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terça-feira, 19 de julho de 2022

IRLANDA NO 1º LUGAR DO RANKING

Com a vitória — 32-22 — conseguida em casa da Nova Zelândia, a Irlanda venceu, pela primeira vez, as séries contra os AllBlacks e conquistou o 1º lugar do ranking da World Rugby, posição que já não ocupava desde Setembro de 2019.


De facto, a Irlanda, com a sua rápida e constante pressão defensiva e ataque à linha de vantagem, diminuindo tempo e espaço a que juntou variações de linhas-de-corrida e um muito acutilante jogo-ao-pé, colocou os neozelandeses sempre em dificuldades — de nada lhes tendo valido o maior tempo de posse de bola (56%) ou de domínio teritorial (57%) — cometendo demasiados erros não forçados e acabando por ver or irlandeses marcarem 4 ensaios contra 3 dos neozelandeses.

Nos outros jogos, se os visitantes Samoa, Inglaterra contrariaram com as suas vitórias as previsões, foi o Chile que cometeu a maior proeza ao vencer — conseguindo a vantagem de um ponto no conjunto dos dois jogos — na casa dos USA e, assim qualificar-se directamente para o Mundial, colocando os americanos na Repescagem onde — terminado que seja o processo de eliminação da Espanha — a equipa de Portugal conta estar presente.

Portugal jogou de novo com a Geórgia em Tiblisi e foi derrotado por 23-14 num resultado bastante melhor do que a previsão. No entanto, com esta derrota, baixou de novo ao 20º lugar do ranking, sendo ultrapassado pelo Uruguai, vencedor da Roménia.

Mas este jogo voltou a mostrar as debilidades habituais que têm vindo a ser demonstradas para além de — como referiu o “capitão” José Lima no final do jogo (cito de ouvido): mais uma vez perdemos o jogo por erros cometidos no final do jogo — e que se mantêm na indisciplina (17 penalidades —12 das quais no próprio meio-campo — e 1 cartão amarelo); num jogo-ao-pé que continua pouco assertivo e, o pior, no facto das linhas que têm que manobrar as bolas conquistadas quer em formações-ordenadas quer em formações-expontâneas continuarem a receber a bola parados — ignorando a regra essencial de correr-receber-utilizar — e a demasiada distância da linha-de-vantagem, arrancando depois de receberem a bola, dando assim todas as vantagens à defesa que, subindo facilmente, encurta tempo e espaço de manobra e tem ainda a possibilidade, a que acresce o número de jogadores não fixados, de se adaptar aos movimentos atacantes. 

Num jogo fraco e de pouca intensidade — o que se pode caracterizar como “de fim de época”  mas com uma arbitragem do inglês Adam Leal muito interessante, não caindo nunca, num exemplo a seguir, na armadilha de favorecer o infractor e não utilizando pedagogias dispensáveis— e onde qualquer das equipas se mostrou muito pouco eficaz, não deixam de ser curiosaas as palavras finais do Seleccionador Nacional, Patrice Lagisquet, que se mostrou muito satifeito com o comportamento do seu bloco de avançados…

Pelo que vi, não me sinto tão optimista e espero bem que, daqui até Novembro e se se mantiver a decisão da Rugby World para nomear Portugal (as últimas notícias dizem que a actual Comissão de Gestão espanhola decidiu  contestar no TAS as decisões da federação internacional), seja possível melhorar substancialmente a capacidade do bloco nas formações-ordenadas, na defesa dos mauls e, ainda, que a 3ª linha aprenda a jogar colectivamente e que reconheça as linhas-de-corrida defensivas e atacantes que compete a cada um dos seus elementos. Como se viu pelos resultados conseguidos nesta época (9 jogos com 2 vitórias e 1 empate), estamos longe de ser uma equipa que, mostrando algumas potenciais qualidades, não tem a consistência para se mostrar de elevado nível competitivo — o nível que a participação num Mundial exige. E há que aproveitar o tempo que falta, treinando o que deve ser treinado.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

TERCEIRA RONDA DOS JOGOS-TESTE DE JULHO


Outro fim‑de‑semana de grandes jogos internacionais com Portugal a ir jogar — 15h00 de sábado, Rugby TV — à Geórgia, recente vencedora do habitual tira-teimas com a Itália por 28-19, num jogo em que, depois do empate 25-25 de Fevereiro último, permite fundadas esperanças — se entretanto tivermos organizado eficazmente a nossa defesa do maul, dado ao jogo-ao-pé uma outra consistência e garantindo que levamos a disciplina para dentro do campo — de que o resultado seja bastante melhor do que as previsões apontam.

Os jogos-testes de Julho, no outro lado do mundo têm o seu terceiro-jogo que, se não servem para garantir a vitória da série, servem, pelo menos, para garantir que não se ficam pelas  derrotas como poderá ser o caso da Austrália ou do Uruguai-Roménia que realizarão o seu segundo jogo.    

Um jogo que interessa a Portugal é o USA-Chile cujo derrotado na soma dos dois jogos — os USA venceram em Santiago o 1º jogo por um ponto de vantagem — irá disputar a Repescagem em Novembro onde a selecção nacional conta estar presente.

E Nova Zelândia-Irlanda depois da última vitória irlandesa põe 23-12 faz desta negra um caso à parte para os neozelandeses que não estarão dispostos a perder as séries — para mais quando se sentem lesados com a proibição da entrada de Savea no último  jogo na confusão estabelecida entre cartões, primeiras-linhas e formações-ordenadas simuladas (e têm razão porque foi um enorme erro da equipa de arbitragem numa demonstração de que as Leis são confusas e demasiado complexas e não permitem as boas decisões em situações de tensão como é um jogo internacional (analisaremos isso num post seguinte). Do resultado deste jogo dependerá a manutenção da França no 1.º lugar do ranking mundial — vencendo, a Irlanda passará para o 1.º lugar que já não ocupa desde Setembro de 2019.  

No outro jogo que é também uma finalíssima, o África do Sul-Gales, está também a levantar enormes expectativas — os sul-africanos substituíram 11 dos jogadores que foram derrotados no último fim‑de‑semana. Pelo andar da carruagem — isto é, das ditas "guerras psicológicas" que se vão lendo/ouvindo na comunicação social — os sul-africanos terão a obrigação de ganhar enquanto que os galeses terão a possibilidade de vencer  A ver...

