quarta-feira, 30 de junho de 2010

CÉSAR PEGADO MEDALHA DE OURO FIRA-A.E.R.

                                                                                        Jean-Claude Baqué, presidente da FIRA-AER, e César Pegado na cerimónia de condecoração em Malta a 25 de Junho passado
É sempre bom ver amigos serem reconhecidos pela qualidade do seu trabalho. O César Pegado, dito Celibé, foi condecorado com a Medalha de Ouro da FIRA-A.E.R.. Não caberia em melhor peito. Grande abraço.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

CURSO DE 2º GRAU

Jogo ao largo foi o tema que me foi pedido para apresentar ao Curso de Treinadores de 2º Grau onde estive no passado domingo. O tema é largo, complexo e, muitas vezes, confundido com o jogo das linhas-atrasadas. Jogar ao largo é utilizar a largura disponível do campo e serão os jogadores que, pelas mais variadas razões, aí estarão colocados - à largura do terreno - que terão a tarefa de decidir qual das sub-formas irão utilizar:manter o sentido até envolver a defesa, passar para jogo-penetrante ou jogar-ao-pé.
A visão que tentei dar - para além de mostrar a necessária e permanente integração das três possibilidades - foi a de introduzir conceitos que possibilitem a abertura de uma janela de diferenciação com os métodos habituais pré-programados. A tomada de decisão é a base essencial do tipo de treino que se propõe, preparando portanto o jogador portador da bola e seus companheiros para lerem de forma integrada o que se passa no seu próprio movimento em simultâneo com o movimento dos defensores, criando assim condições para que a plasticidade colectiva se adapte eficazmente à situação pretendida.
Se pensarmos num bando de estorninhos  e nas evoluções que conseguem fazer em movimentos que parecem sem sentido objectivo notaremos que, pese o aparente caos, não existem choques ou quebras. clique aqui Olhando-os, podemos interrogarmo-nos sobre a forma como a liderança momêntanea se estabelece e como se altera sem quaisquer ordens aparentes. Ora é este tipo de plasticidade colectiva que uma equipa de rugby eficaz necessita, conseguindo-a através de uma inquestionável adesão à liderança momentânea do portador da bola. Adaptando, de imediato e sem levantar questões secundárias, posições e linhas de corrida a cada decisão. Reagindo permanentemente e tendo por guia os Princípios Fundamentais do Jogo. Sendo tacticamente inteligente no adequado momento da leitura - procurando o que vai acontecer? - e limitando-se a seguidor do chefe - lendo sinais e percebendo intenções - cada vez que se coloca em jogo uma proposta do companheiro portador da bola.
Treinando em oposição e com exercícios adequados ao jogo e aos seus jogadores, a equipa pode adquirir automatismos e segundas naturezas que lhe permitirão garantir um todo superior à soma das suas partes.
Claro que toda esta transformação exige profundas alterações dos hábitos clássicos - começando por prescindir do ensino através do método analítico e passando ao método global: aprende-se a jogar, jogando! e treina-se como se joga!
Trata-se, naturalmente, de um novo paradigma: estamos a falar de nova formação para um novo jogador. Como lembra esta cartoon "Atenção: jogador em construção" trazido há uns tempos por Pierre Villepreux.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A FLUIDEZ DO SUL

Os franceses…são franceses. Com aquela naturalidade de quem tem um umbigo maior do que o mundo, andaram durante anos a dizer que “aquilo” do Super 14 não era rugby: falhava nos princípios do jogo por troca com o serviço de espectáculo (le combat, mon cher… bof!). No fundo, ar de patrono e desdém a falar – o rugby profundo contra as urbanidades modernistas…

