quinta-feira, 25 de novembro de 2021

O NORTE EM GRANDE

As equipas do Hemisfério Norte tiveram um óptimo comportamento no passado fim‑de‑semana. Com excepção da Rússia que perdeu com o Chile, em casa e por um ponto, e da Geórgia que, embora com excelente resultado, empatou com Fiji, todas as outras das equipas do Norte venceram os jogos. E até a Roménia surpreendeu ao vencer o Tonga por margem mais folgada do que as expectativas.
 

Nestes Jogos de Outono a grande vencedora foi a Inglaterra que, com as três vitórias conseguidas, obteve 2,39 pontos de Ranking da WR enquanto que a Austrália — com 3 derrotas e 1 vitória contra o Japão — foi a pior das equipas ao perder 3,59 pontos de Ranking.
Portugal, com a vitória sobre o Canadá e a derrota com o Japão, conquistou 0,17 pontos de ranking enquanto que os seus adversários da RE Championship 2022 como a Roménia — com 1,69 pontos conquistados — a Espanha — com 0,60 pontos conquistados — a Geórgia — com 0,29 pontos conquistados conseguiram ligeiramente melhor ao passo que a Rússia — que perdeu 0,87 pontos — e os Países Baixos — com 1,70 pontos perdidos — fizeram pior. 

sábado, 20 de novembro de 2021

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

JAPÃO NATURALMENTE FAVORITO

 Portugl defronta, em estreia oficial, pela primeira vez — o jogo de 2007 foi um treino e não jogo oficial e que, por isso, ambos os países não atribuíram internacionalizações — o Japão, actualmente na 10ª posição do ranking da World Rugby.


Dada a diferença de posicionamento e de pontuação, o Japão é naturalmente favorito com a teórica vantagem de 19 pontos de jogo de diferença. 

Portugal tem neste jogo um teste para medir as suas capacidades competitivas em relação ao RE Championship 2022 que apura para o Mundial de França. Com ainda dois jogos dso Lusitanos antes do início da nova época internacional, os Lobos terão, a partir do que este jogo demonstrar, tempo de correcção e adaptação para a melhor preparação.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

PORTUGAL FAVORITO CONTRA O CANADÁ

 De acordo com os valores e classificação do actual Ranking da World Rugby, os Lobos, neste 5º jogo que irão disputar com o Canadá, amanhã sábado, no CAR Rugby do Jamor e apesar das quatro derrotas anteriores, são favoritos à vitória com uma previsão de diferença, como se pode ver no quadro abaixo, por 16 pontos de jogo.

E se o prognóstico contraria absolutamente o último resultado entre os dois países, em Lisboa e em 2013 com 52-13 favorável aos canadianos que marcaram 7 ensaios, 4 transformações e 3 penalidades contra 1 ensaio e uma penalidade do lado de Portugal, também acontece que antes do início da pandemia os prognósticos dariam para um jogo em casa uma vantagem para Portugal por 3 pontos para, um ano depois, a vitória continuar a ser portuguesa, agora por 6 pontos. 

Entretanto e apesar de duas das derrotas canadianas terem sido contra a Inglaterra e o País de Gales — que pela distância de pontuação do ranking ser superior a 10 pontos não tiveram qualquer influência no seu posicionamento que, aliás, já era inferior a Portugal — as outras derrotas foram contra os Estados Unidos e o Chile, resultados que valeram ao Canadá ficar fora do apuramento para o Mundial 2023.

Por outro lado Portugal conseguiu nos seus últimos 5 jogos internacionais 3 vitórias por números que, para além do valor da vitória em casa do adversário, ainda acrescentaram os bónus de vitórias superiores a 15 pontos de jogo. Daí que o algoritmo, que não pondera mais nada para além da objectividade dos valores, não estando errado no favoritismo que concede aos Lobos pode também não estar longe da actual diferença entre as equipas. Veremos amanhã...