Enfim... jogos a não perder — mesmo se só se conseguirem ver um ou dois dias depois.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

FRANÇA NO 1º LUGAR DO RANKING



Com um fim‑de‑semana de vitórias, os países do H Norte ocupam — desde que o ranking foi iniciado em Outubro de 2003 — os dois primeiros lugares do ranking com a França, após duas vitórias sobre o 10º Japão mas tirando partido das derrotas de outros e também do final ensaio neozelandês, a ocupar, também pela primeira vez, o 1º lugar do Ranking Mundial da World Rugby. Uma festa Europeia…

Com vitórias surpreendentes como foi o caso da vitória da Irlanda (então no 4º lugar do ranking) sobre os All-Blacks (então no 2º lugar do ranking) ou outra ainda mais surpreendente como aconteceu com a vitória de Gales (então 9º lugar) sobre a África do Sul que, no início do jogo, liderava o ranking mundial, a que se acrescentaram  — embora a pontuação do ranking e o factor casa dissessem o contrário — vitórias mais prováveis da Inglaterra sobre a Austrália e da Escócia sobre a Argentina, o Rugby Europeu aparece a marcar a sua força e a mostrar que o próximo Mundial vai ter nas fases finais um elevado equilíbrio sem vencedores antecipados.

Num dos jogos interesantes deste fim‑de‑semana — até pela permanente polemica sobre quem deve ser a sexta equipa das 6Nações — jogou-se um Geórgia-Itália com vitória por 28-19 para os georgianos…

Também neste fim‑de‑semana se disputaram jogos para a qualificação do Mundial 2023. A Namíbia, derrotando o Kenya por 35-0, qualificou-se directamente para o Grupo A, enquanto que o Kenya disputará a Repescagem onde se espera que Portugal também esteja.

Embora derrotado pela Argentina XV por 52-35 em jogo que não contava para o ranking mundial, Portugal subiu um lugar no ranking, ocupando agora a 19ª posição com os mesmos 65,08 pontos. E mais uma vez desta derrota, embora em jogo disputado com uma superior intensidade em relação aos jogos anteriores, as memórias do habitual: último quarto do jogo sem consistência defensiva ou atacante e sem capacidade física capaz; linhas atrasadas a não atacarem a linha-de-vantagem, permitindo assim que a defesa argentina se adiantasse e tapasse o campo a partir de jogadas de fases ordenadas (uma nota tirada da crítica do NZelândia-Irlanda: “Com Saxton a jogar “na linha”, a defesa dos AllBlacks estava colocada sobre o pé de trás”); a notória incapacidade de organizar a defesa do maul fez-se de novo notar, custando pontos; a terceira-linha, mais uma vez, não constituíu a unidade que se exige, faltando e falhando a sua acção em diversos momentos. E o resultado…pois, são os azares! E que tal analisar, treinar e emendar?

sexta-feira, 8 de julho de 2022

SEGUNDA RONDA DOS JOGOS-TESTES DE JULHO


 Não há previsões para o jogo de Portugal uma vez que o Argentina XV não se encontra qualificado no Ranking da World Rugby, não se tratando, portanto, de um jogo-teste. A equipa do Chile, por não ter participado num dos mundiais de 2015 ou 2019 (como, aliás Portugal) não tem está nomeada na tabela do ranking da Rugby Vision.

Este fim‑de‑semana tem de novo uma série de jogos muito interessantes mas o Geórgia-Itália — pelas discussões que sempre provoca sobre quem deveria estar nas 6Nações — e o Chile-USA — porque se trata de equipas que se batem para estar no Mundial, apurando-se uma delas para a repescagem onde Portugal conta estar — constituem dois jogos em que o resultado será muito importante.

sábado, 2 de julho de 2022

JOGOS-TESTE DE JULHO 2022




 

quinta-feira, 30 de junho de 2022

TUDO SE TREINA E TUDO SE MELHORA


Com a derrota aparentemente lisonjeira contra a Itália veio também a sorte grande da confirmação do afastamento da Espanha — se o processo tiver terminado aqui e não houver recurso para o TAD Internacional... — e do acesso de Portugal à repescagem para o Mundial de França.

Neste jogo contra a 14ª equipa do ranking mundial, a equipa de Portugal (20º lugar) perdeu (31-38) por 7 pontos de diferença — diferença que o meu algoritmo perspectivou — e com uma diferença em ensaios de 4 para 6 (com ambas as equipas castigadas com 1 ensaio de penalidade), uma posse de bola de 46% e um domínio territorial de 36%.


O jogo não foi brilhante nem teve a esperada intensidade, tendo muitos erros de parte a parte mas teve na arbitragem de Hollie Davidson e da sua equipa feminina uma francamente boa prestação a homenagear a estreia mundial que constituíram — apenas um erro a reparar ao transformar um “50:22” num pontapé-de-22 mas que no entanto foi amplamente aplaudido pelos espectadores (!). Tiveram decisões difíceis — quatro amarelos e dois ensaios de penalidade — que resolveram adequadamente e, principalmente, não andaram o tempo todo a fazer avisos verbais que beneficiam essencialmente o infractor: verbalmente sinalizaram a passagem de bloqueio a placagem e de maul a ruck e com os braços marcavam as linhas de fora-de-jogo. 


Quem fazia falta, era castigado como deve ser neste jogo de conquista de território — Portugal, mais uma vez e repetindo a indisciplina que se tem passado em jogos anteriores, foi penalizado 15 vezes (11 no seu próprio campo) contra apenas 6 da Itália (3 no seu meio-campo).


A estreia mundial de um quarteto feminino a arbitrar um jogo internacional masculino


Mas se a repetição de erros já conhecidos e perfeitamente detectados já quase não me surpreende, fiquei completamente surpreendido — e até incomodado — com as afirmações de desresponsabilização de Patrice Lagisquet no pós-jogo. Disse assim o principal responsável pelo XV de Portugal e cito do Record: “Se não mudarmos esta mentalidade, até a repescagem para o Mundial vamos perder. É sempre a mesma coisa! Mostramos que sabemos jogar, mas a toda a hora cometemos faltas estúpidas, oferecemos a bola, eles montam “mauls” e marcam. Temos de mudar isto. Não merecemos ganhar! quando estás a ganhar por 14 pontos e tens bola, espaço e o vento contra, tens de jogar com as tuas qualidades e contra-atacar. Não somos a França para estar a defender 60 minutos sem fazer faltas.” E de A Bola: “Foi por pouco, mas falta muito. Tivemos 14 pontos de vantagem [24-10], somos capazes de fazer coisas boas, mas tivemos medo e, por isso, perdemos. É um problema de estado de espírito, temos de mudar, é o mais importante.”