As derrotas que a França ia tendo contra o Sul eram olimpicamente ignoradas na elevação à glória de uma ou outra vitória – algumas épicas, refira-se – do “nosso” rugby, reconhecido britanicamente, aliás, por french flair.
Depois do banho recebido da África do Sul na semana passada, algumas vozes começaram a virar o bico, outras a lançar avisos. Como Alain Penaud, antigo internacional francês, que escreveu no L’Equipe: “ Muito bem, o Super 14 é espectacular. Mas creio que deveríamos olhar esse campeonato de uma outra forma. É preciso que deixemos de o caricaturar “ para continuar dizendo que não há muitas equipas francesas capazes de encadear tempos de jogo e que “tende mesmo a afirmar que, pelo contrário, são as equipas do fim da tabela que constroem mais jogo porque sabem que não têm jogadores capazes de rivalizar na dimensão física. Para dinamizar bolas lentas é preciso um longo trabalho, de grande exigência e vigilância. É mais fácil ficar-se por um jogo que, a meu ver, está desactualizado.”

De facto há uma enorme discrepância imediatamente visível: no Sul os jogadores estão em plena corrida para receber o passe; no Sul, os jogadores entram no passe e atacam o ombro de dentro do defensor, fixando-o pelo menos; no Sul a fluidez do apoio é evidente, com os jogadores a adaptarem-se e a ajudarem-se mutuamente, nunca deixando o portador isolado e dando-lhe o benefício da liderança momentânea – sem qualquer tipo de reserva mental ou questionamento. De tudo isto resulta ainda a percepção de que é a plasticidade colectiva que se impõe, transformando as oportunidades ao basear todo o seu jogo numa consequência da aplicação dos Princípios Fundamentais do Jogo: a bola só se passa para o lado quando se avança. Daqui a diferença.

sábado, 12 de junho de 2010

UM NORTE INCAPAZ?

42-17, vinte e cinco pontos de diferença. É muito para distinguir o melhor do Hemisfério Sul (África do Sul, campeã do mundo) do melhor do Hemisfério Norte (França). E se a este resultado juntarmos o 66- 28 entre a Nova Zelândia e a Irlanda, poderemos interrogarmos se a razão não estará do lado do treinador sul-africano Peter De Villiers que põe em dúvida a qualidade dos campeonatos europeus.  

É verdade que a França não tinha qualquer obrigação de ganhar este jogo – jogava fora e no final da época – mas os valores comparativos do Ranking da IRB davam a vitória à África do Sul por uma diferença de 13 pontos… e foram 25! Também ninguém pensaria – excepto o guerreiro O’ Driscoll – numa vitória da Irlanda nos antípodas. A mesma comparação do Ranking IRB garantia a vitória All Black por 24 pontos…mas foram 38!  Veremos o que se passará com a continuidade dos jogos Norte-Sul mas talvez seja altura de analisar as competições europeias e a sua organização.  

No Sul e na maior competição, jogam 5 equipas por cada país (mais correctamente, a Austrália só no próximo ano terá a sua quinta equipa). No Norte continuam as provas internas – com excepção da Liga Celta – alicerçadas em equipas de clubes, dispersando os melhores jogadores por vários pólos e sujeitando-os a competições de menor nível e menor constância competitiva. Estará aqui a diferença? Porque diferença há! Basta ver o posicionamento das principais equipas do Hemisfério Sul – África do Sul, Nova Zelândia e Austrália – neste século: duas delas estão sempre nos três primeiros lugares quando não, como agora, a ocupar os três lugares.

Competitivamente e para que as vitórias não aconteçam só no optimismo de melhores dias cantarão, alguma coisa terá que ser alterada – ou então, adeus campeonatos do Mundo…

sexta-feira, 11 de junho de 2010

RUGBY NO SOWETO

Cito, do jornal A BOLA e sob o título Aquilo a que o Mundo não deu importância, a crónica de João Bonzinho enviada de Joanesburgo (terça-feira, 8 de Junho de 2010):

“Não foi um assalto, nem um qualquer outro crime e talvez por isso não tenha tido direito a headlines nas televisões ou principais títulos nos jornais por todo o mundo. A BOLA falou na história. Mas poucos mais o fizeram. Foi algo de impensável até há muito pouco tempo; algo de impressionante; algo de intensamente emocionante; algo de belo; algo de profundamente histórico. O râguebi foi ao Soweto onde nunca tinha entrado, nem em sonhos, uma bola oval.”

