domingo, 4 de dezembro de 2016

TREZE VITÓRIAS DE ENFIADA



A Inglaterra venceu como se previa e na sua 13ª vitória consecutiva e venceu, apesar dos excelentes 20 minutos iniciais dos australianos, de forma convincente, conseguindo uma margem de 16 pontos de diferença. Com 4 ensaios contra 2 dos australianos a Inglaterra teve menos tempo posse de bola -  49% contra 51% - contribuindo também para a evidência de que, muito mais importante do que a posse é a eficácia da sua utilização. O que atira com o enlevo do elevado número de fases para a qualidade das defesas e para a ineficácia ofensiva. Como aliás parecem demonstrar as estatísticas quer de um muito próximo número de rupturas das linhas defensivas - 10 para ingleses e 9 para os australianos - quer também a vantagem de metros percorridos no transporte de bola - 436 contra 427. Mas, aparentemente, o número de fases das sequências australianas terá sido maior... O que poderá demonstrar o principal erro táctico australianos: demasiado agarrados ao conceito da circulação da bola - e foram algumas vezes brilhantes a que faltou a sorte do sincronismo final - não recorreram ao jogo-ao-pé para desequilibrar a defesa inglesa. Que, assim, foi ganhando cada vez maior confiança para acabar a dominar todos os aspectos do jogo incluindo uma boa resistência às tentativas australianas como mostra a diferença nas penalidades concedidas - 7 para os ingleses contra 10 realizadas pelos australianos. 
Terminada a janela de Novembro e com a ida para férias dos jogadores do hemisfério sul, fica-nos aqui no Norte e para além dos jogos entre clubes das taças europeias, a atenção às preparações - que jogadores? como construirão a coesão de cada equipa? que hipóteses terão? - para o 6 Nações que começará no início de Fevereiro próximo e onde a Inglaterra e a Irlanda se apresentam como primeiros candidatos num Torneio que promete - o Norte está a modificar a forma de jogar... Como curiosidades maiores também estará o nível de domínio da Geórgia - a mais do que nunca pretendente a um lugar no torneio maior - no European Championship e, claro está, o comportamento de Portugal no European Trophy.

Pró memoria no quarto ensaio inglês: no 4º ensaio inglês realizado através de uma intercepção de Jonathan Joseph o mais fácil é atribuir as culpas do sucedido ao australiano David Pocock. Não considero assim! Na relação passador/receptor o papel mais dificil pertence sempre ao jogador que transporta a bola - o único que, no campo, pode ser placado ou agarrado - que tem que tomar a decisão adequada à situação da sua própria posição no terreno e ao movimento de companheiros e adversários. O que exige, em simultâneo, capacidades de leitura e domínio da técnica de diversas formas de passe para adequar o movimento da bola à situação encontrada. E, no caso, Pocock fez o que pensou melhor colocar a bola o mais próximo possível do canal exterior onde havia menos jogadores e, portanto, mais espaço para permitir as manobras dos seus companheiros. E nisso não foi ajudado pelos companheiros nomeadamente por Folau - o pretendido receptor - que, em vez de "entrar no passe" fugiu dele através de uma linha de corrida aberta e a distanciar-se do companheiro portador, abrindo assim o espaço para Joseph poder tentar a conseguida intercepção sem colocar a sua linha colectiva de defesa em risco. É um facto demonstrado à evidência: na maior parte dos casos de erro de passe a responsabilidade pertence ao receptor que, por não ter qualquer problema que o perturbe no melhor posicionamento, tem a obrigação de prestar o melhor apoio ao companheiro, facilitando-lhe a exigência técnica e a possibilidade de garantir o avanço para cumprir o princípio de que só se deve entregar a bola a um companheiro que esteja em melhor condição de avançar do que nós próprios.

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