Foi um notável jogo com evidência de alguns pontos:
- sempre que uma equipa abandona o seu sistema de jogo, perde - viu-se, em relação à Austrália, no anterior jogo e viu-se neste também quando tentou apenas, dada a diferença de pontos, controlar o jogo. O retorno à sua bagagem própria levou-a à vitória. O problema, no entanto, coloca-se noutro âmbito: como aguentar o ritmo do jogo de movimento durante os 80 minutos;
- o número de fases de uma sequência de jogo não representa necessariamente qualidade do jogo - podendo apenas representar incapacidade para desequilibrar a defesa. É a velocidade de movimento e circulação da bola que cria problemas à defesa de que resulta, na maior parte dos casos, diminuição de fases por maior eficácia na conquista de terreno e pela possibilidade de jogar em pé;
- a ida ao chão, viu-se inúmeras vezes, representa uma vitória da defesa. Manter a bola em jogo, realizando passes para companheiros colocados no eixo, permite a continuidade do movimento sem tempos de pausa e tornando-se, por isso, muito mais eficaz: houve momentos australianos de excelência neste campo. Por outro lado a capacidade técnica de levar o adversário portador da bola ao chão, levantando-se de imediato para recuperar a bola, está tornar-se numa importante arma táctica, definidora da categoria individual de um jogador;
- a demonstração de que um jogo - seja qual for o resultado - nunca se deve dar por perdido foi feita de forma convincente pela África do Sul. Notável atitude, excelente coragem colectiva: olhar para o quadro da pontuação, ver-se a uma distância de vinte pontos e ainda sentir a possibilidade de chegar à vitória só é possível quando uma equipa atinge uma crença colectiva de grande confiança. Só possível com campeões que reconhecem a enorme diferença entre a vitória e a derrota.