"Aumentar o número de países potenciais ganhadores de medalhas no quadro de uma competição que será um verdadeiro campeonato do mundo."
No início tudo eram rosas.
A publicidade garantia uma maior oportunidade de medalhas para mais países - subliminiarmente dizia-se: interessem-se que aqui podem ganhar medalhas que não ganharão em mais lado algum - mostrando ao mundo a versão do jogo que cresce com maior rapidez: o Sevens. Pelo sim, pelo não lembrava-se também as 32 equipas que participaram no Mundial de Sevens.
A pouco e pouco a crueza da realidade impôs-se: afinal eram os Jogos Olimpícos e eram da responsabilidade do Comité Olímpico Internacional - que obviamente tem as suas regras próprias. Das muitas equipas mantiveram-se bastantes - 24. Mas divididas por género: 12 masculinas; 12 femininas.
E como é tradicional, com um lugar ocupado pelo país organizador e outros cinco, pelo menos, a garantir a presença dos continentes que os anéis olímpicos representam.
Arrefecidos os desejos, chegou-se à eleição do presidente da IRB. Duas voltas para um mesmo resultado: 13-13. Na ultima mudança de cidade alguém também se mudou e vitória de Lapasset, 14-12.
Por trás do résvés, dois conceitos: os apoiantes de Lapasset garantindo que os Sevens representam uma enorme vantagem para o desenvolvimento e internacionalização do Rugby; os apoiantes de Bill Beaumont afirmando que o Sevens irá destruir o XV, impedindo o seu desenvolvimento, uma vez que os países emergentes apenas apostarão na variante olímpica.
Situação tão óbvia que levou - segundo o Midol - um "membro do clã Lapasset" a afirmar: "Temos pensado no assunto. Vamos encontrar alternativas para evitar a total alteração da hierarquia do rugby mundial. Deveremos, por exemplo, exigir que cada equipa qualificada para o torneio olímpico do Rio possua uma selecção nacional de XV que preencha um determinado caderno de encargos."
Está visto... o problema existe mesmo (para além da dificuldade de distribuição das vagas pelos cinco continentes) e as qualificações olímpicas não serão lineares. A procura do equilíbrio competitivo num mundo oval desequilibrado - quantas equipas do melhor nível de Sevens estão na Oceania? - e com os interesses suficientes para não se deixarem de fora em Jogos Olímpicos, vai criar amargos de boca por muito lado. É a vida, dizem.