domingo, 13 de março de 2016

SERAFIM MARQUES, o CORDEIRO DO VALE, faz 92 anos

Faz hoje, 13 de Março, 92 anos o Serafim Marques profissionalmente conhecido como Cordeiro do Vale - em homenagem, julgo, a um seu avô que teria usado esse nome nas também lides jornalisticas.
Jornalista do Diário Popular e da secção Desporto da Radio Televisão Portuguesa, Serafim tinha duas enormes paixões desportivas, o Atletismo e o Rugby.
No Rugby é um nome grande quer como membro de clube - iniciou-se em Agronomia mas foi no CDUL, que ajudou a singrar e a fazer o principal clube português - muitos dos dezanove títulos nacionais do clube são do seu tempo - que a sua participação como educador, formador, treinador ou dirigente se reconhece e admira, quer pelo seu papel de divulgador no Diário Popular e na RTP onde espalhou o conhecimento e o interesse pelo jogo nos seus categorizados comentários - diversas vezes ao vivo - no então Torneio das Cinco Nações. Todos os que temos idade para o ter ouvido devemos-lhe muito do conhecimento e amor pela modalidade que possámos ter. 
Conheci o Serafim - sempre o chamámos assim - depois de um jogo entre o CDUP, onde jogava e o CDUL, realizado no então Estádio 28 de Maio em Braga e onde o Xana Pinto Magalhães, então já padre, comentava de magafone na bancada, para ensinar e explicar as Leis do Jogo. Acabado o jogo, onde tive por adversário directo o meu amigo Vasco Lynce, camarada do Colégio Militar e companheiro da equipa de futebol com quem tinha ganho o campeonato lisboeta da Mocidade Portuguesa, veio ter comigo e disse-me: devias vir para o CDUL. Não satisfeito por o ter dito a mim, disse-o também aos meus pais e, um ano depois, estava na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa a continuar Arquitectura e a jogar pelo CDUL onde fiz o resto da minha carreira rugbística.
E tive, para além do engº Pinto de Magalhães, o Serafim como treinador. Tinha uma paciência infinita para nos ajudar a trabalhar a técnica individual (é verdade, há mais de quarenta anos já se preocupava com a técnica e o treino individualizado). Comigo, sempre com o seu fato-de-treino azul, gastou horas para que o pé esquerdo se aproximasse da fiabilidade do direito e que a captação da bola no ar fosse garantida - chutava dezenas de bolas para cima de mim até entender que estava melhor do que ao início.
Sabia de Rugby - era adepto do rugby de movimento - e sabia comunicar o seu conhecimento. Passaram-lhe pelas mãos centenas de jogadores e muitos deles chegaram a internacionais. Chegou aos ouvidos de milhares de portugueses que aprenderam a ver Rugby com ele. É uma figura incontornável do CDUL e do Rugby português.

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