terça-feira, 31 de dezembro de 2019

ANO NOVO, VIDA NOVA. PODE SER?


domingo, 29 de dezembro de 2019

O PÁSSARO FUGIDIO DA TAPADA

... e num último segundo tudo se virou de pernas para o ar!

Ao intervalo Agronomia ganhava por 17-10 e aos 72’, depois de um super-ensaio tirado da qualidade individual de Manuel Cardoso Pinto que, desligando-se de qualquer atilho em cima do meio-campo, atacou a linha-de-vantagem, quebrou a defesa e fintou quem lhe pareceu pela frente para marcar junto aos postes e colocar o resultado com 9 pontos de vantagem num 27-18 que parecia garantir a Taça.

Mas não foi assim...o VRAC venceu por 28-27... e conseguiu a sua terceira vitória consecutiva.

Os jogadores da equipa de Valladolid — dez deles não são espanhóis — não mostraram grandes qualidades — foram uma equipa previsível, sem soluções para encurtar, bem pelo contrário, a linha defensiva dos agrónomos, com uma permanente repetição de processos que pretendia conseguir pela força das colisões aquilo que a falta de capacidade, ou mesmo de conhecimento, da manobra não conseguia. Ou seja e como se viu durante grande parte do jogo o VRAC constitui uma equipa acessível a quem, por um lado, a sorte do jogo e, por outro, as incapacidades de Agronomia deram a vitória final.

Conseguindo, durante a primeira parte, manietar a equipa espanhola, desmultiplicando muito bem os seus defensores por obra e graça de uma inteligência táctica que permitiu não empenhar mais do que o número absolutamente necessário de jogadores em cada “ruck”, Agronomia foi desaparecendo do jogo e na segunda-parte já não mostrou o discernimento suficiente — nos “rucks” já eram utilizados mais jogadores do que o necessário — para que a possibilidade de reviravolta do resultado não começasse a ser uma hipótese provável.

Com o pássaro na mão — que diabo, 9 pontos de diferença é muita diferença para um quarto de hora final —  Agronomia deixou-o fugir por sua incapacidade manifestada em erros tácticos e falta de comando eficaz interno e externo que adaptasse o sistema à nova situação de progressão das dificuldades físicas. Com o empenho de mais jogadores nas fases estáticas, provocaram o desgaste físico dos defensores que tiveram que se multiplicar mais do que tinham feito anteriormente; com a diferença conseguida com o ensaio de Cardoso Pinto a manutenção da posse da bola foi continuada como se de processos atacantes se tratassem quando, dada a vantagem e o tempo de jogo, tudo recomendaria que o controlo se fizesse sobre o Canal 1, junto às formações, agregando e jogando com a ânsia adversária, procurando levá-los à falta. Isto é, recorrendo à inteligência táctica de que tinham dado anteriormente provas. Mas não, o jogo utilizado de procurar o contacto para a consequente formação expontânea na zona do Canal Central foi um erro evidente, desgastante e nunca alterado, resultando na derrota.

E porque terá acontecido esta mudança de sistema de uma primeira parte bem conseguida para uma segunda de incapacidade quase total? Essencialmente por abatimento físico — os jogadores de Agronomia foram-se fisicamente abaixo e a inteligência táctica deixou de existir de forma colectivamente coesa. E de muito pouco serviu a determinação mental da maior parte dos jogadores porque o físico já não ajudava...

Ou seja, o que se temia aconteceu! O jogo começou com um bom nível de intensidade, superior, aliás, ao que é habitual no actual campeonato português e o desgaste nos jogadores de Agronomia foi-se, naturalmente, acentuando. A partir daí as soluções foram-se tornando menos adaptadas, a dificuldade de quebrar a defesa adversária — que tinha, reconheça-se, acontecido praticamente por rasgos individuais — foi aumentando e desapareceu a capacidade de ocupação do território adversário. E sem uma equipa com característica de domínio territorial — factor já notado nos últimos jogos do campeonato nacional — as dificuldades foram sendo cada vez maiores, culminando na cedência da vantagem de nove pontos.