Então mudem!  Porque se, como escreve Teotónio Lima, “quem faz a equipa são os jogadores” é bom lembrar que é aos treinadores, nomeadamente ao seu treinador principal, que compete adequar aos objectivos estratégicos as decisões tácticas, através de uma liderança que, como lembra Jorge Araújo, seja capaz de se focar na mudança, na criatividade e na gestão do inesperado. Liderando de tal maneira que se imponha o conceito do treinador de basquetebol, Jack Ramsay, de que “equipas bem treinadas nunca são surpreendidas; elas são capazes de se adaptar a qualquer coisa que vejam”.


E se há muito a mudar — e há — é bom lembrar, como deixou dito o escritor James Baldwin, que “nada pode ser mudado enquanto não for enfrentado”. Portanto enfrente-se e não se espere que a mudança aconteça por queda dos céus.


Enfrente-se a saga, uma 5ª vez, de Portugal deixar fugir vitórias nos últimos minutos do jogo: Roménia em Lisboa com 27-21 aos 79´e 27-14 aos 73’; Roménia em Bucareste com 27-20 aos 60’ e 27-27 até aos 69’; Geórgia em Tbilisi com 25-18 aos 65’; Japão com um ensaio à vista aos 79’ que uma má leitura impediu o nosso e entregou o ensaio final japonês; e agora Itália com 31-31 aos 79´ de jogo mas com 17-10 ao intervalo, um 24-10 favorável aos 43' e mantendo-se na frente, por 31-24, até aos 73'. Cinco vezes e já sem falar do muito mau jogo contra a Espanha em Madrid.


Mas estes resultados também são consequências de decisões erradas, desde a escolha de jogadores com poucos jogos efectuados e que são colocados em posições onde a sua prestação — como agora aconteceu — não traduz justificação para a sua chamada ou de um inexplicável critério de substituições como retirar Tadjer sobre um alinhamento a 5 metros da nossa área-de-ensaio e em altura de resultado já crítico ou substituir, apenas aos 59‘, o desadaptado Thibault por Tojal, desfazendo a dupla Cerqueira/Madeira que tinha até então sido de muito boa consistência como indica o seu comportamento na formação-ordenada e as 27 placagens (15 e 12) com que eliminaram muitos ataques italianos de canal 1. E Isto sem falar na entrada de jogadores sobre o apito final que mais parece uma simpática preocupação de conceder internacionalizações do que servir a equipa, melhorando-a em tempo útil. Também se percebe mal as queixas sobre a dificuldade —ou mesmo impossibilidade — de defesa dos  mauls que é conhecida desde os primeiros jogos. E fica a pergunta: que treino foi feito desde então para garantir a melhoria da oposição do grupo e ultrapassar o visível “cada-um-por-si”? E, admitindo que algo foi feito, se não existem melhorias, há que mudar processos e garantir a eficácia. Com treino melhor e diferente, claro!


Também se percebe mal o lançamento dos ataques de fases ordenadas: o receptor recebe a bola demasiado recuado, deixando que a defesa suba sem qualquer perigo e ultrapasse a linha-de-vantagem criando superioridade numérica e diminuindo as hipóteses de exploração dos intervalos. Dois erros surgem aqui e que o treino já devia ter alterado. Graham Henry diz que o jogo de rugby é uma corrida pela linha-de-vantagem, o que exige da parte dos receptores que sigam — ao contrário do que se vê na nossa selecção — a sequência correr-receber-passar, permitindo assim ao primeiro receptor — normalmente o abertura — que fixe três adversários — o adversário directo, o terceira-linha e o médio-de-formação que tem que se manter no corredor do canal 1 e não pode partir de imediato a formar a segunda cortina defensiva — e  que garanta quer a manutenção dos intervalos, quer a construção do apoio, dando assim à linha atacante oportunidades de quebra da linha defensiva quer pelo ataque directo, quer pelo ataque envolvente . Pelo contrário, os jogadores portugueses —o abertura bem como os avançados na recepção das fases expontâneas — esperam parados pela chegada da bola para só depois arrancar, dando assim todas as vantagens ao adversário defensor e deixando o talento atacante de Sousa Guedes, Appleton ou Marta à espera de momentos em que a reutilização da bola é suficientemente rápida para não ser necessário o recomeço da tentativa de fixação e penetração próximos. Alterar a situação é uma questão de explicação, treino e confiança. E objectividade!


E se as formações-ordenadas mostram problemas, principalmente após a realização das substituições, lembro que já houve um programa designado Força 8 — internacionalmente aplaudido — que eliminou muitas das dificuldades que então tínhamos. A solução é sempre a mesma: muito treino com ensino e prática das técnicas específicas.


O jogo ao pé (28 pontapés com 8 de Portela e 6 de Guedes) também não tem passado — principalmente no jogo a partir da conquista ordenada — de uma simpática entrega de bola aos defensores adversários que, sem problemas, recuperam a sua posse sem que a equipa tenha conquistado território. Ora a modificação desta situação também tem que ver com o treino aplicado — não basta dizer, é preciso treinar para que a bola chutada coloque problemas aos defensores depois de lido o posicionamento do adversário e fazer a bola cair em espaços livres. No caso da recepção profunda de pontapés adversários e a queixa de que chutam em vez de contra-atacar também se ultrapassa pelo treino. Obrigando os restantes jogadores a recuarem e organizarem-se em apoio para permitir o contra-ataque. No que também não basta dizer, exige prática!


O rugby é um jogo de conquista de território — pouco importa ter a bola se não sairmos do nosso meio-campo — e se o domínio territorial — com vento favorável, lembre-se — pertenceu a Portugal até aos 15 minutos, a partir daí o domínio virou italiano para terminar numa vantagem de 64% (55% na 1º parte e 74% na segunda). E a partir do momento que o domínio territorial caiu para o lado italiano, as dificuldades para Portugal chegar à vitória começaram a aumentar. E que fez o responsável técnico para virar a situação? Que alterações propôs? Ficou-se pelo ver o que fariam os jogadores ou não notaram a inversão?


É claro que Lagisquet tem toda a razão quando diz que “se não mudarmos não vamos lá”. E a quem pertence a responsabilidade da mudança?

 

A concessão de um ensaio de penalidade no último momento do jogo, permitindo aos italianos não saírem de rastos do Restelo, é uma demonstração de falta de maturidade táctica e de preparação de competitividade desportiva. A mesma falta que permitiu a derrota nos últimos momentos de outros jogos. E a consistência necessária ao aumento da competitividade desportiva também se treina.


