sábado, 20 de maio de 2017

DIA DECISIVO

Desenho a dedo em iPad
Hoje é o dia decisivo para o rugby português, dia em que se espera que os Lobos se portem como uma alcateia capaz de sobreviver às piores circunstâncias.
Com uma vitória - seja por que números sejam - o rugby português voltará à divisão imediatamente abaixo das 6 Nações e defrontará no próximo ano a Geórgia, a Roménia, a Espanha, a Rússia e a Alemanha, retornando a uma dimensão de jogo que nos pode - saibámos organizarmo-nos de acordo com a exigência competitiva - permitir todos os sonhos, nomeadamente uma presença no caminho para o Mundial (sim, eu sei que graças à habilidade anti-desportiva da RE nós já estamos no caminho mundialista... que, no entanto, se aparenta mais com uma manobra de interesse eleitoralista do que com o objectivo de garantir que serão os melhores que estarão no Japão).
Bem, se ganharmos, o rugby português volta ao seu lugar e com aquilo que se vai procurando de ligação competitiva com os clubes espanhóis - que, aliás, tarda em decisões efectivas - renascem as possibilidades de uma competição interna que prepare os nossos jogadores para a competição internacional.
A análise através dos pontos do ranking da World Rugby mostra que a vitória pertencerá a Portugal por um ponto de diferença - o que é o mesmo que dizer que qualquer resultado será possível.

Para que se perceba a dificuldade do jogo que espera os portugueses é bom lembrar que as actuais pontuações das duas equipas resultam de circunstâncias particulares. Ou seja: a Bélgica, defrontando as equipas mais poderosas do Rugby Championship, só conseguiu derrotas e, naturalmente, só perdeu pontos; Portugal, jogando com as equipas mais fracas que disputam o Trophy, só obteve vitórias e, portanto, somou sempre pontos. O que explica, contando com a vitória de Novembro passado, contra a Bélgica por 26-21 - com os portugueses a não conseguirem quaisquer pontos na 2ªparte... - a diferença existente de 3,68 favorável a Portugal. Mas nada disto, por se basear no circunstancialismo de um ponto fraco do sistema, garante a necessária superioridade. O que significa que, mais do que tudo, seja preciso conquistá-la, deitando fora a nefasta esperança de queda do céu. Será preciso combater por cada bola, por cada centímetro do terreno e dar o corpo ao manifesto sempre que haja companheiros que precisem do mínimo de apoio.
Percebe-se, o jogo não será fácil para as hostes portuguesas. Com o peso ainda agravado de que uma derrota, mantendo a selecção portuguesa num grupo de fraco nível, não permitirá a melhoria competitiva para além de permitir ao futuro adversário de play-off uma adequada preparação. Oque torna o futuro mais sombrio e difícil.
Jogo de tudo ou nada? Quase! Porque as consequências da derrota para o rugby português serão altamente hegativas e exigirão uma reformulação que pode levar um tempo demasiado longo para responder em igualdade de circunstâncias aos adversários que não pararão o seu caminho de desenvolvimento.
E nós sem resultados que nos garantam os fundamentais patrocínios...
Lobos, o jogo de hoje não será fácil, mas como só a vitória nos interessa, espero que a vossa vontade e determinação de continuarem num quadro competitivo que vos aproxima dos melhores e vos permitirá a excelência da vossa superação garantá um final de sorriso e empatia entre vocês, jogadores, e nós, adeptos.
Lobos, entreguem a camisola que envergam numa melhor posição do que aquela em que a receberam!



segunda-feira, 15 de maio de 2017

CDUL: XX TÍTULO DE CAMPEÃO NACIONAL

Desenho a dedo em iPad
O CDUL conquistou o seu XX título de campeão nacional sénior de rugby continuando a ser o clube com mais títulos conseguidos - o adversário mais próximo, o GD Direito, conta 11 títulos.

Num jogo mais emotivo que de qualidade técnico-táctica, o CDUL, depois de ter estado inicialmente a perder e só tendo estado por poucos minutos na situação de vencedor acabou por, na última jogada do desafio, conseguir, num determinado agora-ou-nunca, o ensaio da vitória e garantir o resultado de 25-21.

A equipa de Agronomia entrou bem no jogo e marcou cedo dois ensaios, explorando muito bem as falhas da cobertura defensiva cdulista. Com evidente superioridade nas formações ordenadas - na primeira parte destroçou a formação azul - e com controlo eficaz nos alinhamentos, os agrónomos dispuseram do número suficiente de bolas para criarem a ideia que o título cedo lhes estaria entregue. No entanto e na segunda-parte - apesar de terem marcado novo ensaio num maul penetrante de força muito superior à capacidade defensiva dos adversários - Agronomia parece ter-se contentado com as aparências de já vencedora e... não fez (ou não conseguiu...) mais nada! Excepto o facto de ter conquistado um perigoso alinhamento defensivo e neutralizando assim o potencial perigo de circulação da bola pelo adversário.

De resto terá apenas utilizado as muitas bolas conquistadas de forma pouco criteriosa e sem mostrar objectivamente qualquer ideia para desestabilizar a equipa que tinha na sua frente.

O CDUL, cometendo durante a primeira parte demasiadas faltas, também não parecia capaz de contrariar a defesa adversária que se limitava a subir, encurtando o mínimo de espaço necessário e placando de acordo com uma equipa finalista. A mais também não era obrigada...

