Ter visto alguns dos jogos do Mundial feminino trouxe-me da memória a frase – rejeitando a ideia que o ideal rugbístico feminino seria o Sevens – de uma jogadora brasileira que disputou o recente Mundial Universitário no Porto: E as gordas?
E tenho visto gordas a jogar excelentemente e a mostrar direito próprio ao jogo. Aliás e duma maneira geral, vi excelentes demonstrações colectivas de rugby: cumprimento sistemático dos Princípios Fundamentais, recursos técnicos de bom nível – os in-out são do melhor – cultura táctica colectiva e individual muito elaborada, muito bem organizado o jogo no chão e excelente organização defensiva. Enfim, rugby de qualidade.
Jogando tanto como os homens? Não, jogando diferente. Talvez correndo mais riscos, jogando menos ao pé, fazendo menos faltas, com construção mais elaborada – menor procura de choque – na procura de intervalos. Mas com a mesma determinação, o mesmo empenho e uma enorme generosidade e espírito de equipa. No fundo, tal como nos outros desportos, construindo uma diferente imagem do jogo, tornando-o feminino, muitas vezes elegantemente feminino – mas sem lhe alterar os valores.
Black Ferns no Haka fotografia rugbymatters.net IRB.COM |