Desde que Portugal vença, seja por que resultado fôr, só subirá um lugar no Ranking se a Roménia perder, em casa, com o Uruguai. Perdendo, Portugal só perderá um lugar na classificação se a Espanha — o que se mostra muito improvável — vencer Fiji. 
Nos restantes jogos deste fim‑de‑semana e em que o nosso próximo adversário, o Japão, defrontará a Irlanda com o prognóstico de uma derrota pela diferença de 19 pontos de jogo, haverá ainda um França-Argentina — vaticínio de vitória francesa por 12 pontos e um, provavelmente muito interessante, Escócia-Austrália com o prognóstico de vitória australiana por 6 pontos de diferença.
A contar para a nosso grupo de apuramento do Mundial e, portanto, com todo o interesse para Portugal, os Países Baixos recebem a Rússia e são dados como favoritos com uma vitória por 3 pontos de jogo de diferença. E se assim acontecer significará que diminuirá o número de equipas candidatas ao 2º lugar que permitirá o apuramento directo.
Outro jogo a ter em conta será o Gales que depois da enorme derrota — pesem todos os jogadores (7 para além de mais 6 lesionados — a que se juntaram o capitão Alun Wyn Jones e Ross Moriarty ) com que não puderam contar — contra os sul-africanos (podendo agora contar já com alguns, como Dan Biggar, Nick Tompkins ou Rees-Zammit, dos que jogam na Premiereship) quererão demonstrar que a sua realidade é superior à imagem que nos deixaram e tudo farão para obter um resultado mais de acordo com o seus pergaminhos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

O RETORNO DO 5/8?

O papel do médio-de-abertura, com as alterações de Junho de 2020 referentes à zona-de-placagem, permitindo uma mais rápida disponibilidade da bola, modificou-se. Tornou-se mais exigente na leitura e na consequente decisão. Mas também no movimento e linhas-de-corrida. Para além do facto de serem obrigados a adaptarem-se a outras tarefas — nem sempre serão os primeiros receptores dos passes daqueles que, embora muitas vezes sem o nº 9 na camisola,  os fazem das situações "expontâneas"... 

O recurso a jogadores com características próximas dos tradicionais médios-de-abertura — boa leitura, bom jogo ao pé, capacidade de aceleração e de variação do jogo — em lugares como 1º centro ou defesa não é novidade. Os franceses, os irlandeses, os australianos ou os ingleses já recorreram, desde os anos 80, à utilização de dois aberturas de formação, umas vezes para não deixarem de fora dois talentos, outras para encontrar soluções contra determinado tipo de tendências de organizações defensivas. Mas nunca com as intenções actuais.

Curiosamente os neozelandeses, os inventores dos 5/8, quando recorrem a dois aberturas — e fazem-no muitas vezes para não prescindirem da categoria dos seus talentos na posição (tendo até já jogado com três aberturas — 10, 12 e 15)  — utilizam-nos, na maior parte das vezes nos lugares de abertura e defesa. No fundo o objectivo é o mesmo: permitir que uma jogador com os hábitos de leitura e decisão esteja sempre disponível e suficientemente próximo para tirar partido das rápidas bolas dos reagrupamentos.

O nome de 5/8 para o que hoje designamos por abertura e 1º centro então com a designação de Primeiro e Segundo 5/8  nasceu na Nova Zelândia — terá sido Jimmy Duncan capitão dos All Blacks de 1903 que assim os designou na altura em que o número de avançados estacionou em oito e aumentou o número dos 3/4.

Se o facto da velocidade de disponibilização da bola a que se juntava muitas vezes uma concentração de defensores, já chama a atenção para a vantagem de ter um parceiro de características idênticas junto ao tradicional abertura com a consequente capacidades de uma segunda distribuição do jogo e a possibilidade de explorar de forma mais eficaz quer o recurso do ataque em duas-linhas quer pela capacidade de uso do jogo-ao-pé mais preciso e capaz de explorar espaços vazios na defesa adversária.

Este retorno, com a aplicação da nova Lei dos 50:22, está a ganhar uma maior dimensão. Que, aliás, faz todo o sentido. Porque as alternativas para um 5/8 (12) mostram-se inúmeras... principalmente porque, quando já tem a bola à sua disposição, os seus adversários defensores já tiveram que alterar a sua posição inicial para — perdendo a comodidade do conhecido — tomarem a decisão de novos caminhos a seguir e, muitas vezes nesse necessário movimento de nova ocupação, deixando livres outros espaços que podem ser explorados com proveito.


Veja-se: com as possibilidades que a 50:22 abre, a defesa tem que recolocar uma real 3ª cortina defensiva com uma profundidade tal que permita controlar os pontapés dirigidos para as linhas laterais da área-de-22* e que muitas vezes e de acordo com as características adversárias, necessita ainda de um quarto jogador  nª8, Formação ou o Abertura que, passada a fase-ordenada, se recoloca em profundidade. Se uma inesperada recuperação da bola tem no 5/8 o elemento treinado para tomar a decisão para a sua melhor distribuição a que se acrescenta outro distribuidor (o abertura recuado ou mesmo, como utilizam os neozelandeses, o defesa) que comandará o assalto de uma segunda-linha.