E o facto foi este na maior parte do tempo de jogo e praticado por ambas as equipas: o ataque à Linha de Vantagem era feito de colisões corpo-a-corpo e não através de combinações colectivas capazes de desequilibrar as defesas e que permitissem a evasão com a garantia da continuidade para manter o avanço necessário à marcação de ensaios. E portanto, com a excepção dos ensaios que resultaram de erros defensivos quase elementares, a conquista da LV era feita de centímetro em centímetro, morosa e numa constante de jogo pelo chão. E muito pouco, com excepção do ensaio de Kiko Pinto de Magalhães que repetiu a manobra feita oito dias atrás contra o GD Direito, se viu de leitura e adaptação ao posicionamento adversário procurando com o forte atacar o visível fraco.

Aliás foi deste mesmo princípio que se esqueceu Agronomia num momento em que também julgou o CDUL já morto e não apenas "mal enterrado". Não se percebe de facto porque é que, com as superioridades já referidas, Agronomia não as explorou através do jogo ao pé, obrigando o CDUL a jogar formações ordenadas ou alinhamentos próximos da sua área de ensaio, explorando assim as dificuldades defensivas e a tendência à falta que os sulistas vinham demonstrando.

Deixando o  adversário "respirar", os agrónomos esqueceram-se de uma outra realidade: a experiência dos jogadores e da própria equipa do CDUL, formada por diversos internacionais e com enorme quantidade de presenças em finais. Factos que compuseram o final e o seu resultado.

Com a entrada nos vinte minutos finais e já com a Agronomia fisicamente de rastos, o CDUL soube - apesar de uma decisão que ignorou as leituras percentuais do rugby mundial que estabelecem em 12% as possibilidades de se conseguirem pontos na troca de um pontapé de penalidade chutado aos postes (e que permitiria o empate 21-21 e a passagem para o prolongamento) por um alinhamento próximo da área adversária - avançar para a vitória. E que foi merecida pela determinação na procura.

Mas o mais interessante desta final esteve no planeamento cdulista que a preparou. Com base na análise dos anteriores campeonatos, Lourenço Fernandes Thomaz, presidente do CDUL, considerou que o facto de serem dadas possibilidades de presença nos play-offs a 6 equipas das 10 que disputam o campeonato - a diferença de 9 pontos de classificação entre o 6º e o 7º classificados mostrou a razão das observações - permitia uma forma distinta de planeamento da época desportiva, ampliando o período preparatório até Fevereiro/Março e, não sobrecarregando os jogadores em demasia, preparando-os para um pico de forma tardio e de acordo com o calendário da fase final das eliminatórias. Com quatro das suas seis derrotas contra equipas normalmente inferiores o CDUL garantiu assim, embora com o 5º lugar de ensaios marcados e o 4º de pontos do jogo marcados (488) mas o 1º de pontos de jogo sofridos (225), o 3º lugar que lhe permitiu jogar contra o pior apurado da fase regular - o Técnico. E se a melhor capacidade física já lhe tinha garantido o triunfo das duas eliminatórias anteriores, também contra Agronomia - embora num rés-vés de fazer parar corações - a melhor capacidade física dos jogadores do CDUL, permitiu a vitória e a conquista do campeonato. Fundamentalmente pela atenção e estudos de todas as componentes da competição entre as quais o calendário que a determina.
Parabéns pelo XX, CDUL!       

quarta-feira, 10 de maio de 2017

MUNDIAL 2019 JÁ RODA

Começou, com o sorteio dos Grupos para as equipas dos 12 países já apurados, o Mundial que tem o jogo de abertura em Setembro de 2019 e se realiza no Japão.
Dentro das sortes e dos azares a Inglaterra - 2ª no ranking mundial e, por isso, uma dos quatro cabeças-de-série - volta a ficar entalada num "grupo da morte" com a França e a Argentina. A sorte também não protegeu Daniel Horcade, mas a Argentina, classificada na 9ª posição do ranking, sairia, como o Japão, Itália ou Geórgia, do 3º pote e precisaria de muita sorte para se ver colocada num grupo que lhe permitisse sonhar com a passagem à fase de eliminatórias sem o risco constante de jogos do tudo-por-tudo. A Nova Zelândia, o actual campeã mundial, encontra a África do Sul no Grupo B com as duas equipas a fazerem o papel de favoritas à passagem aos quartos-de-final.
A Escócia, que fica no Grupo A com a Irlanda e o Japão, tem, de novo e avisada já da surpresa Japão que conta agora com o factor-casa, possibilidades de se qualificar para fase de eliminatórias. O mesmo se passa com Gales que, conseguindo posicionar-se no 2º pote por uma unha negra, tem, no Grupo D onde se junta com a Austrália, a Geórgia como adversário directo para a classificação para a fase seguinte.
As restantes 8 equipas que completam o quadro total de 20 equipas devem estar apuradas até Novembro de 2018.
A equipa europeia que se qualifique através do melhor posicionamento, retirada que seja a Geórgia, no Rugby Europe Championship - Europe 1 - jogará no Grupo A. A equipa imediatamente qualificada de acordo com o estranho processo europeu, terá a possibilidade, vencendo o play-off com a terceira equipa da Oceânia, de se qualificar para jogar também no Grupo A ou, embora derrotada neste play-off mas conseguindo vencer a Repescagem, encontrar lugar no Grupo B. Ou seja, a Europa para além de ter oito equipas representativas garantidas, pode ver ainda uma outra qualificada. Note-se no entanto que se fôr a equipa europeia a vencer o play-off contra a equipa da Oceânia, a Europa terá, numa espécie de jogos em casa a milhares de quilómetros, 4 equipas no Grupo A...

Grupos do Mundial 2019
Grupo A: Irlanda, Escócia, Japão, Europa 1, Vencedor do Play-off
Grupo B: Nova Zelândia, África do Sul, Itália, África 1, Vencedor da Repescagem
Grupo C: Inglaterra, França, Argentina, Américas 1, Oceânia 2
Grupo D: Austrália, Wales, Geórgia, Oceânia 1, Américas 2

Arquivo do blogue

Quem sou

Seguidores