No entanto esta final perdida por nítida incapacidade de resistir à intensidade que jogos deste nível sempre impõem, ensina-nos qualquer coisa de muito importante: não é possível atingir a qualidade que o nível internacional pede sem uma época preenchida por um campeonato equilibrado e de grande competitividade. Coisa que não aconteceu na fase de apuramento que provocou uma entrada manca na fase final que agora se disputa e que causa, desde já, preocupações e apreensões sobre as capacidades competitivas que Portugal possa apresentar no jogo internacional mais importante da época — daqui a um mês, contra a Bélgica. Porque a realidade é esta: se queremos obter resultados internacionais de valia, teremos que ter um campeonato interno equilibrado que possibilite um elevado nível competitivo — preparando e habituando os jogadores a intensidades superiores.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

TAÇA IBÉRICA MASCULINA 2019



Tendo por base os resultados dos jogos desta época — 9 jogos para Agronomia, 11 para o VRAC — os campeões espanhóis de 2018/19, com uma vantagem de 6% na média da Capacidade Competitiva, detém algum favoritismo para o jogo de amanhã.

Provavelmente as diferenças das formas competitivas entre os dois países distorcem os valores dos  diferentes indicadores, mas são, pelos poucos jogos já disputados da nossa fase final, os elementos disponíveis de comparação. Esta distorção pode, eventualmente, ser efectiva nos dois indicadores em que Agronomia se mostra superior — a “Quota de marcação” mostra a relação que uma equipa tem entre os pontos marcados e o conjunto de pontos marcados e sofridos significando o seu maior número uma maior facilidade nas vitórias e maior aproximação nas derrotas. Situação corroborada pela superior média de ensaios marcados por jogo mas que pode, repete-se, mostrar-se enviesada pelos tipos de adversários da fase de Apuramento portuguesa.

Será esta capacidade — mesmo se os últimos resultados, com uma sequência de VDD, não têm sido brilhantes —de marcar pontos, ensaios inclusivé, a que se junta o factor-casa que valerá entre 3 e 4 pontos de jogo, suficiente para garantir a vitória de Agronomia na Taça Ibérica? Até porque o VRAC e apesar da sua Taxa de Sucesso atingir 81%, não se tem mostrado, com uma última sequência de DVE, tão forte como no início da época.

O jogo não será fácil e Agronomia tem que se apresentar ao seu melhor nível para vencer, mostrando-se capaz de ocupar o terreno e conquistar as bolas suficientes para poder fazer a diferença. E acima de tudo, jogando com forte coesão colectiva e muita determinação. Boa sorte, Agronomia!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

EQUILÍBRIO NÃO É SUFICIENTE


Mantém-se a tendência para um maior equilíbrio competitivo no Grupo Título em relação ao Grupo Despromoção que se mostra bastante mais desequilibrado como se pode verificar com os dois resultados por diferença de 30 pontos e a relação entre pontos de bónus ofensivos (6) e bónus defensivos (2) que é, praticamente, a inversa da existente no Grupo Título — 3 pontos de bónus ofensivos para 5 de bónus defensivos.

Portanto e juntando ainda os dados retiráveis dos quadros seguintes, no Grupo Título mantêm-se a totalidade das expectativas na luta pelo título enquanto que no Grupo Despromoção a expectativa parece focar-se apenas e desde já em qual das duas equipas — Lousã ou CRAV — será directamente despromovida uma vez que o intervalo começa a alargar-se de forma tal que a recuperação se mostra de enorme dificuldade. E como, num erro enorme dos clubes que aprovaram a prova, nada mais há em disputa para além da fuga aos dois últimos lugares a expectativa competitiva parece muito reduzida quando ainda não se atingiu o final da primeira volta.




Na sequência do demonstrado no quadro superior, o equilíbrio competitivo — veja-se a diferença entre as médias do primeiro e do último classificados e a capacidade de marcação de ensaios em cada um dos quadros sobre a capacidade competitiva — é mas acentuado no Grupo Título.

