sábado, 17 de dezembro de 2016

QUEM VAI GANHAR?

As duas melhores equipas portuguesas desde que começou a designação de Divisão de Honra (2005/2006), CDUL (2 títulos) e GD Direito (6 títulos) defrontam-se hoje, com alguma expectativa, na 9ª Jornada do campeonato desta época. Quem vai ganhar?
Se houvesse estatísticas  - como acontece por exemplo na vizinha Espanha - do que acontece no campeonato e pelo qual se pudesse analisar a capacidade das equipas e dos jogadores de uma forma mais objectiva e alargada, seria interessante prever as hipóteses de um resultado final. Assim, com apenas recurso à tabela classificativa e aos poucos dados que lá se encontram, não será possível grande coisa mas…
O CDUL joga em casa. O que é uma vantagem mas à qual não é possível atribuir uma valia em pontos principalmente porque o desequilíbrio entre equipas que disputam o campeonato é grande e haveria distorção dos resultados finais a obter. Por outro lado, tratando-se de clubes da mesma cidade mas de uma modalidade que, por não arrastar multidões, não estabelece rivalidades que, para além da pressão que o equilíbrio entre adversários possa criar dentro do campo de jogo, façam pesar enormemente o factor casa. Mas sempre é casa e haverá um maior à-vontade dos cdulistas - o que pode valer em seu favor.
% quota de pontos: relação dos pontos marcados 
sobre o somatório de pontos marcados e sofridos 
de uma mesma equipa

Qualquer das duas equipas já defrontou três adversários pertencentes ao núcleo mais forte do campeonato, tendo o GD Direito marcado 89 pontos de jogo com uma quota parcial de 72% da relação de pontos com esses três adversários e o CDUL apresenta, para a mesma qualidade de adversários, uma quota parcial de 61% correspondentes a 69 pontos de jogo. Aliás o GD Direito conta todos os seus jogos por vitórias garantindo assim uma vantagem de 14% sobre o CDUL que já tem uma derrota, embora fora, contra o GDS Cascais. Por outro lado o GD Direito apresenta-se como o melhor marcador de ensaios com uma média ligeiramente superior a 9 por cada jogo - 12 ensaios contra os adversários principais - enquanto que o CDUL apenas marcou 25 - 6 ensaios pra a mesma categoria de adversários -  para uma média de 3,6 ensaios por jogo. No aspecto defensivo, ambos os clubes têm praticamente os mesmos pontos sofridos - 62 e 61 - com uma média de 9 pontos e 1 ensaio sofridos em média por jogo, representam as duas melhores defesas de todo o campeonato. Na oposição aos adversários principais sofreram os mesmos 4 ensaios mostrando capacidades idênticas.
Por outro lado a maior quota da percentagem de pontos marcados sobre a totalidade de pontos marcados e sofridos pertence ao GD Direito - 423 pontos totais - com 87% contra 77% do CDUL  - 200 pontos totais - que, sendo uma vantagem equivalente ao número de vitórias pelos jogos efectuados, mostra também que a vantagem pontual do GD Direito foi, para cada jogo, sempre superior à do CDUL.
Visto apenas assim, o favoritismo cai, naturalmente, para o GD Direito até porque tem uma média de 65 pontos e 10 ensaios marcados fora contra uma média do CDUL de 33 pontos e 5 ensaios marcados em casa.
No entanto o plano do confronto pode e deve colocar-se noutro campo: da capacidade técnica e coesão de cada equipa. De um ponto de vista da coesão - o factor mais importante da eficácia de uma equipa - e embora nada se saiba da constituição das equipas para a definir - não há o bom hábito de comunicação antecipada (o CDUL publicou no seu site os 23 convocados mas apenas por ordem alfabética) da constituição das equipas - não parece que qualquer das equipas - porque ambas têm novos treinadores com as implicações de uma necessária adaptação a novos métodos e conceitos - esteja com um nível elevado de coesão mesmo que se possa presumir que qualquer delas irá jogar com jogadores que têm tempo competitivo conjunto. E do que se tem visto, a coesão colectiva não sendo alta, terá naturais reflexos - a defesa depende muito da coesão do colectivo - na capacidade defensiva de cada uma das equipas.
Sendo assim o jogo tenderá a decidir-se, porque nenhuma equipa se deverá impor decididamente à outra, pela capacidade técnica que ditará as leis da tendência do jogo. E aí as duas charneiras de médios terão, quer em ataque, quer em defesa, a sua palavra a dizer: a mais capaz, a mais eficaz, aquela que tacticamente for mais inteligente e que melhor saiba colocar a sua equipa a explorar as deficiências adversárias, nomeadamente lançando a pressão defensiva, levará a sua equipa à vitória. E a estratégia do jogo ao pé terá um peso elevado no seu resultado final.
Se houvesse estatísticas acessíveis das equipas e dos jogadores, seria possível fazer o “lançamento do jogo” - como agora se diz - de uma forma mais elaborada, mais articulada e mais interessante e seria possível que a comunicação social desportiva desse a este jogo a importância que ele tem para a modalidade, chamando a atenção de outro público que não o habitual apoiante de ambos os clubes. Assim… ver-se-á o que dará, lembrando sempre a máxima de sabedoria de João Pinto: prognósticos só no fim.

Arquivo do blogue

Quem sou

Seguidores