E o que custa é sabermos que poderíamos estar apurados para Mundial e ainda temos que ir jogar a última oportunidade de qualificação. Com a desvantagem do principal responsável colocar a responsabilidade da mudança nos jogadores e não no processo de treino. Mudanças que devem iniciar-se tão breve quanto possível porque Novembro é já ali.


Enfim, que a sorte nos acompanhe como administrativamente nos acompanhou até aqui…


NOTA: as estatísticas foram recolhidas na Ultimate Rugby



 

sábado, 24 de outubro de 2020

À FALTA DE MELHOR...


 




Como não há dados no site federativo deixo estes para que possam ajudar às contas que se começam a ter de fazer. E uma nota: a não publicação de resultados e dados de classificação é, numa altura em que alguns empates classificativos podem acontecer, uma falta de respeito pela competição da Divisão de Honra e mesmo pelos clubes - a qualificação para disputar o próximo grupo de 6 equipas define a qualidade da época, não é um mero passeio ou divertimento. 
Outro assunto:
A Geórgia foi jogar contra a Escócia em Murrayfield e levou um banho ao sofrer 8 ensaios e marcando apenas 1, para um resultado final de 48-7 quando as previsões, pela posição no ranking da World Rugby e jogando em casa do adversário, apontavam para uma vitória escocesa por 22 pontos de diferença. Os 41 pontos de diferença do resultado final apontam para uma muito mau resultado.   
Ficou claro: ainda falta muito, apesar dos jogadores que já jogam em França e Inglaterra, para que a Geórgia possa competir de igual com o primeiro nível europeu - resta-lhe a esperança da igualdade competitiva com a Itália... 






sexta-feira, 15 de novembro de 2019

CHILE-PORTUGAL. PROVAR O FAVORITISMO


Apesar da perda de 1,5 pontos e de duas posições no ranking pela derrota contra o Brasil, Portugal, pela sua história competitiva, mantém-se como favorito — desta vez pela positiva diferença de 5 pontos — para o jogo com o Chile que ocupa a 29ª posição no ranking mundial (6 posições abaixo de Portugal).

O Chile ocupou, no final do Americas Champioship, o último lugar da competição não tendo conseguido qualquer vitória na época que agora terminam. Mas o melhor resultado conseguido pelos chilenos, para além da derrota contra o Brasil por 5 pontos, foi o mais recente num jogo-teste contra os espanhóis e que perderam por 29-22.

Os 19% de quota de pontos marcados nos jogos efectuados pelos chilenos também demonstram a sua dificuldade para marcarem pontos, ou seja, para imporem domínio sobre os seus adversários. Assim sendo, o XV português tem boas condições para garantir a vitória — os quatro ensaios marcados ao Brasil ajudam a pensar assim. Amanhã saberemos.

XV de Portugal para o jogo contra o Chile - FPR

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

BRASIL-PORTUGAL, JOGO TESTE

De acordo com a pontuação do ranking da World Rugby que estabelece a qualidade do passado das equipas na sua relação com os adversários que defrontou, Portugal ganhará em S. Paulo, contra o Brasil, por 1 ponto de diferença.
Nos resultados recentes o XV de Portugal tem uma margem de sucesso 86% — só perdeu na época passada, embora em casa, com a mundialista Namíbia. Mas fora a vitória contra a Alemanha e que nos garantiu a subida ao 6Nações B, as outras vitórias foram obtidas perante equipas de muito fraca qualidade — o resultado contra a República Checa e numa enorme dificuldade de contagem sem um papel de notas, foi de 93-0.

Com a nossa estada na 3.ª divisão europeia habituámo-nos a vitórias fáceis num prejuízo crescente — como mostraram as derrotas nos anteriores jogos de qualificação — que quase nos ia traindo contra uma Alemanha cujo rugby está longe de poder ser considerado de nível razoável. A actual selecção portuguesa da responsabilidade de Patrice Lagisquet é muito jovem — muitos dos jogadores são recém-chegados dos Sub-20 — e não tem a coesão suficiente que só o jogar conjuntamente proporciona, para encarar a pressão de um jogo-teste com tranquilidade. O que significará que a equipa enfrentará enormes dificuldades para conseguir a vitória que o seu passado prenuncia.
Os resultados do Brasil, por isso perdendo pontos de ranking, foram conseguidos contra equipas mais capazes, terminando a época a jogar, embora derrotado, contra a Espanha e a Roménia.

E lembro-me, para agravar as coisas, da demonstração de técnica e coesão da formação-ordenada brasileira contra os Maori AllBlacks — um caso... e nada fácil de conter.
A ver...(ou a esperar mensagens para ficar a saber).



Para saber a equipa que jogará — mas nada sabendo dos convocados José Rodrigues e Manuel Cardoso Pinto, foi necessário ir à moda das redes sociais — no site, instrumento oficial de comunicação e obrigatório por lei, nada. E nem o exemplo do recente Mundial — onde se podia saber o perfil (posição, peso e altura e, com alguns mais cliques no teclado, o número de internacionalizações a representar o peso da experiência) de mais de 600 jogadores — terá servido para se perceber como comunicar de forma atractiva e a permitir transformar informação em conhecimento e assim interessar adeptos, possíveis adeptos e meios de comunicação social. Dando, como deve ser feito, expressão social ao rugby português. Que não deveria entrar coxo — em qualquer das suas partes — neste primeiro passo da pretendida caminhada para 2023


sábado, 7 de setembro de 2019

ÚLTIMOS JOGOS DE PREPARAÇÃO


Uma vez que, pela diferença de 10 ou mais pontos de ranking que separa as duas selecções, a Nova Zelândia não marcará pontos pela sua mais que provável vitória sobre Tonga, a Irlanda, vencendo o País de Gales, ocupará o 1.º lugar do ranking mundial.

Se Gales vencer terá, para voltar ao 1.º lugar, que garantir uma margem superior a 15 pontos de diferença.

domingo, 1 de setembro de 2019

ALL-BLACKS DE NOVO EM PRIMEIRO


Com a derrota de Gales, em casa, frente à Irlanda, os All-Blacks voltaram ao primeiro lugar do ranking da World Rugby. Posição de que só sairão — não podendo obter pontos de ranking contra Tonga por haver uma diferença de mais de dez pontos entre as duas equipas — se a Irlanda, no próximo sábado, vencer de novo Gales mas por mais de 15 pontos.