Exposta esta factualidade da competitividade do Campeonato da Divisão de Honra será importante fazer notar que a maior competitividade está relacionada com o equilíbrio entre as capacidades das equipas mas nada garantindo em relação à qualidade do jogo. Tão pouco em relação à intensidade. Aspectos que, diga-se, têm deixado bastante a desejar e que estão longe do que sabemos serem as exigências dos jogos internacionais E o jogo decisivo da época internacional — contra a Bélgica, adversário a quem teremos de vencer para garantir a permanência e poder encarar os outros jogos como forma de crescimento e habituação — está a pouco mais de um mês com festas pelo meio...

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

BOM NATAL 2019


domingo, 15 de dezembro de 2019

ASSIM VAI O CAMPEONATO DA “DIVISÃO DE HONRA”


No Grupo do Título foram conquistados 2 pontos de Bónus Ofensivos e 4 pontos pontos de Bónus Defensivos. No Grupo de Despromoção foram conquistados 3 pontos de Bónus Ofensivos e 3 Defensivos.







sábado, 14 de dezembro de 2019

SINAIS DE EQUILÍBRIO NO GRUPO DO TÍTULO



Nesta composição de pontos de jogo quatro factos interessantes:
a) o maior número de ensaios pertenceu ao CDUL que, com espanto, não conseguiu mostrar, na 1.ª jornada do Grupo do Título e contra o GD Direito (perdendo por 44-16) qualquer capacidade atacante digna de nota mesmo se jogou na Fase de Apuramento no grupo de maior equilíbrio competitivo o que lhe deveria ter proporcionado uma preparação suficiente;
b) A incapacidade atacante da Lousã que apenas marcou 1 ensaio nos seis jogos realizados na fase de apuramento;
c)  Serem pontapés de penalidade (6) que constroem, com 64% da totalidade dos 28 pontos conseguidos, o volume dos pontos conseguidos pela mesma Lousã.
d) A pouca capacidade atacante — a segunda pior — demonstrada pelo CRAV com apenas 22 pontos e 3 ensaios nos seis jogos efectuados.
A Capacidade Competitiva das equipas na Fase de Apuramento é formada pela média da Taxa de Sucesso (vitórias/totalidade de jogos), Quota de Pontos de Classificação (pontos conseguidos/totalidade de pontos possíveis) e Quota de Pontos de Jogo (pontos de jogo marcados/ sobre a totalidade dos pontos marcados e sofridos que a maior ou menor facilidade da vitória ou dificuldade imposta na derrota).
No quadro verifica-se que o Belenenses foi a equipa — 84% — com maior demonstração de Capacidade Competitiva na Fase de Apuramento e, no entanto, foi perder, na 1.ª jornada do Grupo do Título com o Técnico que apenas conseguiu a 6.ª média de Capacidade. Por outro lado o CDUL, com uma média muito próxima do Direito, deveria ter usado o “factor casa” para vencer. Estes dois resultados podem ser um sinal de construção de um elevado Índice de Competitividade do Grupo, mantendo a indecisão classificativa até final, obrigando as equipas a trabalhar mais e melhor e elevando a incerteza.
No Grupo da Despromoção, o CDUP, com uma média de 47% de Capacidade Competitiva foi vencer, mesmo fora de casa, o Benfica com menos 14% de média. O que pode ser um indício, como aconteceu na temporada 2017/2018, que o equilíbrio competitivo deste Grupo vai ser baixo.
Com os jogos da 2.ª jornada veremos, entre consistência e instabilidade, o que nos podem trazer estas relações: equilíbrio ou desequilíbrio competitivo.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O ELOGIO DO DESEQUILÍBRIO

O Desporto tem características próprias que o definem e enquadram. O Desporto federado, enquadrando-se no domínio do Rendimento, afina mais ainda características próprias que vão definir a Competição Desportiva dando-lhe um enquadramento de princípios e valores que são únicos e que, como tal, devem ser garantidos e respeitados. 


