- o comportamento. Com dois ensaios não considerados e à atenção de jogadores, treinadores e dirigentes portugueses, o comportamento dos jogadores: nem uma palavra, nem um gesto, apenas o respeito pelo cumprimento das decisões da arbitragem. No final, de novo a demonstração do respeito desta vez dos jogadores uns pelos outros: abraços e felicitações genuinamente partilhados – de um lado e de outro gostam do jogo que escolheram e não há rugby sem adversário. Não houve quesílias, amarelos ou vermelhos - e era uma Final! Excelente demonstração de espírito desportivo, de fair-play, de respeito – de novo – pelos valores que fazem do rugby uma modalidade desportiva particular. Uma lição a reter e a fazer constar onde quer que haja uma bola oval do jogo de XV contra XV.
- a assumpção do risco. Nada de calculismo à espera que a vitória caia do céu. O rugby é um jogo de ataque e é o ataque que ganha - mesmo que se insista no contrário - e para defrontar defesas colectivamente bem organizadas é preciso imaginação, criatividade e capacidade de correr riscos para descobrir a oportunidade a explorar. É preciso confiança só possível através do treino adequado ao jogo. A pressão é altíssima, não há espaço nem tempo para jogar classicamente, o ataque tem que descobrir novas formas de exploração do uso da bola: passes heterogéneos, ângulos de corrida desequilibradores, abertura de linhas de passe no limite do tempo e a esconder atenções, leitura das formas defensivas, dos espaços do posicionamento de companheiros e adversários, recurso a todo o tipo de alternâncias possíveis. E fica a questão-chave para reflexão: como é que se formam jogadores para este tipo actual do jogo? Começando, obviamente, pela cabeça, como é que se fornecem os instrumentos e ferramentas técnicas e tácticas para construir uma estratégia eficaz na utilização do tempo e do espaço?
FORA DO TEMPO: neste jogo final, os jogadores protagonistas interpretaram como deve ser a máxima que o Desporto deve demonstrar:
vencer com humildade, perder com dignidade