugada joga-se o 3º e 4º lugar entre o Canadá e a França. 

AUTUMN NATIONS SERIES 2022 (II)

 



Nesta segunda jornada do Autumn Nations Series 2022, uma nova leva de bons jogos entre a quinzena das melhores equipas mundiais para nos encherem um fim‑de‑semana de sofá a ver televisão. E a estes ainda se acrescentam a Final e 3º e 4º lugar do Mundial Feminino, a 2ª Jornada do Apuramento para o Mundial de 2023, a última jornada do Europeu de Sub 20 onde iremos — numa desagradável surpresa — disputar o 3º e 4º lugares.

Destes jogos da quinzena dos melhores com a previsão de uma maioria de vitórias das equipas da casa, três deles são de não perder: Gales-Argentina, França-África do Sul e Escócia-Nova Zelândia

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

AUTUMN NATIONS SERIES 2022


A maior surpresa deste fim‑de‑semana cheio de jogos-teste terá sido o resultado conseguido pela Itália contra Samoa — de uma previsão de vitória samoana virou-se o bico ao prego para uma vitória italiana com a diferença de 32 pontos — da derrota para uma cabazada, pode dizer-se…

Outro jogo que subverteu as previsões foi o que se traduziu na vitória de Tonga sobre a Espanha por uma diferença de 34 pontos contra o previsto de 3 a 9 pontos favoráveis aos espanhóis. 

Nos jogos entre os dez melhores qualificados do ranking — a verdadeira elite — a maior surpresa terá sido a vitória da Argentina em Twickenham — quem esperaria? — sobre a Inglaterra mesmo que por um único ponto de diferença. Embora por números não esperados, a vitória da Nova Zelândia em Cardiff não andou longe do resultado do ano passado e junta mais um aos 69 anos em que Gales não consegue vencer (33 jogos) os AllBlacks.

Deste grupo há ainda a notar — garantindo o 1º lugar do ranking — a vitória da Irlanda sobre os campeões do Mundo, a África do Sul, para além do résvés da França que, longe daquilo que se tem dito, não se mostrou a poderosa força de boa articulação entre o jogo de penetração e jogo ao largo e venceu uma quase surprendente Austrália porque os deuses e Penaud lhe foram favoráveis.

Dos “nossos”, a Geórgia venceu normalmente o Uruguai, a Roménia teve dificuldades para venceo o Chile e a Espanha apanhou um “banho” de Tonga. O resultado conseguido pelos Estados Unidos sobre o Kenya foi o esperado enquanto que os números da vitória de Portugal sobre HongKong surpreenderam pelo volume da diferença — esperava-se uma vitória pela diferença de 8 pontos mas a diferença final foi de 28 pontos com 6 ensaios a marcarem a diferença de capacidade de utilização da bola e da incapacidade defensiva dos Dragons.

O CAMINHO DO APURAMENTO


 O XV de Portugal fez, nesta primeira das três etapas de Apuramento, o que lhe competia: vencer!. Já favorito, venceu no entanto por números que ultrapassaram as expectativas com a marcação de 6 ensaios que, para além da garantia de 1 ponto de bónus ofensivo, mostraram de novo a qualidade do nosso três-de-trás. Pena foi a habitual indisciplina — 9 penalidades sofridas só na 1ª parte e 2 cartões amarelos — um na 1ª parte e outro no final do jogo.

Os Estados Unidos venceram — para além de obterem também um ponto de bónus ofensivo — por uma diferença que, superiorizando-se na relação marcados-sofridos, lhes permite ocupar o 1º lugar da tabela classificativa.

Com uma semana de intervalo para trabalhar as fases menos conseguidas, Portugal e os Estados Unidos mostram-se como os dois verdadeiros pretendentes ao último lugar disponível de acesso ao Mundial de 2023. De facto e após estes dois jogos da 1º Jornada, as duas equipas mostram-se como as únicas prendentes e estão a ver-se numa finalíssima a 12 de Novembro. 

domingo, 6 de novembro de 2022

O ESPERADO (MAS DE QUALIDADE) NO MUNDIAL FEMININO

As meias-finais do Mundial Feminino 2021 tiveram o resultado esperado: final entre a Inglaterra e as Black Ferns, as neozelandesas.

