quinta-feira, 8 de agosto de 2013

NOVAS LEIS DA FORMAÇÃO ORDENADA

Era previsível: as quedas e a insegurança permanente dos jogadores da primeira-linha, a quase constante necessidade de repetições, as rotações em demasia a ultrapassar a linha paralela às linhas laterais, o exagerado número de faltas, as quebras na fluidez do jogo, - a focar na melhor ou pior opinião ou visão do árbitro o resultado final do jogo - estavam cada vez mais presentes nas actuais formações-ordenadas (FO), impondo a insegurança, a lentidão e a incompreensão dos espectadores, como elementos dominantes desta fase definidora do jogo de rugby.
A retirada de uma voz - "pause" - na época passada e num retorno ao definido em 1997, pretendeu diminuir tempo perdido no jogo - a média do tempo utilizada para formações-ordenadas no último 6 Naçōes, atingiu os 15 minutos. Mas o problema da segurança, centrado no impacto, estava - esteve - sempre latente.
O impacto, para além de maior responsável pelas lesões por a distância de um braço do "touch" não reduzir suficientemente a distância de lançamento dos blocos de avançados - as Leis do Jogo publicadas pela FPR em 1990, determinando os quatro tempos em agachar-se-tomar distância-marcar uma pausa-entrar em contacto, já falavam de uma distância menor do que um braço - criava ainda um outro problema: permitia, pelo tempo do movimento, que a introdução da bola se fizesse, passe o exagero, para os pés do Nº8.
Vindo o perigo do impacto, era preciso diminuir a distância entre adversários. Solução? Aproximar, obrigando os pilares, já não a tocar como definido em 2007, mas a agarrar, esticando o braço exterior, a camisola do adversário directo. Diminuindo assim a força do impacto em 25% segundo os estudos da Universidade de Bath e aumentando, estima-se e pelo menor número de interrupções, em mais 7 minutos o tempo útil do jogo. Do "crounch-touch-pause-engage" de 2007 para o "crounch-touch-set" da proposta inicial em 2012 para um, espera-se, final e a entrar em campo na próxima época "crounch-bind-set".

Tudo parecia pelo melhor - o "nosso" Rohan diz-se muito satisfeito com a experiência que já teve dos três tempos - não fosse a IRB vir de novo baralhar as coisas. Definindo, na nova redacção da alínea (g) da Lei 20.1, a existência de uma sequência de três vozes e mantendo - há quantos anos está assim definido? - a exigência de uma formação-ordenada estacionária e com o corredor paralelo às linhas-de-ensaio até que a bola saia das mãos do formação, acrescentou, num vídeo acessório, uma quarta voz com o árbitro a ordenar a introdução da bola na FO.
Não pode haver, como desde sempre, atraso na formação ou na introdução da bola. E como sempre disse, a Lei estabelece que o formação deve introduzir a bola pelo lado inicialmente escolhido, devendo fazê-lo quando o árbitro o ordenar. O que não significa que o árbitro deva dar a ordem de introdução. Ou seja: lida a construção das leis ao longo do tempo percebe-se que o árbitro tem, se existe atraso na introdução como também no alinhamento, o dever de a ordenar. Para evitar demoras ou abusos antidesportivos. Sempre foi assim e assim deverá continuar a ser. Mas...
Mas a IRB  terá borrado toda a pintura ao publicar, no seu site, o tal vídeo explicativo onde se pode ver o formação á espera da ordem do árbitro para introduzir a bola. O que significa que, se assim fosse e para além do despropósito de retirar a decisão do jogo aos jogadores, o adversário do introdutor seria alertado para o tempo de introdução, eliminando o direito de surpresa que o Código do Jogo assim define: a equipa que introduz ou lança a bola deve beneficiar de alguma vantagem. 
Do até agora visto nos testes efectuados, nunca se viu qualquer árbitro dar ordens para a introdução.
Esperemos que assim continue e que a IRB, como convém aos poderosos que têm sempre dificuldade em reconhecer o disparate, faça desaparecer, discretamente, o vídeo das 4 vozes. para acerto da bota com a perdigota.
Teremos, felizmente e antes de começar a nossa época, o Rugby Championship do outro lado do mundo para nos mostrar como se faz.
               (tem continuação em CONSEQUÊNCIAS DA NOVA FORMAÇÃO)


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