No jogo de Cardiff — no último jogo de Gatland “em casa” — ficou claro, um aspecto: a segunda linha de jogadores de Gales não lhes garante uma profundidade competitiva com qualidade dos seus congéneres irlandeses. Facto que aliás é detectável nos resultados conseguidos por equipas de ambos os países nas taças europeias...

A equipa “reserva” de Gales mostrou grandes dificuldades, desde as “formações-ordenadas” ao jogo da linha de “três-quartos” mas com o pecadilho maior de falhas graves nas placagens — 21 placagens falhadas numa baixa percentagem de sucesso de 79% contra 91% dos irlandeses. Na utilização das bolas atacantes, os galeses jogaram muito longe da “linha de vantagem”, tão longe que nem sequer obrigavam os seus adversários a subir com velocidade para garantirem a “linha de placagem” no meio-campo adversário: os irlandeses subiam a baixa velocidade, bem coordenados, não abrindo intervalos e conseguindo não entregar terreno ao adversário. O que Gales teve de melhor foi ainda o esforço em cima da sua própria linha de ensaio para impedir a marcação de ensaios. De pior, para além da ineficácia da utilização da bola, foi a “formação-ordenada” que ainda entregou um “ensaio de penalidade”. E houve ainda um falhanço de penalidade de fácil execução. E assim, mesmo tratando-se de uma óbvia equipa reservista, lá se foi a primeira posição no ranking...

Em Paris, a França limitou-se a cumprir a sua obrigação: ganhar com um resultado que não deixasse margem para dúvidas. Mas os problemas disciplinares — 10 penalidades em 20’ e dois cartões amarelos — voltaram a pôr em causa a coesão da equipa. Mas mesmo assim, os franceses marcaram 7 ensaios. a mostrar as vulnerabilidades italianas,

Como curiosidade dos dois jogos, a lembrar que a diferença se faz pela qualidade do uso da bola,  o facto de os dois derrotados terem tido maior posse de bola e terem  conquistado mais terreno. Enfim, mais uma demonstração que a formação e o domínio das técnicas de base são os factores diferenciadores (como demonstram, ao longo dos anos, os de novo primeiros classificados, os All Blacks)

Nos restantes jogos as vitórias previsíveis com os Escoceses a mostrarem as incapacidades dos georgianos que, apesar do seu constante domínio na divisão europeia da Rugby Europe ainda se mostram suficientemente longe dos melhores.

Entretanto a World Rugby decidiu — para os jogos internacionais que têm TMO — que os árbitros
devem consultar o vídeo-árbitro sempre que considerarem que uma falta é merecedora de cartão vermelho. A análise deverá ser feita de acordo com o quadro-resumo (ver aqui ) definido pela World Rugby.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

A 20 DIAS...


A 20 dias do início do Mundial continuam os jogos de preparação. Uns com adversários do mesmo nível mas outros já com a preocupação de adversários que, permitindo um ritmo elevado, não sejam tão fortes que criem mais problemas do que vantagens - e estão neste caso as escolhas da França e da Escócia com esta a deslocar-se à Geórgia e permitir uma experiência de aproximação ao que espera os jogadores georgianos no Mundial.

Jogo de equilíbrio competitivo será o Gales-França que, para além da curiosidade de sabermos como terá recuperado a Irlanda do “desastre” de Twickenham, tem ainda o aliciante de estar em jogo o 1.º lugar do ranking mundial — se a Irlanda ganhar, volta a Nova Zelândia ao primeiro posto, mas se a vitória irlandesa tiver uma diferença superior a 15 pontos, será esta a ocupar o primeiro lugar do ranking da World Rugby. No entanto os responsáveis das equipas de Gales e da Irlanda não parecem nada preocupados o facto — Gatland altera 14 jogadores, com Josh Navidi como “capitão” desde o último jogo (só mantém o “asa” James Davies que, por suspeita de concussão, apenas jogou 23 minutos, há quinze dias, contra a Inglaterra);  Joe Schmit fará 11 alterações em relação à equipa, com Peter O’Mahony como capitão, que foi derrotada em Inglaterra. Mas o jogo, apesar de tudo, será muito competitivo com um elevado número de jogadores a não quererem deixar fugir a última oportunidade de fazerem parte do grupo seleccionado para estar presente no Japão.

Nos outros jogos, a França terá — com a contrariedade de que a Itália não deverá conseguir mostrar-se defensivamente tão agressiva quanto as melhores equipas  — a possibilidade de aumentar a confiança dos seus jogadores para poderem adaptar-se eficazmente ao “jogo de movimento” pretendido, enquanto que a Escócia terá a possibilidade de testar a sua capacidade no domínio da “colisão” contra uns georgianos que se mostram sempre muito fortes no bloco de avançados. Fiji e Tonga (que jogará ainda contra os All-Blacks) fazem também a sua preparação num jogo que dará sempre a possibilidade de ver o habilidoso manuseamento da bola dos fijianos.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

CONTINUAÇÃO DA PREPARAÇÃO


Continua a preparação das equipas para o Mundial. Com base nos pontos de ranking da World Rugby o prognóstico aponta para vitórias caseiras nos jogos entre estas quatro equipas europeias, mas tudo poderá ser diferente de acordo com a formação das equipas que os responsáveis pretendam fazer. alinhar. Porque não basta, para uma prova da dureza de um Mundial, ter 15 jogadores preparados e alinhados com os conceitos do modelo-de-jogo.

Embora sem o seu abertura e especial playmaker Saxton, lesionado, será curioso ver como se apresentará a Irlanda e que desenvolvimento do seu modelo nos mostrará. Do lado da Inglaterra teremos, muito provavelmente e de novo o duo Ford/Owens num tandem de playmakers e utilizadores do jogo-ao-pé — o guru desta área, Dave Alred, diz que quem não souber utilizar o jogo-ao-pé de uma forma tacticamente adequada, não ganhará o Mundial.

