segunda-feira, 30 de setembro de 2024

ÁFRICA DOS SUL VENCEDORA DO CHAMPIONSHIP 2024


 As grandes equipas têm destas coisas: quando toca a sério, é a sério. E assim a África do Sul derrotou os argentinos por um diferença de 41 pontos num jogo de grande qualidade, garantindo o 1º lugar da classificação do torneio e a Nova Zelândia, com uma diferença de 20 pontos, derrotou a Austrália e atingiu o segundo lugar da Championship. E com estes resultados não houve, ao contrário das possibilidades que havia, qualquer alteração no Ranking da World Rugby, tendo o posicionamento e os pontos ficado os mesmos da semana anterior. 

Qualquer dos jogos foi muito bom de ver, mostrando-nos claramente modelos e formas do jogo muito avançadas e mostrando também o domínio dos gestos técnicos críticos que, não existindo, não permitem a continuidade de movimento sem a qual o número de fases que provocam os desequilíbrios ataque/defesa não são possíveis. Ver jogos destes — a que se podem juntar, porque se ganha também muito em vê-los, os jogos do rugby feminino do W.XV — permite repensar a inteligência táctica necessária aos jogos de nível superior. Para além da maior intensidade, a articulação colectiva, a compreensão das sequências, a capacidade de reação para se disponibilizar imediatamente em apoio, exigem uma capacidade física cada vez mais apurada. Uma atenção que os jogadores e as equipas portuguesas devem levar em linha de conta…

No penúltimo jogo das duas equipas adversárias dos Lusitanos nas próximas jornadas, os Black Lions não tiveram quaisquer problemas em derrotar os ditos Iberians por 26 pontos de diferença, marcando 7 ensaios contra os 3 marcados pelos espanhóis. 

Os Lusitanos defrontarão em Tbilisi, Avchala Stadium, os Black Lions em 12 de Outubro para depois irem terminar a sua prova a 20 de Outubro em Burgos contra os ditos Iberians de Espanha.

A vitória no torneio da equipa georgiana não deverá estar em causa — tem já 15 pontos contra 5 dos Lusitanos e zero dos ditos Iberians — embora os Lusitanos se conseguirem duas vitórias por 5 pontos (4 ensaios com diferença positiva de 3) atingirão também os 15 pontos mas terão dificuldades em conseguir o desempate para o seu lado. No entanto não se podem deixar surpreender pela equipa espanhola — perder por mais de 3 ensaios de diferença com 4 ensaios sofridos — para garantir, no mínimo o 2º lugar.

sábado, 28 de setembro de 2024

ÚLTIMA JORNADA DO RUGBY CHAMPIONSHIP 2024

 

Estes jogos da última jornada podem fazer alterações no actual Ranking da World Rugby mas, no entanto, as previsões apontam para que não haja surpresas — curiosamente a África do Sul só voltará ao 1º lugar do Ranking se empatar o jogo com a Argentina uma vez que a vitória — pela diferença de pontos de ranking existente entre ambos — não lhe dá pontos de conquista e 1 ponto que o empate dará a ambas as equipas, permitirá aos sul-africanos ultrapassar os actuais 92,12 pontos da Irlanda e regressar ao topo da tabela.

Com 5 pontos de classificação de diferença a África do Sul só não ganhará o Championship se perder sem conseguir um bónus defensivo, conseguindo os argentinos marcarem 4 ensaios e obtenham assim um ponto de bónus ofensivo. No entanto a derrota dos Pumas pode permitir o acesso ao segundo lugar dos neozelandeses, caso estes vençam, como é previsível, os australianos. Portanto e de acordo com as previsões a classificação final dará a vitória à África do Sul e o segundo lugar à Nova Zelândia. A ver…

No Rugby Europe Super Cup, os georgianos dos Black Lions recebem os espanhóis ditos Iberians antes de receberem os Lusitanos a 12 de Outubro que ainda jogarão em Tiblisi, contra os Black Lions e para fecho da competição, em Burgos, contra os ditos Iberians a 20 de Outubro.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

FIJI VENCE PACIFIC NATIONS E OS LUSITANOS ESTIVERAM MAL


Com a vitória, por um ponto de diferença— num jogo com ensaios muito bem construídos e com o falhanço da penalidade de Mannie Libbok no último minuto de jogo — da Argentina sobre a África do Sul que, aliás, jogou sem sete habituais titulares seguindo a tese de Erasmus de garantir 30 jogadores do mesmo nível para conquistar o Mundial da Austrália, a Irlanda passou de novo para o 1º lugar do Ranking da World Rugby. 

