O XV de Portugal fez, contra Hong Kong China, o que lhe competia: ganhou! E ganhou até por uma diferença muito superior — 46 pontos — ao que a pontuação no ranking das duas equipas permitia prever (15 pontos). No entanto não podemos embandeirar em arco: a equipa de Hong Kong China é muito fraca — como alguém terá dito “não é bem uma equipa, é um grupo de XV que se vestem de igual…”.
Por isso e apesar dos 9 ensaios marcados, não se pode dizer que a equipa portuguesa jogou bem — limitou-se a explorar as facilidades que lhe foram dadas uma vez que os HKC não se mostraram capazes de pressionar o suficiente e continuamente para cortar o tempo e o espaço aos atacantes portugueses — e mesmo assim realizaram 32 pontapés quando a ultrapassagem da linha-de-vantagem deveria ser o objectivo como os 95% (74 em 78) demonstraram.
No fundo, este jogo — comparando com a derrota com o Uruguai —mostrou aquilo que conhecemos e temos visto nos jogos da competição interna principal portuguesa: somos capazes de sermos eficazes e explorar as fraquezas e desequilíbrios dos adversários sempre que jogámos contra quem não faz, ou não sabe fazer, uma pressão que obrigue a jogar em espaços mais curtos, exigindo tomada de decisões muito rápidas e obrigando a garantir uma elevada velocidade de execução dos gestos técnicos mais adequados á situação que se enfrenta. O problema está sempre quando Portugal joga contra equipas de superior nível defensivo e onde a sua falta de hábitos de intensidade se faz notar, impedindo que a expressão portuguesa se mostre eficaz. E assim…
Porquê anotar estes pontos? Para que se perceba que há uma importante exigência — para além de uma Organização Competitiva tão equilibrada que, cada vez mais, não haja vencedores antecipados — para treinadores e jogadores para que possam defrontar equipas de nível mais elevado: outro tipo de treino, menos mecanizado, lembrando que as situações em jogo, não sendo idênticas, se baseiam na adaptabilidade tendo a intensidade de leitura, de reposicionamento, de apoio, de execução, como elementos essenciais — e sem nunca esquecer a permanente presença dos Princípios Fundamentais do Jogo: Avançar, Apoio, Continuidade e Pressão a que e em acção, se devem juntar os seguintes Princípios Estratégicos como Conquistar Terreno, Ultrapassar a Linha-de-Vantagem, Adaptação, Apoio, Continuidade, Opor o Forte ao Fraco, Pressão, garantindo que, pela seu uso, é possível criar uma Táctica que permita opor a constância do Forte ao Fraco e tornar a posse-da-bola num instrumento de conquista-territorial da qual possam resultar pontos de resultado, de preferência ensaios.
E, por aqui, passará a evolução da capacidade competitiva do XV de Portugal. O resto…
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Estes jogos, transmitidos pela SportTv, devem ser olhados como formas de aprendizagem — veja-se, por exemplo, como os portadores colocam a bola quando são obrigados a ir ao chão para garantir a disponibilidade da bola no tempo útil de menos de 3 segundos ou os movimentos nos Alinhamentos com o objectivo de uma conquista limpa.
Notas relevantes:
- bela vitória da Inglaterra sobre os All-Blacks:
- a — finalmente e após 18 derrotas consecutivas — vitória de Gales,, conseguida no último momento do jogo contra o Japão com a transformação de uma penalidade, fez, de certeza, a festa em todos os bares de Cardiff.:
- as enormes dificuldades que a França mostrou para vencer Fiji;
- o notável jogo que a Argentina fez, conseguindo uma formidável reviravolta — esteve a perder 21-0 aos 44’ - pondo ao vivo deficiências escocesas insuspeitadas..