Mas não foi nada fácil para as neozelandesas apurarem-se para a final: a França falhou, no último minuto de jogo, a penalidade, que lhe daria a vitória. Um enorme azar que pesará na chutadora Caroline Drouin durante muito tempo… 

Quaisquer dos jogos das meias-finais foram muito bem disputados e com elevado nível do rugby jogado. Então no Nova Zelândia-França vimos uma excelente demonstração de conceitos tácticos que  caracterizam o jogo. Graham Henry considera que o jogo de rugby é uma corrida pela Linha de Vantagem, pois foi o que vimos de um lado e do outro — dando para perceber a vantagem do conceito. A rapidez de subida defensiva francesa foi notável diminuindo muito as capacidades atacantes das Black Ferns — esta equipa neozelandesa, como os All Blacks, tem a preocupação permanente de criar, pela organização em pequenos grupos, uma grande fluidez atacante na procura de espaços que, evitando o choque directo, desorganizam a defesa adversária e permitem a continuidade dos movimentos com permanente conquista de terreno. A subida rápida e muito bem organizada — trabalho notável que está por trás daquilo que vimos — das francesas impediu a habitual e letal utilização da 2ª linha atacante. Terminando o jogo com um pouco esperado menor número de ensaios (2) das neozelandesas em relação ás francesas que marcaram 3 ensaios.

Num jogo muito equilibrado e com o domínio territorial dividido (51% contra 49% favorável às vencedoras), com 307 placagens e uma vantagem francesa nos alinhamentos, as Black Ferns tiveram uma maior posse de bola (56%) conquistando mais 200 metros e o dobro de ultrapassagens da linha-de-vantagem mas sem conseguir, graças, repete-se, à muito boa organização defensiva francesa traduzir em vantagem no resultado. Um excelente jogo para se (re)ver. Veremos agora as transformações que Wayne Smith fará para garantir a final…

A Inglaterra, com menos domínio territorial e de posse da bola (44%) e com menos ultrapassagens da linha-de-vantagem, conseguiu, com a sua capacidade defensiva colectiva e individual — 88% de placagens contra 77% das canadianas — igualar o número de ensaios e com uma maior disciplina, vencer a meia-final.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

INÍCIO DO APURAMENTO PARA A RWC 2023


Neste fim‑de‑semana de 6 de Novembro joga-se, no Dubai e entre Portugal, Estados Unidos, Hong-Kong e Kenya, a 1ª jornada do Grupo de Apuramento da Rugby World Cup 2023 que apurará a última equipa a qualificar-se para o quadro final. O que significa, nos três jogos que cada equipa realizará, que a única garantia de eficácia real será traduzida por três vitórias.

No seu primeiro jogo os Lobos de Portugal defrontarão os Dragons de Hong-Kong — que nunca participaram em qualquer Fase Final de Mundiais e as previsões, baseadas na classificação e pontuação do Ranking da World Rugby, apontam para uma vitória portuguesa por 8 pontos de diferença. E Portugal, com 523 internacionalizações no conjunto dos seus 30 jogadores convocados (o XV inicial tem uma média de 24 internacionalizações) contra 157 (média de 7 internacionalizações no XV principal) dos mesmo 30 convocados de Hong-Kong a que se acrescenta um capitão, Tomás Appleton, com 53 selecções contra apenas 2  internacionalizações do capitão de Hong-Kong, o Nº 8 Joshua Hrstich, tem assim do seu lado a experiência necessária para chegar à vitória.

Que assim seja, lançando com a melhor esperança a equipa de Portugal para os próximos jogos com o Kenya e Estados Unidos. 

