À entrada da 6ª e última jornada da Fase de Apuramento da Divisão de Honra, verifica-se que os primeiros classificados de cada Grupo e ainda o segundo do Grupo A — CDUL — estão já apurados para a Fase Final enquanto que no Grupo B e C, o segundo lugar pode ainda decidir-se nos últimos jogos.
Esta situação — última jornada com disputa de lugares — deveria ter levado, por razões de transparência, a algum cuidado na marcação de jogos. Tratando-se de uma última jornada que qualifica para fases mais importantes, todo o cuidado é pouco — não se tratando apenas daquilo que salta à vista mas também de protecção sobre aquilo que, escondido, pode afectar a verdade desportiva. De facto o Grupo B tem duas equipas no 2º e 3º lugares separadas por 2 pontos. Ou seja, a subida está garantida para a equipa actualnmente mais bem classificada se vencer este último jogo. Mas se perder, basta que a equipa no 3º lugar vença para garantir a classificação. Tudo parece normal. Só que… se a equipa em 3º lugar deve ter a vítória garantida porque joga em casa contra o último classificado — 5 derrotas e apenas um ponto conseguido num bónus defensivo — a equipa do 2º lugar com 2 vitórias, 13 pontos e 18 ensaios marcados e que precisa de vencer, joga em casa contra o 1ª classificado — 4 vitórias, 1 empate, 20 pontos conquistados e 22 ensaios marcados…Ou seja, teoricamente esta equipa melhor classificada deve ganhar, mas… e se ganha a outra que joga em casa? Quse se poderá pensar? Que se poderá ensinuar? Uma ajuda, um desleixo por não precisar de nenhum resultado? Como diz o dito: não basta ser, é preciso parecer…
Como se sabe tudo se pode pensar numa situação destas, principalmente se a Federação comete o erro de não marcar para o mesmo dia e mesma hora um jogo final com estas características… o mínimo de previdência…
A análise da concentração de pontos — uma adaptação dos princípios de Pareto — nos dois primeiros classificados de cada grupo mostra também a distância do limite do equilíbrio competitivo — 70% — dos valores encontrados. Na análise Noll-Scully onde o equilíbrio competitivo se situa na unidade, os valores encontrados fogem bem a esse valor.
Ou seja: dêem-se as voltas que se dêem, o resultado é este: o Rugby português não pode ter na sua divisão principal, 12 clubes. Porquê? Porque não desenvolve a modalidade e não aproxima o jogo interno praticado pelos nossos melhores jogadores do jogo internacional que esses mesmos — alguns deles pelo menos — terão de disputar. E assim sendo, está a preparar-se mal a participação internacional da equipa principal de Portugal.