A repetição do jogo entre escoceses e franceses tem, para além da continuação da disputa do 7.º lugar do ranking, o interesse de nos mostrar o nível de consolidação do modelo-de-jogo da era Galthié. E muito mudou, desde a organização defensiva — os pontas alinham com os centros e o três-de-trás é constituído pelo nº8 (no centro) e pelo defesa e abertura nos corredores laterais, recorrendo ao formação como responsável pela captação de pontapés curtos ou rasteiros — até às combinações atacantes que exigem a cada jogador uma melhor leitura do que se passa na sua frente e uma imediata decisão adaptativa — ou seja, uma espécie de combinação de um primeiro movimento de jogadores para, num segundo tempo, aparecerem os penetradores com linhas de corrida de acordo com o movimento dos defensores. Veremos se encontrarão as sintonias necessárias evsebresultará tão bem como aconteceu em Nice, agora contra uma equipa que, para além de se encontrar prevenida, precisa da vitória para levantar a moral depois de uma dura derrota.

domingo, 18 de agosto de 2019

GALES EM PRIMEIRO NO RANKING


O País de Gales encontra-se pela primeira vez do seu historial no primeiro lugar do ranking da Workd Rugby, destronando 10 anos da Nova Zelândia! O que, a um mês do Mundial, trará aos galeses um acrescento importante de confiança. Aumentando sonhos...
Dado o facto da Nova Zelândia ter vencido por ampla margem, pode perguntar-se: como foi possível ter havido troca de lugar?

Esta troca de posições resulta do conceito do ranking da World Rugby que está estruturado de forma a valorizar o equilíbrio competitivo, ampliando o valor de ganhos e perdas de pontos em disputa inversamente proporcional à diferença pontual do ranking que, resultante do seu passado competitivo, pretende escalonar mundialmente as equipas. Preocupação tal que, depois de considerado o factor “casa”, define que uma diferença de 10 ou mais pontos no factor de avaliação, não permitirá, por vitória da equipa melhor qualificada, qualquer soma ou diminuição de pontos de ranking a ambas as equipas. Assim, quanto mais próximos estiverem as duas equipas na diferença de pontos de ranking, maior será o valor dos pontos de ranking em disputa a somar e a diminuir a vencedores e vencidos. A que se acrescenta ainda o factor quantitativo do resultado estabelecido em três níveis de diferença de resultado: diferença superior a 15 pontos de jogo, diferença de 15 pontos de jogo ou inferior ou empate. Naturalmente que a vitória da equipa tida por mais fraca pelo seu posicionamento no ranking, terá um factor de valorização do seu feito superior e que lhe permitirá recuperar posições   — se, por exemplo, a Inglaterra vencesse em Cardiff atingiria os 88,80 (+1,46) pontos de ranking e ficaria posicionada na segunda posição do ranking.

Neste caso e para efeito do cálculo, o factor de avaliação (factor casa mais diferença de pontos de ranking) entre a Nova Zelândia (1.º) e a Austrália (6.º) é de 7,63 e tendo sido a vitória por margem superior a 15 pontos de jogo, os pontos de ranking calculados para somar ao vencedor e diminuir ao vencido têm o valor de 0,35. Dada uma maior proximidade entre Gales (2.º) e a Inglaterra (4.º) e sendo o factor de avaliação de 4,55 correspondeu, pelo resultado diferenciado de 7 pontos de jogo, a um superior 0,55 de pontos de ranking que permitiu fazer a diferença e a consequente troca posicional [no caso do França-Escócia, dada a proximidade de posicionamento no ranking e pelo resultado com diferença 29 pontos de jogo, o valor de pontos de ranking em disputa foi de 1,16].

Portanto o maior e menor potencial de equilíbrio competitivo entre adversários e a pequena margem que separava galeses de neozelandeses (0,15 pontos de ranking) possibilitaram a histórica alteração.


Em Cardiff, Gales mostrou-se mais capaz do que na semana anterior em Twickenham, mas ainda lhe falta a capacidade de reciclagem rápida da bola para poder combinar ataques próximos aos reagrupamentos com um mínimo de criatividade para surpreender as alinhadas defesas. Mas demonstrou ainda que o conceito inglês de sobrepor em permanência a colisão  — Nuno Álvares Pereira definia que, pelo contrário, no combate deve prevalecer a manobra sobre a choque —  à manobra, não é factor de vitória certa. Porque não surpreendente e, assim, torna-se defensável. E porque no rugby, a mera força não é o factor decisivo e de novo, os ingleses mostraram a sua pouca capacidade criativa para ultrapassar defesas organizadas.

No jogo, um pseudo caso: o ponta inglês Anthony Watson fez, enquanto último homem da linha defensiva, um “toque-para-diante” para evitar que  um passe resultasse  a superioridade numérica galesa que os levaria, muito provavelmente, ao ensaio ou, no mínimo a uma boa conquista de terreno, e foi castigado com uma penalidade e um “amarelo”. Que não foi propositado, que não foi intencional, que etc. e tal. O costume, a consequência, o prejuízo galês resultante deste gesto não conta. Esquecendo que um toque-para-diante que prejudique objectivamente o adversário constitui jogo desleal numa evidente falta de desportivismo. E deve ter como castigo o entendido na lei como equilíbrador do prejuízo causado — se fosse próximo da linha de 5 metros o castigo, na jogada em causa, deveria ser ensaio de penalidade. Porque o rugby é um jogo para cavalheiros de qualquer classe mas nunca para maus desportistas, sejam de que classe forem. (Rt Reverend W J Casey, 1864). Portanto, um espaço de ética onde a futeboleira falta inteligente não é admissível.

Em Auckland, no mítico Eden Park, os neozelandeses, pode escrever-se assim, ao chamarem à colação a versão haka dos grandes dias, vestiram o smoking e não deram hipóteses à Austrália, recorrendo a uma elevada intensidade de jogo e a uma alta qualidade de jogo-ao-pé, a uma pressão defensiva asfixiante e a uma substancial melhoria da sua formação-ordenada (com a curiosidade da troca posicional atacante entre Read e Savea) para dar toda a razão a Beauden Barrett que afirmava que apenas precisariam de 50% de posse da bola para que o click! desta nova linha de três-quartos (novos que marcarem 3 ensaios) marcassem os ensaios — e foram 5 — para continuar fiéis depositários da Bledisloe Cup.

Em Nice, os franceses mostraram que aquilo que se conta da animação Galthié e dos novos processos de treino parece estar no bom caminho — já há muito que não se via esta expressão de rugby de movimento — onde é o movimento da bola que comanda o movimento dos jogadores — numa selecção francesa. Veremos se a continuidade amplia a fluidez e colocará a equipa do galo — o símbolo é evidente nas novas camisolas usadas — no pequeno lote dos candidatos. Para já dois jogadores prendem os olhares dos adeptos: o formação Antoine Dupont e o ponta Damian Penaud, ambos com 22 anos.

