terça-feira, 12 de janeiro de 2010

CONCENTRAÇÃO/DISPERSÃO

O rugby caracteriza-se tacticamente por concentrações e dispersões. “Quando eles estão dispersos, concentro; quando estão concentrados, disperso” é o conceito estratégico elementar que deve gerir as decisões da manobra colectiva das equipas. Como um jogo de contrários.
No Direito-Agronomia do último sábado, o quinze da casa nunca soube aplicar o princípio. Achei o jogo fraco – apenas o esforço e empenho dos jogadores o tiraram, em alguns momentos, da mediania. Mas foi tacticamente de uma confrangedora pobreza, com muita actividade para pouca eficácia – principalmente se nos lembrarmos que são as duas equipas que melhores resultados apresentam nos últimos anos.
Agronomia trouxe do balneário a lição estudada de dispersar, ocupando a largura do campo, e subir a pressionar com o objectivo de dificultar ao máximo a produção de jogo das linhas atrasadas do adversário. Face a este propósito, seria natural que Direito recorresse ao jogo penetrante e próximo das formações, obrigando a defesa a concentrar-se e a libertar espaço. Aí sim, Direito poderia jogar ao largo – dispersando – e procurando envolver a defesa. Nunca antes. Porque a corda defensiva só se encurta se lhe aplicarem os nós necessários - e desde que haja rapidez na libertação da bola e ligação dos sectores.


É fundamental para a melhoria e desenvolvimento do jogo que os jogadores aprendam a ler os movimentos adversários para poderem contrariá-los, mas é também decisivo que os jogadores sejam capazes de utilizar as técnicas adequadas a cada situação táctica. E isso é trabalho de treino.
Sabendo-se que a ida ao chão do portador da bola, de acordo com as novas leis, corresponde, no mínimo, a facilitar a tarefa defensiva ou, em muitos casos, a entregar o ouro ao bandido - muito embora o placador português não tenha por hábito tirar imediato partido da possibilidade de se levantar e disputar a bola - é preciso encontrar e dominar novas técnicas que permitam continuar o movimento. E ocorrem duas formas de o conseguir: com apoio próximo, atacar o ombro de dentro e, se placado, recorrer ao off-load exterior; se apoio mais atrasado o recurso à velha meia-volta e contactodemi-tour contact - é de muito boa utilidade para manter a bola jogável em passes contínuos que permitam realizar o turbilhão da perfuração ofensiva.

Agronomia acabou, ao explorar eficazmente os erros do adversário, por ganhar bem um jogo de fraca qualidade - o jogo de passes ao largo, por si só, não dá qualidade ao jogo – mesmo que possa parecer…

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