segunda-feira, 22 de abril de 2019

SEMPRE MEIO-JOGO


A RFU introduziu, para ser obrigatoriamente aplicada dos sub-8 aos sub-19, uma regra: todos os jogadores das equipas juvenis devem, pelo menos, jogar o tempo correspondente a meio-jogo. E publicou um vídeo — que se reproduz —  com os 10 pontos essenciais para aplicação da regra.
As vantagens desta obrigatoriedade são óbvias: mais tempo de jogo para todos, menos campionite — o enorme cancro que distorce o desenvolvimento qualitativo — aumento do interesse pelo jogo a um número maior de potenciais jogadores — como se mostra no vídeo: se tem muitos jogadores da mesma idade, componha mais do que uma equipa — treinos focados na melhoria técnica generalizada e no conhecimento e domínio da complexidade do jogo.
Para facilitar o recurso ao “meio-jogo” para cada um, a RFU propõe que o jogo, para as idades jovens, seja dividido em “quartos” e não em meias-partes.
A justificação do conceito para a RFU, tem a evidência da simplicidade: “trata-se de possibilitar aos jovens jogadores mais jogo e não e apenas treinar e sentar-se no banco. Acima de tudo, jogar o jogo é a melhor maneira para que os jogadores evoluam.”. O que exige capacidade e conhecimento do jogo por parte dos treinadores e ainda o acordo, por parte de todos — treinadores, dirigentes, pais e jogadores — de que: “queremos campeões aos vintes, não aos doze!”.
Porque não adoptar este novo sistema ao Rugby Juvenil português?
A aplicação desta regra ao rugby português teria vantagens qualitativas mas também de sustentabilidade e consolidação uma vez que estudos internacionais demonstram que o factor abandono se centra essencialmente no facto de o jogo “já não ser divertido”, na “ existência de demasiada pressão”, na “ inexistência de tempo de jogo suficiente” ou na “demasiada ênfase na vitória”.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

BOA PÁSCOA


quarta-feira, 17 de abril de 2019

STADE TOULOUSAIN E A NOTRE-DAME DE PARIS

O Stade Toulousain utilizará, na 1/2 final dos Campeões Europeus contra o Leinster e em homenagem ao marco gótico da cultura europeia e com objectivo de angariar fundos para a sua reconstrução, uma camisola que terá o símbolo da Notre-Dame de Paris que foi parcialmente destruída por um incêndio (ver incêndio aqui)

sexta-feira, 12 de abril de 2019

QUIM PEREIRA COM MÉRITO DESPORTIVO RECONHECIDO

No CDUL, focados na conquista da bola num alinhamento
O Quim — Joaquim Pereira — vai ser condecorado com a Medalha de Mérito Desportivo pelo Primeiro-Ministro, António Costa. Nada mais merecido!

O Quim foi, no rugby português e numa longevidade ímpar, um “homem dos sete ofícios”: jogador internacional, formador de centenas de jogadores, jogador-treinador, treinador-jogador, treinador de selecções jovens, adjunto de selecções nacionais. A sua última selecção, das 17 que jogou, foi, comigo a seleccionador, contra a Espanha em 1984 — tinha então 46 anos! E jogou pelo CDUL até aos 50. Uma força da natureza.

A minha relação com o Quim é de profunda amizade construída na relação entre jogadores de uma mesma equipa e com uma mesma visão rugbística, entre o treinador que ele era e o jogador que eu fui e entre o treinador que sou e o jogador que ele foi. Ou seja: jogamos juntos, ele foi meu treinador e eu fui seu treinador num ciclo invejável.

O CDUL deve muito ao Quim, provavelmente e porque foi ele que, durante anos e alguns deles muito difíceis no pós-revolução de Abril, o manteve vivo, a permanência como clube rugbísticamente qualificado. A sua mala do carro foi, ao longo de anos, a secretaria do clube. Aí se guardavam todos os documentos como as fichas e licenças dos jogadores, os equipamentos e as bolas. Em dia de jogo era, depois de ter passado na lavandaria, definir a equipa, abrir a mala, retirar as licenças, preencher o boletim-de-jogo, distribuir os equipamentos, pegar nas bolas, fechar o carro e ir para o campo para jogar. Mas os trabalhos do Quim não acabavam aqui, se ao sábado eram seniores, ao domingo eram juniores. E os treinos, para uns e outros e numa sequência constante, eram quase todos os dias da semana...Uma vida dedicada ao Rugby.

Recordo sempre os seus telefonemas quando estava na tropa: “Podes vir jogar no domingo?”. E quantas vezes, de serviço, mas com o apoio do “sargento-de-dia” vinha de Tancos a Lisboa numa ida-e-volta com jogo pelo meio.

Como jogador, foi internacional a ponta, terceira-linha e pilar (a ponta foi uma maldade que lhe fizeram: como era grande e forte podia parar os “monstros” dos romenos...). No CDUL, onde participou na conquista de 11 campeonatos nacionais,  tinha a qualidade de obrigar os companheiros a darem o seu melhor nem que fosse com uma palmada disfarçada — pedagógica, dizia — numa qualquer molhada, de “agressão do adversário” — “Então já te deram e tu ficas-te?!” perguntava com um ar mal disfarçado de brincadeira. E nunca saiu do campo zangado fosse com quem fosse.
Belos tempos passados em treinos, em viagens, em jogos e recuperações à mesa e sempre com o Rugby como tema.

Nuns tempos em que ainda havia muito de “postes às costas”, o Quim Pereira foi, pelos processos e métodos utilizados, um modernizador do rugby português. Com ele houve um salto do “vamos lá
jogar” para uma organização relacionada com o Desporto de Rendimento que o Rugby português
haveria de percorrer.