Um dos princípios fundamentais da Competição Desportiva é o EQUILÍBRIO. Expressão que vai estabelecer que a competição — para que seja atractiva para actores e espectadores e se conforme aos princípios e valores defendidos — não tem vencedor antecipado e que todos os seus intervenientes poderão vencê-la. Mas sempre sem recorrer ao eufemismo de conceitos que mais não representam que facilidades administrativas para ultrapassar equipas de superior mérito desportivo. É, de facto, por necessidade de garantir o necessário equilíbrio que no Desporto Rendimento existem divisões. Ou número limitado de equipas para cada competição. Quadros que se estabelecem por razões desportivas e não por quaisquer outras por mais que as aparências das boas falas nos pretendam iludir. O Desporto rege-se por regras e valores que lhe são próprios e o caracterizam e as decisões sobre a sua organização devem, inequivocamente, respeitá-los!
Este equilíbrio que é necessário e se evoca, não é um mero conceito retórico baseado numa qualquer “fezada”. Para o determinar existem os resultados — esse parâmetro determinante do domínio do rendimento desportivo — que demonstram, recorrendo aos algoritmos aplicáveis, quão equilibrada é, por mais complexo que possa parecer, uma competição.
Atribuindo o estatuto de primeiro nível a 12 equipas para a disputa da principal competição, os clubes e a própria Federação não tiveram presente nem a real capacidade que clubes e as suas equipas têm demonstrado, nem a experiência recente. Tão pouco os seus dirigentes — com uma ou outra pequena excepção que terá sido assimilada — foram capazes de reconhecer a evidência. E a verdade é esta: mais vale competir num nível abaixo onde as capacidades colectivas e individuais dos praticantes se aproximam e equilibram do que noutro mais elevado e onde o jogo se torna absurdo. 
E, se não for assim, teremos resultados como o que está transposto no primeiro quadro! Um verdadeiro elogio ao desequilíbrio e, portanto, à não-competição.
Embora não se podendo fazer rigorosas comparações entre as diferentes equipas por, tratando-se de 
competição por grupos,  não ter havido confrontos entre muitas delas, é possível ter uma visão geral 
do profundo desequilíbrio gerado. E assim houve jogos, pela distância de capacidades conhecida das oposições, que pouco ou nenhum interesse competitivo demonstraram. Prejudicando, naturalmente, praticantes e o seu desenvolvimento técnico e táctico como se pode perceber pelo ridículo valor do Índice de Competitividade atingido.  
Com 15 jogos — 42% dos 36 realizados — de resultados distanciados por mais de 30 pontos numa clara demonstração de “vitórias fáceis” a que se juntaram mais 6 jogos, estabelecendo um valor global de 58% de resultados com diferenças superiores a 15 pontos (o valor estabelecido pela WC para que os pontos de ranking sejam multiplicados), esta fase de apuramento não pode ser considerada como suficientemente competitiva para proporcionar qualquer adesão aos objectivos que o Desporto Federado deve prosseguir. E, muito provavelmente, a decisão que a impôs ou aceitou é 
responsável — pela falta de capacidade competitiva que proporcionou — pela derrota contra o Brasil num jogo que, cá ou lá, deveríamos ganhar e não, como aconteceu, perder pontos e posicionamento de ranking.

Como se pode ver pelo segundo quadro que aqui se apresenta os níveis da competição mais elevados são atingidos com competições com 6 equipas — e não vale a pena começar a época com 12 clubes para definir dois grupos posteriores de 6. A evidência está nos resultados conseguidos quer na época de 2017/18, quer no conseguido na abertura desta época.
Se é fácil verificar pelos dados expostos que o melhor nível competitivo está limitado a 6 equipas, a possibilidade de competição com superior número de participantes não pode ultrapassar 8 equipas (IC=40 em 2018/19). Porque a realidade dos números limita, hoje em dia e sem que haja qualquer alteração sistémica de processos e métodos na composição e treino das equipas mais fracas, a sete o conjunto de equipas com capacidades de se mostrarem minimamente competitivas.
É bom não esquecer que à “simpatia de 10 clubes”,  correspondeu também o “passeio” pela 3.ª divisão europeia sem qualquer vantagem fosse para quem fosse.
Os resultados deste passado fim‑de‑semana alertam, com as duas vitórias com bónus defensivo no Grupo do Título e as duas vitórias por mais de trinta pontos no Grupo da Despromoção, para uma situação próxima (ver 2º quadro) daquela que se passou na época 2017/18  com um IC=51 para o Grupo A e um IC=6 para o Grupo B. Ou seja e claramente existem duas distintas divisões. Atentos, devíamos tomar nota.  




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