Linhas à frente transcreve ainda o bispo Desmond Tutu (Prémio Nobel da Paz em 1984): “A entrada do râguebi no Soweto foi o maior acontecimento desportivo e social da história deste país.”

Soweto, cidade negra com mais de 3 milhões de habitantes.

Nelson Mandela, o extraordinário humanista e notável Presidente que já havia percebido a importância do desporto para ajudar à concórdia e coesão multiracial do seu povo – Mundial de Rugby de 1995 quando transformou a equipa do apartheid numa (de novo Tutu) "equipa do arco-íris” – e que, como conta o descendente português, arquitecto de formação e antigo (agora é director-geral do Ministério das Obras Públicas da província de Gauteng) secretário-geral do National Sports Council, Gilberto Martins, lhe ensinou que “tens que pensar com a cabeça e não com o coração”, sorriu com certeza entre o primeiro apito da meia-final e o último apito da final do Super 14, ambos no Orlando Stadium do Soweto.

Que o rugby tenha sido elemento importante no caminho da construção da igualdade, mesmo a milhares de quilómetros, constitui uma emoção forte. Exigente. Mas muito boa.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

CONSISTÊNCIA E RIGOR

A International Board – representada por Bill Beaumont, Mark Egan, Graham Mourie, entre outros - reuniu os actuais treinadores responsáveis pelas melhores selecções internacionais – os TOP 8 mais Argentina e Itália – para discutir questões relacionadas com a Arbitragem.


Do resultado final ressalta a decisão de total apoio aos árbitros IRB para especial atenção na penalização das faltas evidentes – aquelas que não deixam margem para dúvidas (clear and obvious, na redacção original).


Resulta também do encontro, o apoio absoluto à aplicação consistente e rigorosa das Leis do Jogo nas seguintes cinco áreas-chave do jogo:


1. fora-de-jogo nos reagrupamentos
2. fora-de-jogo no jogo-ao-pé
3. formação ilegal do maul causando obstrução
4. faltas evidentes na formação ordenada, incluindo demora na sequência de formação, ligações na primeira-linha e introdução da bola
5. situações ilegais na placagem.


Os mais importantes treinadores aceitaram também que os árbitros apliquem a política de tolerância zero nas faltas das formações-ordenadas, nomeadamente no seu derrube – o que significará, com certeza, o recurso a cartões.


Esperemos que a arbitragem portuguesa, que seguirá naturalmente estes princípios, não venha a ser considerada como impossível (forma simpática para fundamentalista) pelos outros intervenientes do jogo: jogadores, treinadores, dirigentes. De facto o jogo só é possível de jogar se houver cumprimento das leis e deste encontro resulta que os árbitros devem apitar aquilo que vêem – não o que os adeptos adivinham – e que devem ser consistentes e rigorosos nas áreas que, se não cumpridas, impedem um desenrolar decente do jogo. Concluindo-se de tudo isto que existe um óbvio limite para o comportamento abusivo dos jogadores – cuja responsabilidade (como se infere desta reunião) deverá pertencer, antes do mais, a treinadores e dirigentes.

terça-feira, 1 de junho de 2010

RUCK SEM FORA-DE-JOGO

Um ruck em que a defesa - ao contrário de anterior imagem - se mantém em jogo e de acordo com as Leis do Jogo. Bem colocados defensivamente, preparados para intervir e impedir o adversário de ultrapassar a linha de vantagem, são os Penguins - tradicional equipa inglesa de convites que esteve a jogar em Portugal.

OS UVA

Os Uva são um clã...até almoçam juntos :-)

Arquivo do blogue

Quem sou

Seguidores