Esta entrega da Medalha de Mérito Desportivo faz ao Quim Pereira aquilo para que foi instituída, honra o seu mérito!

A EVIDÊNCIA DE UM OBJECTIVO: SUBIR

Nas três frentes deste fim‑de‑semana — RE Trophy, 2019- U20 Men XV Championship e o SEVENS de Hong-Kong — o melhor resultado é, sem dúvida e até porque qualifica para o World Rugby Juniors Trophy da categoria a disputar no Brasil em Julho próximo e que apura para o Mundial de U20 de 2021, é o da selecção de Sub-20. Que vence este Torneio pela 3.ª vez consecutiva.
Três vitórias que não podem deixar de colocar a interrogação: sendo Portugal e nos últimos anos a 8.ª equipa europeia na categoria porque não conseguimos o apuramento para a Championship da Rugby Europe que engloba as equipas europeias do 7.º ao 12.° lugares? Por falta de competitividade do campeonato interno? Por incapacidade de preparação do jogo decisivo? Por incapacidade de foco da comunidade rugbística nos objectivos principais? Ou por tudo ao mesmo tempo? Seja como seja é altura de rever objectivos e processos porque o rugby português nada ganha, aliás muito perde, por não conseguir atingir a II divisão europeia. Uma coisa é, no entanto, certa: o progresso competitivo destes jogadores depende da sua experiência a níveis superiores. E isto significa garantir o acesso à Championship europeia.
Na Lituânia mais um jogo de, passe a expressão, “bater-em-cegos”. Com uma equipa sem alguns habituais titulares que se encontravam em Hong-Kong o resultado não deixou de ser suficientemente desnivelado e que permitiu, ultrapassando a Namíbia, a subida de um lugar — agora 22º — no ranking da World Rugby.

Para uma melhor ideia do baixo nível competitivo desta competição Trophy e da qual, repete-se, Portugal deve tudo fazer para a deixar, veja-se que a selecção nacional marcou esta época 39 ensaios contra 22 marcados na época passada e sofreu 4 ensaios esta época contra os 11 sofridos na época passada... Diferença que, viu-se nos jogos, não se deve a uma grande melhoria na eficácia da equipa.
Na terceira prova em que estivemos a convite — no Sevens de Hong-Kong — uma evidência reconhecida: não é possível participar em igualdade competitiva numa prova destas sem participar na totalidade do circuito. Por mais que possa parecer que estamos quase lá, falta o quase. Que só se consegue com a aquisição de hábitos competitivos de elevado nível, que só se conseguem com a presença habitual. Assim foram cinco derrotas noutros tantos jogos com 10 ensaios marcados contra 21 sofridos e com uma quota de pontos marcados de 33% e uma classificação no 16º e último lugar. Entretanto a Irlanda, nosso adversário para o apuramento olímpico, com a vitória no Qualifyer, classificou-se para a World Seven Series da próxima época e a Inglaterra, a mostrar cada vez maiores dificuldades para garantir uma das quatro primeiras posições na classificação geral, poderá colocar a Grã-Bretanha como outro adversário directo para a qualificação olímpica. Ou seja, a “cave” imediata  do rugby português tem que ser — sem margem para dúvidas — metida no jogo com a Alemanha.
[NOTA: por distração este texto não foi colocado na data em que foi escrito - 8/4/2019. Pelo lapso, peço desculpa.]

sexta-feira, 5 de abril de 2019

INICIAR A SUBIDA NA LITUÂNIA

Previsão: Portugal vence por 11 pontos de jogo de diferença
Em princípio a vitória de Portugal, como demonstram as diferenças para a Lituânia de pontos de ranking (8,26), não é questionável mesmo quando alguns dos internacionais habituais se encontram em Hong-Kong para responder ao convite de participação no torneio de Sevens. Embora com percentagens do Sucesso idênticas (67%) mas com diferenças substanciais nos 5 jogos de Portugal onde estão contabilizados dois jogos com equipas de nível superior a esta III Divisão europeia contra os três jogos da Lituânia efectuados dentro do espaço III/IV Divisões, a Quota de Pontos Marcados (74% contra 52%) demonstra a superior eficácia dos jogadores portugueses ao longo dos jogos efectuados quando comparada com a quota de pontos marcados pelos lituanos.
Neste jogo, para tirarmos algum partido da evidente falta de competitividade, vale o posicionamento da Lituânia que, embora se encontrando a dez posições de diferença, não difere em 10 ou mais pontos de ranking - são 8,26 - permitindo assim que a vitória de Portugal o faça aproximar-se da mundialista Namíbia ou mesmo, se vencer pelo menos por 15 pontos de diferença, ultrapassá-la.
Acabado este último jogo do Rugby Europe Trophy, todo o pensamento do rugby português deve ficar virado para o objectivo central da época internacional: vencer o play-off da subida contra a Alemanha em Junho próximo. Acabando assim com estes jogos competitivamente desinteressantes e que, apesar das vitórias que apenas servem para iludir distraídos, em nada servem o nosso desenvolvimento.
Caberá à nova direcção federativa - com o experiente Amado da Silva a presidente - estabelecer as condições para que a subida possa ser uma realidade.
Pode ver-se a relação da cedência de jogadores de cada clube para as seleções nacionais de XV e SEVENS com o total parcial de 8 do Belenenses, 7 de Agronomia, 6 do Direito, 5 do Cascais, 4 do CDUL, 2 de clubes estrangeiros e 1 do Técnico 

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