No momento sequente ao da conquista da bola e com a bola entregue ao abertura atacante, o ponta-aberto da defesa terá, logo que percebe que o jogo atacante se fará ao largo, que subir para o nível da segunda-cortina defensiva para não deixar encurtar a defesa em relação ao número de atacantes. E é aí que entra o papel do 5/8 — que pode jogar ao pé para o espaço deixado livre pelos outros membros da anterior 3ª cortina defensiva. E repare-se que o 4ª elemento que se prepara para integrar a 3ª cortina ainda não percorreu o espaço que lhe garantirá a profundidade defensiva necessária.

Pode assim perceber-se as vantagens do recurso a um duplo do abertura. E se o defesa tiver também as capacidades de um abertura actual — esse cada vez mais vagabundo de múltiplas funções — o ataque ganha uma dimensão superior, controlando tacticamente o tempo e conseguindo que o domínio territorial não dependa apenas das vantagens físicas.

A equipa da França, que joga contra a Argentina neste fim‑de‑semana prepara-se para utilizar esta estratégia chamando para abertura e 1º centro os notáveis Mathieu Jalibert e Roman Ntamack numa primeira experiência com vista ao Mundial de 2023. Embora não indo tão longe que recorram a um terceiro abertura para o lugar de defesa, não deixara de ser curioso observar o comportamento táctico da adaptação que o formação e novo capitão, Antoine Dupont, fará na sua cobertura defensiva. Poderá continuar a ser um libero entre a 2ª e 3ª cortina defensivas? Como palpite poderá dizer-se que, para a linha e ângulos-de-corrida defensiva de Dupont, muito dependerá da capacidade de deslizamento da defesa francesa.

Novos caminhos estratégicos com a sua construção táctica parecem assim surgir desta recente alteração que pode, muito bem, tornar o jogo mais espectacular. 

Nota: a Lei 50:22 estabelece que se um pontapé for efectuado dentro do meio-campo do chutador e sair, depois de ter tocado no chão, pela linha-lateral da área-de-22, o lançamento subsequente pertencerá à equipa do chutador. Ou seja, com um bom gesto técnico de pontapé uma equipa pode colocar-se, com a vantagem das decisões que lhe permitem o seu próprio lançamento, dentro da zona vermelha do campo adversário e, realmente, conquistar terreno com o propósito de marcar ensaios.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