O XV de Portugal (entre parênteses o número de internacionalizações) alinhará: 

1. Francisco Fernandes (37), 2. Mike Tadjer (25), 3. Diogo Hasse Ferreira (26); 4. Steevy Cerqueira (6), 5. José Madeira (22); 6. João Granate (18), 7. David Wallis (14), 8. Rafael Simões (20); 9. Samuel Marques (15), 10. Jerónimo Portela (16); 12. Tomás Appleton, cap.(53), 13. José Lima (43); 11. Raffaelle Storti (14); 14. Rodrigo Marta (24), 15. Nuno Sousa Guedes (28).

SUPLENTES: 16. David Costa (15), 17. Duarte Diniz (22), 18. António Prim (1); 19. Duarte Torgal (15), 20. Thibault Freitas (14), 21. Pedro Lucas (10), 22. Manuel Cardoso Pinto (23), 23. Vincent Pinto (5).

No outro jogo do Apuramento, os Estados Unidos detêm, logo marcado pela diferença de posições do Ranking — 19 e 33 respectivamente — todo o favoritismo (26 pontos de diferença) no seu jogo contra o Kenya. 

Se as previsões se tornarem realidade, a equipa que se apurará para o Mundial decidir-se-á no último jogo, a 18 de Novembro, entre Portugal e os Estados Unidos. Esperemos…



quinta-feira, 3 de novembro de 2022

AUTUMN NATIONS SERIES 2022 E WWRC 2021

Começou o mês de Novembro e surge a habitual janela internacional com as Autumn Nations Series 2022 que apresentam uma série de jogos da maior expectativa e nesta primeira jornada a maioria das previsões — do XV contra XV e da Rugby Vision — apontam para vitórias caseiras com excepção dos jogos Gales-AllBlacks e Itália-Samoa onde são previstas vitórias dos visitantes. Mas o factor casa que nisto de jogos internacionais de estádios cheios pesa que se farta, pode alterar as coisas…

Neste mesmo fim‑de‑semana há ainda para ver as meias finais do Mundial feminino — a horas impróprias sublinhe-se — com Canadá-Inglaterra e Black Ferns-França.

E como se esta série de jogos não bastasse, começa hoje, 6ª feira, o Hong-Kong Sevens

Um fartote de jogos que, não sendo possível ver todos, me lembraram a resposta ao avô que, na bancada, o convidava para se sentar ao seu lado e ver o jogo, de um miúdo de menos de 10 anos: eu não quero ver nenhum jogo, quero é ganhar! E nesta dificuldade de encontrar tempo e horários para ver tudo, é uma boa hipótese a seguir: escolhe-se uma equipa, não se vê o jogo e espera-se que ela ganhe…






terça-feira, 1 de novembro de 2022

SUPER CUP DA FACILIDADE COMPETITIVA


Terminou finalmente a fase de grupos da pomposamente designada por Rugby Europe Super Cup 2022. E digo finalmente porque esta competição tem um baixo índice de competitividade — dos seis jogos do grupo, designada por Conferência Oeste e onde competiram os Lusitanos (a menos competitiva das duas conferências), houve apenas dois jogos que, embora de fraco  nível técnico-táctico, foram minimamente competitivos. Quanto aos outros, duas vitórias por 95 pontos sobre os Brussels Devils e duas vitórias a marcar uma diferença de 44 pontos sobre os nerlandeses Delta não trouxeram qualquer vantagem para o desenvolvimento dos jogadores portugueses potenciais ou já internacionais. Neste fraco torneio que só terá a sua fase mais competitiva, em data a designar depois da Fase de Apuramento, com a disputa das meias-finais (de nada servindo portanto para a preparação dos Lobos que nos representarão no apuramento para o Mundial 2023) os Lusitanos, face à definição de desempate classificativo por uma linha colocada (recentemente?) num escondido see more do site da Rugby Europe e que, com espanto, contraria o Tournament Manual Rugby Europe XV Championship Men & Women 2022-23*, ficaram em primeiro lugar da sua Conferência com a consequência positiva de garantir em casa o jogo das meias-finais contra a equipa israelita (?!) de Tel-Aviv.

