sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

PROGNÓSTICOS INTERNACIONAIS

 

Prognósticos para a série de Portugal do Rugby Europe Championship e para o Seis Nações

sábado, 25 de janeiro de 2025

ACABOU E FOI MÁ

Terminada a Fase de Apuramento da Divisão de Honra com o Belenenses e CDUL no Grupo A, o Cascais e S.Miguel no Grupo B e o Direito e Benfica no Grupo C apurados para o principal grupo de seis equipas que vão jogar a Fase Final, fica claro o desequilíbrio entre as equipas com a óbvia responsabilidade na fraquíssima competitividade que, numa altura que temos uma oportunidade muito especial de acesso ao Mundial de 2027, constitui um erro desportivo-organizativo sem sentido pelo risco que implica.

Ao analisar os algoritmos utilizados e que se apresentam acima, vemos a enorme distância a que se encontram os resultados de um equilíbrio necessário para “obrigar” as equipas a subir o seu nível competitivo, aumentando a intensidade das suas prestações e conseguindo uma muito maior eficácia das suas capacidades nas exigências que impõe.


Para se ver que estas coisas da competitividade contam e permitem acesso a níveis elevados de eficácia, olhe-se para o Andebol português que está a fazer uma prova notável no actual Mundial e que tem na sua equipa nacional 22% dos jogadores a jogar em clubes estrangeiros —a selecção portuguesa de Rugby teve, no jogo com os USA, 48% e contra a Escócia 44% de jogadores, que competem no estrangeiro — atinge, na análise Noll-Sculy do campeonato português, o valor de 1,36 — bastante mais baixo do que os valores de 2,11, 1,54 e 2,03 que resultam da competição portuguesa. 

Se analisarmos a distribuição dos ensaios em cada grupo vemos que os dois clubes apurados — com a percentagem de 74% (84+29), 66% (44+23) e 82% (68+15)— dominam completamente o objectivo “marcar ensaios” do jogo. O que também demonstra o desequilíbrio e a pergunta só pode ser uma: quando mudamos isto? 


O erro é enorme — veja-se a relação dos jogos com diferença de resultados final superior a 15 pontos (24 jogos) e os resultados inferiores a 8 pontos (6 jogos) ou a existência de resultados como 97-7, 94-12, 105-3, 70-15, 64-14, 40-7, 54-5, 57-10, 50-0, 45-0, 56-3, 53-5 ou 56-14. E não vale a pena justificar com um “é assim que os clubes querem”. Primeiro, por que não é assim que se atinge um nível internacional eficaz e porque quem tem a responsabilidade da organização da modalidade é a Federação e a sua direcção. Porque são as federações que têm a responsabilidade da organização e por isso têm o estatuto de associação de Utilidade Pública Desportiva que lhe permite o acesso e uso de direitos estatais— o que, naturalmente, obriga ao cumprimento de deveres específicos —  e possibilitam o  recebimento de dinheiro dos portugueses por via do Estado. E portanto o que conta são os interesses de Portugal no mundo da competição internacional e não os dos clubes na sua visão de bolha bairrista.

E a realidade é esta: para desenvolvermos o rugby português quer no domínio da competição internacional quer na atractividade nacional precisamos de um campeonato competitivo em que não existam jogos de vencedores antecipados e que tenha a exigência de uma melhoria continuada das equipas.

sábado, 18 de janeiro de 2025

DA POUCA TRANSPARÊNCIA À COMPETITIVIDADE

À entrada da 6ª e última jornada da Fase de Apuramento da Divisão de Honra, verifica-se que os primeiros classificados de cada Grupo e ainda o segundo do Grupo A — CDUL — estão já apurados para a Fase Final enquanto que no Grupo B e C, o segundo lugar pode ainda decidir-se nos últimos jogos.

 Esta situação — última jornada com disputa de lugares — deveria ter levado, por razões de transparência, a algum cuidado na marcação de jogos. Tratando-se de uma última jornada que qualifica para fases mais importantes, todo o cuidado é pouco — não se tratando apenas daquilo que salta à vista mas também de protecção sobre aquilo que, escondido, pode afectar a verdade desportiva. De facto o Grupo B tem duas equipas no 2º e 3º lugares separadas por 2 pontos. Ou seja, a subida está garantida para a equipa actualnmente mais bem classificada se vencer este último jogo. Mas se perder, basta que a equipa no 3º lugar vença para garantir a classificação. Tudo parece normal. Só que… se a equipa em 3º lugar deve ter a vítória garantida porque joga em casa contra o último classificado — 5 derrotas e apenas um ponto conseguido num bónus defensivo — a equipa do 2º lugar com 2 vitórias, 13 pontos e 18 ensaios marcados e que precisa de vencer, joga em casa contra o 1ª classificado — 4 vitórias, 1 empate, 20 pontos conquistados e 22 ensaios marcados…Ou seja, teoricamente esta equipa melhor classificada deve ganhar, mas… e se ganha a outra que joga em casa? Que se poderá pensar? Que se poderá insinuar? Uma ajuda, um desleixo por não precisar de nenhum resultado? Como diz o dito: não basta ser, é preciso parecer

Como se sabe tudo se pode pensar numa situação destas, principalmente se a Federação comete o erro de não marcar para o mesmo dia e mesma hora um jogo final com estas características… o mínimo de previdência…


Neste final da Fase de Apuramento, a competitividade — aquilo que faz a notoriedade de uma prova desportiva ao não permitir garantir vitórias antecipadas — deste conjunto de 3 Grupos de 4 equipas cada, é muito fraca como se pode verificar pelas análises realizadas.