Em outros dois jogos de preparação, em Pretória a quase surpresa pelo resultado de 24-18 da África
do Sul sobre a Argentina e em Itália um 85-15 sobre a Rússia de onde não resultaram quaisquer pontos de ranking pela diferença de posicionamento mas que foi bem demonstrativo da diferença entre a European Championship e o 6 Nations.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

BLEDISLOE CUP E PREPARAÇÕES

Terminado o Rugby Championship com a vitória da África do Sul, continuam as preparações para o Mundial — só faltam 34 dias. Dos três jogos que considerei competitivamente mais interessantes e de  acordo com os pontos de ranking da World Rugby, vencem as equipas que jogam em casa. Mas nos dois jogos que repetem o fim-de-semana passado existe a particularidade de, se a Nova Zelândia for derrotada (em casa?!), o vencedor do Gales-Inglaterra ocupará o 1.º lugar do referido ranking. Na estreia de franceses e escoceses apenas estará em jogo, para além da confiança futura e da análise do respectivo momento de forma, o sétimo lugar do ranking.

Derrotados na semana passada, Gales e Nova Zelândia “não podem” perder. A França, esperançada no efeito Galthié e se pretende continuar a dizer-se candidata, também não pode. E os prognósticos apontam para o sossego dos três visitados. Veremos...

No campo da Nova Zelândia — com cinco alterações e que, enquanto actual detentora da Bledisloe Cup, apenas precisa de vencer o jogo para manter o troféu — o optimismo e confiança são grandes. Ao ponto do agora defesa Beauden Barrett afirmar que, para ganhar a Bledisloe Cup, chegam, aos AllBlacks, 50% de posse da bola. Confirmando que o seu entendimento com Richie Mo’unga — para tirar o melhor partido do uso de dois play-makers — está cada vez melhor (tiveram, nesta última semana, a ajuda de Dan Carter) e entende que a capacidade criativa e a eficácia desta nova composição das linhas atrasadas AllBlacks, está já em nível muito elevado e garantirá a marcação suficiente de ensaios para chegar à vitória. Lembrando ainda que marcaram, em Perth, dois ensaios quando se encontravam em inferioridade numérica...

A Austrália, que teve na estratégia de jogo do seu formação Nic White — o que ele aprendeu a jogar em França (Montpellier) e em Inglaterra (Exeter Chiefs)... — a principal base para a criação das dificuldades dos AllBlacks, procurará nova vitória que lhe dará uma moral de ferro para o Mundial. Tendo utilizado muito pouco de jogo-ao-pé no primeiro jogo, será provável que no Eden Park, quer para explorar o novo três-de-trás neozelandês quer por razões de segurança defensiva, estejam mais preocupados —  com a conquista de terreno e recorram bastante mais ao pontapé através dos seus médios que apenas chutaram, no primeiro jogo e em jogo, quatro vezes (e todas pelo formação). O jogo australiano baseia-se na posse da bola para realizar um elevado número de fases, acantonando defensores e criando os desequilíbrios exploráveis. Para serem contrariados é necessário que a defesa adversária suba muito rápido e esteja suficientemente organizada para impedir o transporte da bola aos lançados apoiantes. Avisados, os neozelandeses não se deixarão surpreender e teremos um interessante jogo em perspectiva.

Depois de uma pesada derrota com uma fraca demonstração das capacidades exibidas no último 6 Nações, a equipa do País de Gales terá agora a oportunidade para se redimir. O estádio de Cardiff vai ter o tecto fechado e o apoio dos galeses vai ser ensurdecedor. Saiba a equipa aproveitá-lo para cometer menos erros defensivos e ser capaz de verticalizar o seu ataque baseando-se na velocidade de reciclagem e de entrega de bola nos rucks. Para fazer de cada bola conquistada um arma de vitória e não deixando nunca que o enorme e pesado bloco de avançados ingleses se organize numa força conquistadora. Cardiff merece uma festa e o Nº2 mundial e vencedor do Grand Slam não pode deixar os seus créditos perdidos na relva. A Inglaterra é o que se sabe pela voz do seu treinador Eddie Jones: queremos ganhar o Mundial!

Da França e por aquilo que se conhece dos seus treinos, espera-se um jogo de movimento em que a capacidade de apoio dos avançados terá um papel determinante. Pelo hexágono rugbístico não passa pela cabeça de ninguém que os franceses não farão um Mundial de alto nível. A preparação tem sido cuidada e os jogadores têm sido sujeitos a treinos onde a intensidade tem sido a pedra de toque de todos os movimentos. É que, apesar de todos os erros organizativos que têm marcado o rugby francês nos últimos anos, a esperança nunca morre e a Escócia pode servir para uma boa demonstração do acerto do novo caminho.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

FINAL DA JANELA DE NOVEMBRO



Ao contrário do previsível — ganhar por 4 pontos de diferença  — Portugal perdeu com a Namíbia pela diferença de 6 pontos, perdendo assim 3 lugares no ranking — de 24º passou para 27º — da World Rugby, sendo ultrapassado pela Holanda, Alemanha e Bélgica. Num jogo fraco, Portugal mostrou de novo as habituais dificuldades para jogar — apesar da Namíbia não ser suficientemente forte ao ponto de nos interrogarmos sobre qual o seu papel no próximo Mundial — a este nível mais elevado. Demonstrando incompreensões tácticas na necessidade de primeiramente verticalizar o jogo para só então lateralizar com o jogo de passes, resolvendo assim a aparente contradição de um jogo em que a bola se passa para trás mas o ensaio se marca lá na frente, a selecção portuguesa demonstrou ainda enormes deficiências no jogo ao pé que foi sempre pouco preciso e pouco objectivo. Consequências óbvias das competições internas onde se joga fracamente... Para que o jogo terminasse pior, deitando fora uma oportunidade única que poderia levar a vencer o jogo, uma decisão de erro táctico brutal no final do jogo ao jogarem à mão um pontapé livre que podia ter proporcionado um alinhamento a 5 metros da área de ensaio adversária com o consequente maul-penetrante. E não havia nada a perder para um risco inexistente! Para tudo não ser mau, louve-se o acerto — finalmente! — do número dos jogadores suplentes com as posições que ocupam.
Nos restantes jogos um excelente vitória de Gales sobre a África do Sul— o jogo deve ser visto e revisto pela demonstração de adaptabilidade e disponibilidade constantes numa demonstração de colectivismo da equipa galesa.
A maior surpresa, para além da diferença conseguida pela Inglaterra frente à Austrália, foi a vitória de Fiji sobre a França.Conseguida, aliás, com todo o mérito. Os franceses parece que deixaram de saber jogar rugby ao perderem-se no jogo dos interesses clubistas, cheios de estrangeiros a ocupar lugares que os jogadores mais novos não atingem e introduzindo conceitos diversos que se mostram perniciosos à coesão da equipa. A menos de um ano do Mundial não se percebe bem como poderá fazer a França para a tornar numa equipa competitiva e com perspectivas de poder atingir o título — muito trabalho há ali para fazer...
O Canadá qualificou-se, ao derrotar Hong Kong, para o Mundial ocupando  última vaga disponível. A Roménia perdeu com o Uruguai e a Geórgia ganhou a Tonga demonstrando as suas capacidades de equipa  em ascensão.