Derrotando, pela primeira vez numa mesma época, os três grandes do Sul, a Argentina sonha agora com a hipótese de vitória na Championship — precisa de uma nova vitória sobre os Springboks, marcando 4 ensaios e não permitindo o ponto de bónus defensivo aos sul-africanos. Nada fácil mas como sonhar não é proibido…

Derrotando, fora e por 3 pontos de diferença, a Austrália, a Nova Zelândia espera, para poder chegar ao 2º lugar da Championship, que o filme do jogo Springboks-Pumas seja diferente do sonho argentino e tenha uma vitória sul-africana e que vença de novo e no Sky Stadium de Wellington, a Austrália.

Fiji, derrotando o Japão por expressivos 41-17 (24 pontos de diferença), venceu o Pacific Nations enquanto que Samoa, vencendo os Estados Unidos por uma diferença de 6 pontos, classificou-se em 3º lugar.

Com estes resultados o Ranking da World Rugby e para além do já assinalado acesso da Irlanda ao 1º lugar mas que o poderá perder se houver um empate no jogo do Mbombela Stadium, sofreu alterações — troca da Escócia com a Argentina, de Fiji com a Austrália e de Samoa com o Japão — que abrem enormes expectativas para os jogos internacionais deste Outono.


Na Super Cup europeia e depois de uma vitória sobre os espanhóis ditos Iberians, os nossos Lusitanos defrontaram os georgianos dos Black Lions e viram-se derrotados por 38-14 depois de terem estado a perder por 38-0 no final do terceiro-quarto do jogo, sofrendo 6 ensaios. Mais uma vez os Lusitanos mostraram os defeitos do rugby português que parece distraído destes permanentes erros competitivos: os portugueses fizeram faltas infantis que permitiram entregas grátis de terreno que só podem ser explicadas por uma de duas razões: ignorância das Leis do Jogo ou desconcentrações negligentes e desadequadas à importância do jogo. E assim não é possível!

Por outro lado, os portugueses continuam a não ser capazes de atacar próximo da linha-de-vantagem, dando, com o terreno que entregam, toda a vantagem à defesa adversária que, para além de conquistar terreno, entrega uma superioridade numérica que torna a defesa mais capaz. E perceber isto, esta geografia táctica de terreno, não é dificil desde que se percebam os Princípios Fundamentais do Jogo e que, longe de viver das habilidades individuais, o Rugby é um exigente jogo-colectivo que impõe a coordenação e adaptação entre todos os membros da equipa. E os portugueses não o fazem!

Para além desta incapacidade, os Lusitanos mostraram-se incapazes de realizar movimentos e suas alterações — linhas-de-corrida convergentes e divergentes, combinações falsas e verdadeiras de dobras, cruzamentos e jogo-ao-pé alternado em rasteiro e balão, tirando o melhor partido da nova lei de fora-de-jogo e garantindo um mínimo de conquista de terreno— que desequilibrem a defesa e abram intervalos por onde se pode atingir a área-de-ensaio. E a isto é necessário juntar o reconhecimento de que a conquista de terreno é fundamental para aumentar a pressão sobre os adversários.
 
Temos que nos lembrar que temos um Campeonato do Mundo onde pretendemos estar presentes e que isso, implicando a coesão de clubes, treinadores, árbitros e selecções, não permite distrações.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

FIJI-JAPÃO NA FINAL DO PACIFIC NATIONS CUP


Na penúltima jornada a África do Sul — a quem falta apenas uma vitória para vencer o Championship — jogará contra os Pumas na Argentina. Com uma previsão de vitória por 16 pontos de diferença, será o mais provável embora a Irlanda esteja a fazer figas a pedir uma derrota dos Springboks para voltar ao 1º lugar do ranking mundial. Jogando às nossas 22 horas deste sábado, próximo da meia-noite já saberemos se o pesado sonho irlandês abriu uma brecha e se tornou realidade.