A análise da concentração de pontos — uma adaptação dos princípios de Pareto — nos dois primeiros classificados de cada grupo mostra também a distância do limite do equilíbrio competitivo — 70% — dos valores encontrados. Na análise Noll-Scully onde o equilíbrio competitivo se situa na unidade, os valores encontrados fogem bem a esse valor. 

Ou seja: dêem-se as voltas que se dêem, o resultado é este: o Rugby português não pode ter na sua divisão principal, 12 clubes. Porquê? Porque não desenvolve a modalidade e não aproxima o jogo interno praticado pelos nossos melhores jogadores do jogo internacional que esses mesmos — alguns deles pelo menos — terão de disputar. E assim sendo, está a preparar-se mal a participação internacional da equipa principal de Portugal.

domingo, 12 de janeiro de 2025

IN MEMORIAN

Foto que recebi do Alpuim

Faleceu o Manuel Luis Benard Guedes de quem fui treinador no seu clube — o Grupo Desportivo de Direito — e de quem me tornei amigo. A sua ligação ao clube foi tal que realizou, no agora notável complexo desportivo do GDD, um trabalho, enquanto engenheiro civil, de excelência. Pela simpatia e pelas qualidades quer de prioridade ao colectivo, quer profissionais e pela forma com que se relacionava com os companheiros de equipa e treinadores, o seu falecimento é, para todos nós que de alguma forma nos encontrámos ligados ao “Direito”, um momento de enorme tristeza. A nossa memória, individual e colectiva, não deixará esquecer o nosso Benard Guedes.

À sua família, aos seus amigos mais próximos, ao Grupo Desportivo de Direito que lembrará sempre a sua obra, as minhas profundas condolências e os profundos sentimentos de pesar por esta nossa perda.

sábado, 4 de janeiro de 2025

FINAL DA 1ª VOLTA


 Terminou — com 3 jogos para cada equipa de cada Grupo — a 1ª volta da Fase de Apuramento do TOP12 da Divisão de Honra. 

Da análise realizada e embora o baixo número de jogos não permita conclusões significativas, podemos ver que é no Grupo B que está a série mais equilibrada — ou seja: com um global de menos pontos e menos vitórias, os resultados entre as equipas que o constituem são menos previsíveis uma vez que tem o menor valor Noll-Scully embora tenha também o menor valor de Pareto e que significa, pela maior distância aos 80%, um conjunto também desequilibrado (quanto mais próximo o valor fôr de 20%, maior será o desequilíbrio do conjunto). Note-se que o TOP10 2023/24 teve um Noll-Scully de 2,48 para um valor de 1 que significa o equilíbrio.

No entanto o equilíbrio não é suficiente para garantir um nível competitivo que possa preparar os jogadores para os jogos de apuramento do Mundial.

Dez dos dezoito jogos (55%) realizados tiveram resultados com uma diferença de 15 ou mais pontos para os vencedores, chegando a existir resultados — 97-7, 94-12, 64-14 ou 50-0 — inadmissíveis para um principal campeonato de um país que pretende estar presente no próximo Mundial.

Com uma diferença de pontos entre posições classificativas tal — como se pode ver no gráfico seguinte — entre o 1º e 3º lugares e entre o 2º e 3º lugares percebe-se que apenas no Grupo B existe a possibilidade de qualquer das equipas poder chegar aos dois lugares que qualificam para o “seis” da Fase Final. Nos outros Grupos o 1º lugar aparenta estar atribuído e, dadas as diferenças de qualidade das equipas, os 2º lugares devem também estar determinados.

Com o calendário definido, os jogos internacionais decisivos para apuramento para o Mundial e que se realizarão em 2 de Fevereiro - Bélgica - e 9 de Fevereiro - Alemanha - não contarão com jogadores que jogam o campeonato interno em condições de competitividade suficiente para o nível internacional onde vão competir, porque, até lá, não terão, nas três jornadas que jogarão até lá, uma constância de jogos competitivos que lhes sirvam de preparação. O que é um problema e que aumentará com a necessidade de adaptação às novas regras que obrigam a adaptações tácticas que exigem treino e experiência. E não vai ser fácil ultrapassar esta difícil situação que, para que o acesso ao Mundial seja uma realidade, necessita que os treinadores exijam às suas equipas e aos seus jogadores muito treino para melhor adaptação e muita determinação nesta 2ª Volta que hoje começa. Embora preocupado, esperemos para ver.

 

UMA BOA SUBIDA


 

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