segunda-feira, 15 de outubro de 2012

QUE SE PASSA?

Os resultados conseguidos pela selecção nacional de sevens no recente torneio do Quénia terão constituído um visível aviso - a coisa não se mostrava no melhor dos caminhos.

A prestação no World Series australiano - com derrota nos cinco jogos - mostrou que o anterior aviso pode avançar, caso não haja a necessária transformação, para uma ameaça insuperável e indesejável.

Portugal defendeu mal - quer na readaptação colectiva, quer na placagem individual. As falhas de placagem, para além - de acordo com a distância da visão televisiva - da falta de atitude conquistadora adequada, pareceram-me assentar muito na distância demasiado grande entre os apoios dos defensores portugueses e os apoios do adversário portador da bola, anulando eficácia ao gesto e facilitando assim a continuação do movimento adversário. Ou em preocupações tácticas de manter o adversário de pé - erradas na relação homem-a-homem e só adequadas com superioridade defensiva de um tackling gang - para tentar a posse da bola por intervenção do árbitro.

E se as questões defensivas são problemáticas, mais preocupante - porque as questões defensivas ainda são de razoável solução - foi a enorme inoperância atacante como o demonstram os três jogos em que Portugal não marcou um único ponto. O que se passa? O que está por trás desta incapacidade de utilização da bola, das decisões erradas, do atraso no apoio, dos passes lentos e sem acutilância?

Numa época que terminará no campeonato do Mundo da variante, a presença do se7e de Portugal na World Series é essencial, pela experiência que permitirá, para a esperança de um bom comportamento desportivo nessa prova. Por outro lado, com a visão colocada nos Jogos Olímpicos de 2016, a continuidade da presença no World Series é decisiva: não é crível a hipótese de qualificação sem jogar ao mais alto nível. Porque faltará a experiência, o ritmo, a adaptação, a confiança. Há assim, para jogadores e técnicos, uma responsabilidade acrescida que exige uma atenção particular.

Que fazer então perante esta situação? Fazer como mandam as regras para os campeões: quando as coisas não correm bem, a solução está em voltar - técnica e tácticamente - à prática das noções básicas.

O que exige a inteligência da humildade dos intervenientes.

Nota: Neste World Series australiano houve uma novidade: a colocação - pela segunda vez, creio - de uma marca comercial na camisola das selecções da Nova Zelândia. Circunstância que terá sido aproveitada pela federação neozelandesa para autorizar a utilização do nome All-Blacks - até aqui destinado apenas à selecção principal - pela selecção de se7e que passa a designar-se como All-Blacks Sevens. Esta extensão da designação, a não ser que seja uma imposição contratual, terá concerteza o objectivo da presença da marca - a mais importante marca do rugby mundial - nos Jogos Olímpicos de 2006. Independentemente das razões, gostaria de pensar que se trata de uma excelente homenagem ao eterno e notável treinador Gordon Tietjens que, mais do que ninguém e pelo trabalho realizado em prol do rugby neozelandês, terá direito ao uso do título All-Black.



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