Na Austrália, AllBlacks e Wallabies juntam ao jogo oficial a disputa anual da primeira mão da tradicional Bledisloe Cup com o favoritismo, embora jogando fora, a cair nas mãos dos neozelandeses. e se assim fôr, os tempos actuais dos australianos confirmarão, mais uma vez, as suas actuais incapacidades competitivas (lembre-se a recente derrota contra os Pumas por 40 pontos de diferença…)

No Pacific Nations Cup, Fiji vai disutar a final com o Japão enquanto o 3º e 4º lugares se disputarão entre os Estados Unidos e Samoa que surgirão como favoritos. Na final o favoritismo vai para os fijianos que, pela previsão, poderão ganhar por 16 pontos de diferença. No entanto e nos jogos recentes desta taça, ambas as equipas venceram os seus três jogos, marcando ambas 13 ensaios — o que permite perspectivar um jogo interessante de resultado imprevisível até ao fim, tudo dependendo da capacidade defensiva japonesa e da sua capacidade física para garantir que manterão a pressão suficiente durante um tempo de jogo que se prevê de grande intensidade. 

No mesmo dia de hoje continua a disputar-se o Rugby Europe Super Cup com os Lusitanos, no Jamor, a receberem os georgianos Black Lions. Tendo ambas as equipas derrotado a Espanha — os portugueses por 36-18 com a marcação de 5 ensaios e conquistando assim 1 ponto de bónus ofensivo e os georgianos com uma mais folgada vitória — também com um ponto de bónus ofensivo com 8 ensaios marcados — traduzida num resultado final de 54-3. O jogo não será fácil para os Lusitanos que tudo farão para mostrar que o empate entre as duas selecções principais conseguido no Mundial não terá sido obra do acaso. 

terça-feira, 10 de setembro de 2024

SURPREENDENTE ARGENTINA


Ser argentino e ter estado no estádio de Santa Fé será uma memória para guardar para a eternidade. A vitória de 67-47 com 9 ensaios contra os Australianos e depois de ter estado, aos 29’ de jogo, a perder por 20-3, é obra. A valer mandar imprimir T-shirts com “eu estive lá!” sobre uma foto do jogo. 
De novo se confirmou a característica “preferida” deste equipa argentina — são capazes do pior e do melhor. Mas desta vez, recorrendo, em jogo completo, ao abertura do Benetton Rugby, Tomas Albornoz, a “conversa” foi diferente e o jogo de movimento deu cabo da defesa australiana ao garantirem 99 ultrapassagens da linha-de-vantagem e 17 passes-em-carga (off-loads). Nestas contas também se deve notar uma maior disciplina colectiva ao não ultrapassarem 5 penalidades contra 11 dos australianos. Notável vitória dos Pumas com uma inesperada diferença de 40 pontos. Quem diria?…

No jogo entre os Springboks e os AllBlacks, nova vitória sul-africana. E desta vez com uma clara demonstração — apesar de que a composição do XV inicial me ter feito pensar num retorno ao passado — de que o rugby sul-africano mudou e o movimento e a sua continuidade comanda a sua “nova” forma de jogar. De tal maneira que o banco foi, ao contrário do que vinha sendo habitual, formado apenas com 5 avançados — dois eram 3ª linhas —e 3 linhas atrasadas. Mas houve mais: os Springboks prescindiram de chutar aos postes 5 penalidades de bom posicionamento, para procurarem a conquista de terreno e da bola nos alinhamentos seguintes. E o jogo — e nós espectadores — ganhou com estas decisões. E assim a África do Sul caminha a passos largos — já tem 8 pontos de diferença na classificação — para a vitória final.


No jogo realizado no CAR do Jamor e a  contar para Rugby Europe Super Cup, os Lusitanos venceram os (ditos) Iberians pelo belo resultado de 36-18, marcando 5 ensaios — tendo sofrido apenas 2 garantiram 1 ponto de bónus ofensivo. 

Num jogo com bastantes falhas — neste início-início de época o jogo e a coesão fazia pela memória da época anterior — os portugueses mostraram-se bastante superiores e conseguiram alguns movimentos bastante interessantes com o apoio a aparecer mais ligado e, em alguns momentos, a ver-se o recurso  mão de Simon Mannix — ao losango, garantindo assim a continuidade do movimento. No sábado 21 de Setembro e também no Jamor, disputar-se-á o Lusitanos-Black Lions  da Geórgia.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