Se não serve para qualquer tipo de preparação — porque não permite uma competição que se coloque acima dos campeonatos nacionais dos concorrentes principais e, por isso, não atinge o nível que se exige a este tipo de competições: desenrolar-se num patamar intermédio entre a competição nacional e a internacional — para que serve este tipo de competição? Por um lado para uma acção propagandística da Rugby Europe que assim espera o reconhecimento e apoio dos países de menor valia (que faz neste torneio Israel com uma equipa cheia de sul-africanos e fijianos?); por outro lado para um óbvio prejuízo do TOP 10 português que vê as suas equipas menos poderosas mas que tenham alguns dos seus jogadores (os melhores) na equipa dos Lusitanos se tornam ainda mais fracas — o CDUP é exemplo flagrante — permitindo assim resultados que podem adulterar o resultado final classificativo… (teria sido preferível organizar um torneio com as equipas do TOP10 e adiar o início do campeonato para o pós-Apuramento)

… e serviu ainda para provar o que já sabíamos do rugby português ao nível inernacional e que nos tirou a possibilidade do apuramento directo para o Mundial… 

E se temos uma excelente capacidade do três-de-trás que tem jogadores suficientes para ser uma excelente arma atacante, outros domínios se se mostram maus, desadaptados e com erros confrangedores e grosseiros, continuando sem a necessária e desejada melhoria como seja: uma desastrosa incapacidade de defender o maul; uma muito fraca capacidade de resistência nas formações-ordenadas (é curioso como não se vê nestes dois últimos domínios melhorias técnicas que anulem as desvantagens físicas que possam eventualmente haver — que é feito do programa Força Oito?); um jogo-ao-pé de entrega da bola e que serve de pouco para garantir a conquista e domínio do território ou a criação de desequilíbrios; o jogo feito a demasiada distância de segurança da Linha-de-vantagem que quase só torna possível a utilização da capacidade de movimento e velocidade das linhas-atrasadas nas situações de formações-expontâneas conquistadas, aumentando o problema, por óbvia vantagem da superioridade numérica da linha defensiva, de realizar a procura de ultrapassar a Linha-de-vantagem sem ser por constantes colisões sem que a manobra que abriria espaços tenha sido anteriormente realizada**. Tudo isto a somar a uma situação completamente insustentável da indisciplina dos jogadores que fazem demasiadas faltas, entregando terreno de borla aos adversários — ou os árbitros portugueses são treinados para arbitrar de acordo com os princípios que estão a ser utilizados no espaço europeu e usam esses critérios no campeonato nacional ou as faltas continuarão a prejudicar as equipas nacionais nos encontros internacionais.

Com um campeonato falho de qualidade — cada equipa não dispõe dos seus melhores — e uma prova internacional sem intensidade e equilíbrio capazes — por mais que o CEO da Rugby Europe pretenda dizer o contrário — a nossa preparação não teve a qualidade desejada nem foi posta à prova as vezes necessárias para impôr as devidas correcções e adaptações. 

De nada valendo chorar no molhado, resta-nos a esperança — a tal que nunca morre — da transformação e que os Lobos mostrem a eficácia capaz de superar os seus adversários do Apuramento…

* Se o critério para o desempate desta Super Cup está quase correcto — em campeonatos ou torneios com pontos de bónus o mais correcto é que o 1º factor, como se define em Portugal e em Inglaterra (Premiereship pelo menos), seja o maior número de vitórias seguido então, como 2º factor, pela diferença global de pontos marcados e sofridos — a proposta do Manual mantém o “eterno”disparate de considerar que o desempate se define pelo melhor resultados dos jogos entre as duas equipas empatadas permitindo o erro crucial de um mesmo acto se traduzir numa dupla penalização — já terá valido os pontos perdidos de uma derrota e valerá ainda para saber quem segue adiante… (para além de poder propocionar combinações…)

** Como ensinou estrategicamente Nuno Álvares Pereira, no combate deve fazer-se prevalecer a manobra sobre o choque, surpreendendo e evitando um eventual maior poderio do adversário.



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