segunda-feira, 15 de maio de 2017

CDUL: XX TÍTULO DE CAMPEÃO NACIONAL

Desenho a dedo em iPad
O CDUL conquistou o seu XX título de campeão nacional sénior de rugby continuando a ser o clube com mais títulos conseguidos - o adversário mais próximo, o GD Direito, conta 11 títulos.

Num jogo mais emotivo que de qualidade técnico-táctica, o CDUL, depois de ter estado inicialmente a perder e só tendo estado por poucos minutos na situação de vencedor acabou por, na última jogada do desafio, conseguir, num determinado agora-ou-nunca, o ensaio da vitória e garantir o resultado de 25-21.

A equipa de Agronomia entrou bem no jogo e marcou cedo dois ensaios, explorando muito bem as falhas da cobertura defensiva cdulista. Com evidente superioridade nas formações ordenadas - na primeira parte destroçou a formação azul - e com controlo eficaz nos alinhamentos, os agrónomos dispuseram do número suficiente de bolas para criarem a ideia que o título cedo lhes estaria entregue. No entanto e na segunda-parte - apesar de terem marcado novo ensaio num maul penetrante de força muito superior à capacidade defensiva dos adversários - Agronomia parece ter-se contentado com as aparências de já vencedora e... não fez (ou não conseguiu...) mais nada! Excepto o facto de ter conquistado um perigoso alinhamento defensivo e neutralizando assim o potencial perigo de circulação da bola pelo adversário.

De resto terá apenas utilizado as muitas bolas conquistadas de forma pouco criteriosa e sem mostrar objectivamente qualquer ideia para desestabilizar a equipa que tinha na sua frente.

O CDUL, cometendo durante a primeira parte demasiadas faltas, também não parecia capaz de contrariar a defesa adversária que se limitava a subir, encurtando o mínimo de espaço necessário e placando de acordo com uma equipa finalista. A mais também não era obrigada...

E o facto foi este na maior parte do tempo de jogo e praticado por ambas as equipas: o ataque à Linha de Vantagem era feito de colisões corpo-a-corpo e não através de combinações colectivas capazes de desequilibrar as defesas e que permitissem a evasão com a garantia da continuidade para manter o avanço necessário à marcação de ensaios. E portanto, com a excepção dos ensaios que resultaram de erros defensivos quase elementares, a conquista da LV era feita de centímetro em centímetro, morosa e numa constante de jogo pelo chão. E muito pouco, com excepção do ensaio de Kiko Pinto de Magalhães que repetiu a manobra feita oito dias atrás contra o GD Direito, se viu de leitura e adaptação ao posicionamento adversário procurando com o forte atacar o visível fraco.

Aliás foi deste mesmo princípio que se esqueceu Agronomia num momento em que também julgou o CDUL já morto e não apenas "mal enterrado". Não se percebe de facto porque é que, com as superioridades já referidas, Agronomia não as explorou através do jogo ao pé, obrigando o CDUL a jogar formações ordenadas ou alinhamentos próximos da sua área de ensaio, explorando assim as dificuldades defensivas e a tendência à falta que os sulistas vinham demonstrando.

Deixando o  adversário "respirar", os agrónomos esqueceram-se de uma outra realidade: a experiência dos jogadores e da própria equipa do CDUL, formada por diversos internacionais e com enorme quantidade de presenças em finais. Factos que compuseram o final e o seu resultado.

Com a entrada nos vinte minutos finais e já com a Agronomia fisicamente de rastos, o CDUL soube - apesar de uma decisão que ignorou as leituras percentuais do rugby mundial que estabelecem em 12% as possibilidades de se conseguirem pontos na troca de um pontapé de penalidade chutado aos postes (e que permitiria o empate 21-21 e a passagem para o prolongamento) por um alinhamento próximo da área adversária - avançar para a vitória. E que foi merecida pela determinação na procura.

Mas o mais interessante desta final esteve no planeamento cdulista que a preparou. Com base na análise dos anteriores campeonatos, Lourenço Fernandes Thomaz, presidente do CDUL, considerou que o facto de serem dadas possibilidades de presença nos play-offs a 6 equipas das 10 que disputam o campeonato - a diferença de 9 pontos de classificação entre o 6º e o 7º classificados mostrou a razão das observações - permitia uma forma distinta de planeamento da época desportiva, ampliando o período preparatório até Fevereiro/Março e, não sobrecarregando os jogadores em demasia, preparando-os para um pico de forma tardio e de acordo com o calendário da fase final das eliminatórias. Com quatro das suas seis derrotas contra equipas normalmente inferiores o CDUL garantiu assim, embora com o 5º lugar de ensaios marcados e o 4º de pontos do jogo marcados (488) mas o 1º de pontos de jogo sofridos (225), o 3º lugar que lhe permitiu jogar contra o pior apurado da fase regular - o Técnico. E se a melhor capacidade física já lhe tinha garantido o triunfo das duas eliminatórias anteriores, também contra Agronomia - embora num rés-vés de fazer parar corações - a melhor capacidade física dos jogadores do CDUL, permitiu a vitória e a conquista do campeonato. Fundamentalmente pela atenção e estudos de todas as componentes da competição entre as quais o calendário que a determina.
Parabéns pelo XX, CDUL!       

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