sábado, 24 de novembro de 2018

XV DE PORTUGAL PARA DEFRONTAR A NAMÍBIA


Apesar de ultrapassadas as 48 horas tradicionais de apresentação das equipas em jogos tradicionais temos finalmente o XV inicial com que Portugal vai defrontar a Namíbia.
Com este conhecimento já é possível relacionar o número de jogadores por clube nos 23 convocados com o mesmo número no XV principal, relacionando-os ainda com os pontos de classificação obtidos na Divisão de Honra por cada clube

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

PORTUGAL-NAMÍBIA


De acordo com o passado de cada equipa, Portugal, jogando em casa, deverá ganhar, nesta oportunidade única de participação na janela internacional de Novembro, por 4 pontos de diferença. Se assim for, os dois países trocarão de posições no ranking da World Rugby.
Com 7 mudanças em relação aos 23 convocados para o anterior jogo da Roménia — porque é que não se sabe o XV inicial a 24 horas do jogo? — os responsáveis da selecção portuguesa devem continuar, como referiu o Coordenador da Comissão de Gestão, Pedro Ribeiro, ao jornal A Bola, a ter que lidar com incompreensíveis escusas de alguns jogadores — em que país é que existe este tipo de comportamento, recusando a honra de vestir a camisola da selecção nacional?

Não havendo público acesso aos Boletins de Jogo dos campeonatos internos, pouco se pode dizer das escolhas para além da relação do número de jogadores presentes na convocatória por cada clube e da sua relação com o número de pontos de classificação. Saber portanto do número de minutos jogados por cada um, saber de pontos marcados por ensaios ou pontapés não é possível — e não há meio de se perceber que são estas inexistências de dados que fazem do jogo uma modalidade clandestina. Da qual poucos sabem alguma coisa e muitos não sabem nada...  

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

PREVISÕES PARA FIM-DE-SEMANA 24 DE NOVEMBRO

As previsões do XVcontraXV para os resultados do Japão-Rússia, HongKong-Canadá e Kenya-Alemanha estão determinadas para campos neutros. As células vazias significam que se tratam de equipas classificadas no ranking da Rugby Vision abaixo do 20ª lugar e, por isso, não têm valores disponíveis. 
Neste último dia de jogos da janela internacional de Novembro existe ainda expectativa suficiente pesem alguns jogos que se podem designar de "vencedor antecipado" como se pode ver no quadro. Mas não vai faltar para além da grande qualidade técnica, táctica e competitiva, a curiosidade de saber até onde poderão chegar as equipas do segundo grupo.
Neste fim-de-semana - sexta-feira à noite - ficar-se-á a saber qual, entre Canadá e Hong Kong, será a última equipa a apurar-se para o Mundial do próximo ano no Japão.
Aos vizinhos espanhóis caberá, depois da normal vitória contra a Namíbia, defrontar Samoa num jogo que mostrará da melhor forma as suas actuais capacidades depois do banho de culpas e disparates da sua eliminação da qualificação para o Mundial.
Na área portuguesa do terceiro escalão europeu — Portugal defrontará a Namíbia e as previsões do resultado serão dadas amanhã — interessa-nos o jogo Holanda-Suiça. A provável vitória holandesa — venceu a Polónia por 49-0 —  colocá-los-á como principal adversário de Portugal para a ascensão ao 2º escalão.
Dos restantes jogos, o Inglaterra-Austrália e o Gales-África do Sul serão de não perder bem como o França-Fiji que pode sempre, para além de mostrar  para que lado caminham os franceses, ter momentos inesquecíveis de habilidade técnica fijiana. Para além de que uma vitória fijiana levará à troca de lugares no ranking. O mesmo se passando, aliás, se acontecerem vitórias da Austrália ou da África do Sul que ultrapassarão os seus adversários directos, enquanto que a Argentina para trocar de lugar com a Escócia necessitará de vencer por mais de 15 pontos.

domingo, 18 de novembro de 2018

RESULTADOS E RANKING DO FIM-DE-SEMANA

Os jogos HKong-Kenya, Canadá-Alemanha e Uruguai-Fiji foram disputados em terreno neutro e assim foram contabilizadas as suas previsões
O principal resultado deste fim-de-semana foi, claramente, a vitória da Irlanda sobre a Nova Zelândia que embora — e ao contrário do afirmado em texto anterior e por erro que cometi na aplicação do algoritmo — não atingindo a primeira posição do Ranking da World Rugby passa, pela demonstração, a ter direito a figurar na pequena lista dos possíveis candidatos ao título mundial.

O jogo foi muito equilibrado como mostra o quadro de estatísticas, de grande combate e a vitória —merecida! — da Irlanda deveu-se sobretudo à coesão competitiva da sua equipa — foi esta coesão que permitiu o soberbo nível defensivo — e à sua superior criatividade. De facto e ao contrário dos neozelandeses, a posse da bola dos irlandeses tinha como propósito criar problemas constantes à defesa contrária através de combinações simples e feitas de acordo com a movimentação adversária, obrigando os neozelandeses a um esforço e concentração defensiva constantes. O que significa um elevado conhecimento da equipa adversária. Foi muito bom de ver este jogo do ano que coloca a Irlanda como a melhor equipa de 2018. Veremos como será no Mundial.

Surpreendente foi a vitória do Chile por 73-0 sobre os Maoris All Blacks. Nunca esperei uma expressão desta orNo que diz respeito a Portugal, o anterior adversário, a Roménia, que nos derrotou por 30 pontos de diferença, perdeu com os Estados Unidos, em casa, por 26 pontos de diferença num jogo que as previsões apontavam como equilibrado. O próximo adversário, Namíbia, perdeu com a Espanha por uma diferença de 21 pontos...

No apuramento para o Mundial do Japão o jogo Canadá-HongKong da próxima sexta-feira a realizar em Marselha definirá o participante.

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