UM CAMPEONATO COM POUCO EQUILÍBRIO

Com seis jogos já disputados — o primeiro-terço da prova termina na próxima jornada — o Campeonato Nacional da Divisão de Honra apresenta já desequilíbrios significativos como se pode ver no gráfico "Capacidade Competitiva" estabelecida através da média da Quota de Pontos de Jogo — percentagem dos pontos marcados por uma equipa sobre o total de pontos de cada jogo e que demonstra o domínio da equipa nos jogos efectuados — da Quota de Sucesso — percentagem do número de vitórias conseguidas nos jogos disputados, demonstrando, conjuntamente com a quota seguinte, a sua qualidade e eficácia —  e a Quota de Pontos de Classificação correspondente à percentagem de pontos de classificação conseguidos no total dos pontos possíveis. 
Pode reconhecer-se neste gráfico, a formação de 4 grupos distintos em face dos resultados conseguidos: um primeiro — o dos três primeiros classificados, Direito, Belenenses e Cascais que variam a sua capacidade entre 86% e 80%; um segundo que comporta Agronomia, CDUL, Académica e Técnico, variando entre 59% e 46%; um terceiro, comportando CDUP, Benfica, e Évora, variando a sua competitividade entre 36% e 29%; um grupo final constituído pelo S.Miguel e Montemor que tem os índices de competitividade entre, respectivamente, os 21% e os 8%.
Com estes dados factuais pode dizer-se que este campeonato tem o seu maior interesse também dividido por zonas: quais dos três se apurará directamente para as meias-finais e quem, de entre os quatro clubes seguintes, atingirá o final-four. Ficando uma dúvida que poderá aumentar o interesse pelos jogos entre os clubes intermédios: será que alguma equipa do terceiro grupo conseguirá um dos lugares de apuramento? Lembre-se que ainda há um jogo — entre Évora e Benfica — adiado que pode fazer um dos clubes aproximar-se, ou mesmo integrar — caso do Benfica — o grupo de manutenção. E lembre-se também que faltam 16 jornadas para o final e estas visões não passam de especulações ao dia de hoje — mas que mostram tendências...
Comparando os gráficos dos "Ensaios Marcados e Sofridos" com o dos resultados finais de cada jogo, percebemos que também estes dados nos aproximam da definição dos 4 grupos anteriormente referidos. E podemos ver também que existe, por parte de algumas equipas, enormes dificuldades atacantes a que se junta a fragilidade defensiva pouco adequada a uma prova principal da modalidade — o que aparentará uma muito provável impossibilidade de alterar posições. É, aliás, o que se pode presumir da relação negativa das seis equipas pior classificadas. 
O desequilíbrio, apesar de um dos jogos ter terminado empatado (0-0), é ainda visível no gráfico seguinte onde se pode verificar que dos 35 jogos realizados, treze — 37% — terminaram com uma diferença de pontos no resultado superior a 21 pontos (e 6 com diferenças superiores a 28 pontos!) para 16 dos jogos — 46% — que terminaram com uma diferença menor do que 15 pontos mas, dos quais, apenas 8 dos jogos permitiram a conquista de pontos de bónus defensivos (note-se que no Ranking da World Rugby qualquer resultado com diferença superior a 15 pontos tem uma majoração.).
Aliás, a relação entre os pontos de bónus ofensivos e defensivos — o dobro — é uma boa demonstração do desequilíbrio existente entre as equipas nos jogos que efectuados.    
Procurando encontrar uma forma de análise mais precisa, mais prática e que ajude à demonstração das hipóteses colocadas, utilizou-se o algoritmo resultante dos conceitos da dupla Noll-Scully habitualmente utilizada no desporto norte-americano que tem a noção muito clara da importância da competitividade — mantendo a indefinição do vencedor final — na atractividade pública das modalidades.
Embora com poucas jornadas ainda realizadas para se ter uma percepção mais independente do calendário e do seu grau de aleatoriedade entre adversários na distribuição de jogos e considerando que os valores acima de 1 — o ponto de equilíbrio competitivo — demonstram a existência de resultados menos equilibrados do que o esperado, a demonstração do desequilíbrio competitivo é uma realidade.
Obviamente que este desequilíbrio é essencialmente motivado pelo aumento da Divisão de Honra para 12 equipas que, como demonstram os resultados dos últimos anos, serão demasiadas para garantir o necessário equilíbrio competitivo — é fácil perceber que 6 equipas farão o campeonato ideal e que o limite para uma competição minimamente equilibrada, estará em 8 equipas.
Qual será então a vantagem — num ano de enorme importância para o rugby português — em diminuir a competitividade interna? A única explicação que encontro possível para justificar esta situação é a de que com a introdução de mais uma prova de nível internacional como a SuperCup e na qual os jogadores que têm capacidades para integrar uma selecção nacional farão um mínimo de 6 jogos e um máximo de 8 num nível competitivo superior ao nível interno — daí a sua importância — e aos quais se juntarão 2 jogos da janela internacional de Novembro e ainda 5 jogos internacionais de importância capital no pretendido acesso ao Mundial de França, a existência das 12 equipas permitirá que o campeonato nacional não seja frequentemente interrompido — como não tem sido e com boas vantagens para os jogadores não-internacionais — uma vez que a diferença de nível competitivo entre as equipas é tal que quase garante, independentemente de poderem ou não contar com todos os seus jogadores, que as melhores seis equipas dos últimos anos se apurarão para as meias-finais ou para o final-four. Ou seja: ninguém se sentirá prejudicado... e os melhores jogadores estarão sempre disponíveis para representar quer os Lusitanos, quer os Lobos, com vantagem para o importante posicionamento internacional — actualmente no 19º lugar do Ranking da World Rugby — do rugby português.
E com a cada vez maior aposta — como terá ficado estabelecido na última reunião alargada da Rugby Europe — neste tipo de prova, é bom que nos habituemos à necessidade de disponibilização dos melhores jogadores de cada clube durante cerca de uma dezena de jogos por ano.  

Nota: a derrota recente do Toulouse no TOP 14 contra o Racing 92 aconteceu em jogo onde a equipa campeã de França e da Europa não pode contar com 11 jogadores que se encontravam em Marcoussis na preparação dos jogos internacionais de Novembro da sua Selecção Nacional.   







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