DE NOVO UM SPRINGBOKS-ALLBLACKS


No Rugby Championship dois jogos em que qualquer das equipas vai tudo fazer, pesem embora as previsões, para vencer e garantir a proximidade competitiva e a “moral” dos seus adeptos. No entanto as equipas da casa — Springboks e Pumas — têm o favoritismo. E para o garantir e depois do que se passou no jogo de há oito dias, os sul-africanos deixam de fora as novidades desta época como Sacha Feinberg-Mngomezulu — o abertura que mostrou novas capacidades do jogo sul-africano — e que é substituído pelo conhecido Handre Pollard, ficando no banco ou o defesa Aphelele Fassi que não faz parte do 23 que constitui a equipa. Voltando ao antigo conceito que lhes permitiu a conquista dos mundiais, estas alterações também significam algum receio... A adaptação dos AllBlacks ao mais que provável jogo ao pé longo dos Springboks parece fazer-se — embora numa estranha supresa — com a saída de Bauden Barrett e a deslocação do excelente ponta Will Jordan para a posição de defesa. A maior curiosidade será no entanto ver como os AllBlacks, para além da sua melhor adaptação aos conceitos da arbitragem,  conseguirão enfrentar a rush defense — convenhamos que com muitas saídas em fora-de-jogo a impedir a possibilidade de ataque organizado…

No embate entre Pumas e Wallabies a “vingança” argentina é uma exigência quase absoluta dos seus adeptos. No entanto os australianos querem mostrar que estão a atingir o seu nível habitual e como terão ainda de enfrentar os neozelandeses... A ver vamos.

Na Pacific Nations Cup os adversários directos — lugar acima e lugar abaixo — de Portugal são Tonga e Japão cujos resultados, defrontando Fiji e Estados Unidos, podem interferir com a posição dos Lobos no Ranking da World Rugby. A derrota, mais do que provável de Tonga e que lhes custará entre 0,34 e 0,50 ponto de ranking, consolidará, de momento, a 15ª posição portuguesa.

No nosso CAR do Jamor os Lusitanos defrontam os espanhóis ditos Iberians na 1ª jornada do Rugby Europe Super Cup com a curiosidade de se poder ver a capacidade dos jogadores portugueses que, como se sabe, não tiveram, depois de começada a época e após o defeso, jogos que lhes permitam as adaptações físicas, técnicas e tácticas necessárias à eficácia do jogo competitivo. Dir-se-á que dependerão da memória a comandar as acções… 

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

ÀFRICA DO SUL NA FRENTE (felizmente com rugby mais interessante)


 Ao contrário das previsões — vitória das equipas da casa por 15 pontos de diferença — os resultados desta 3ª jornada foram resvés e a minutos do fim, qualquer das equipas poderia vencer. Curiosamente os AllBlacks, ao contrário das estatísticas mundiais, perderam um jogo em que marcaram mais ensaios. De facto os AllBlacks perderam um jogo que deviam ter ganho — estiveram a ganhar por 10 pontos de diferença e venciam a 10’minutos do fim. Mas há razões visíveis para a derrota, apesar da demonstração de franca melhoria no jogo colectivo, mas a indisciplina — dizem os neozelandeses que não percebiam os critérios da arbitragem… — levando a 14 penalidades, com 10 delas no próprio meio-campo das quais os sul-africanos converteram 4. Por outro lado os neozelandeses não conseguiram o número de rucks que lhes permitissem conquistar a vantagem no desequilíbrio do jogo. Por outro lado as substituições neozelandesas realizadas não foram capazes de se opôr ao “bomb squad” sul-africano e “entregaram” o jogo no último quarto-de-hora. Com este resultado com 4 pontos de diferença a mostrar que os AlBlacks já estão muito próximos dos Springboks, o jogo do próximo sábado promete. E fica a esperança que o actual modelo de jogo que estão a utilizar se vá desenvolvendo e nos permita, enquanto espectadores, um superior divertimento.

No outro jogo verificou-se de novo aquilo que parece ser um problema argentino: os Pumas não são consistentes! Fazem um ou outro grande resultado e pelo meio, perdem-se. Neste caso perderam-se com a vitória no bolso. Há qualquer coisa naquele grupo que não funciona na perfeição. Eventualmente parece faltar coesão, por isso, consideram momentos de níveis superiores como fixos mas que não conseguem sustentar. Vai ser interessante o que poderão mostrar na 4ª jornada de sábado. Quanto à Austrália, conseguiu subir a um nível mais próximo do seu normal. Ao ganhar no último momento do jogo, mostrou-se mais consistente do que o habitual conseguindo vantagem nos rucks e nos alinhamentos e mostrando-se muito capaz nas formações-ordenadas.

A classificação geral coloca a África do Sul no 1º lugar com uma vantagem razoável e que a torna como principal favorita à vitória final. O que não admirará muito porque, sendo campeões do mundo, mantêm ainda e actualmente o 1º lugar do ranking da World Rugby.



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