quarta-feira, 19 de março de 2014

VALDEMAR LUCAS CAETANO (1931/1997)

Quando voltei ao Porto, em 1965, tinha acabado de sair do Colégio Militar onde tinha sido capitão da equipa de futebol e tínhamos vencido o campeonato da Mocidade Portuguesa. Naturalmente que fui jogar futebol, entrei no Incana equipa que jogava o campeonato de amadores do Porto. E todos os sábados da época tínhamos jogo pelos campos pelados da cidade, contra equipas de bairros ou de sítios. 
Os meus amigos com quem me encontrava no Orfeu desafiaram-me: o rugby é que era, tens que experimentar. Jogavam no CDUP, fui com eles ao Oporto Cricket & Lawn Tennis Club para um treino. Explicaram-me: a bola passa-se para trás, pode-se agarrar e derrubar o portador da bola e... desenrasca-te! Durante meses joguei futebol ao sábado e rugby ao domingo.

O quinze do CDUP  de Valdemar Caetano (gabardina branca)
O meu primeiro treinador foi Valdemar Caetano. Com ele aprendi as regras, as estratégias, as tácticas do jogo. E, principalmente, aprendi o espírito do jogo, os valores, a ética. E aprendi, sob a sua discreta vigilância e notável capacidade de delegar caminhos de descoberta, a construção de uma equipa com a solidariedade das normas e respeito pelos mais velhos simbolizado nos lugares fixos do balneário ou do autocarro. E fizemos uma grande equipa, sempre lutadora até ao limite da imposição adversária, com jogos memoráveis no velho Estádio do Lima contra a Académica, F.C. do Porto ou Regentes de Coimbra para terminar, quando os resultados deixavam, em jogos contra os de Lisboa depois de viagens intermináveis.
Com Valdemar Caetano, antigo jogador e nosso treinador, aprendi o suficiente do jogo para ficar dentro dele até hoje.

19 de Março 2014
(Texto escrito a-propósito de um desafio 
da P3/Râguebi/Público/Alexandra Couto 
sobre "Um pai para o rugby")

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