quarta-feira, 13 de setembro de 2017

FALTA DE RESPEITO E ÓBVIA INCOMPETÊNCIA

RESPEITO é um valor do Desporto, difundido entre adversários e companheiros em cada acção técnico-táctica de confronto ou superação e que faz parte dos valores citados pela World Rugby no seu principal livro sobre o jogo.
Mas RESPEITO foi o que não houve na sequência da decisão tomada ao dar por terminado o jogo da final entre Portugal e o Japão. Não houve RESPEITO pelos jogadores, treinadores e restantes envolvidos directamente no jogo.
E houve falta de RESPEITO, não por o jogomter sido dado por concluído mas porque não foram tomadas as devidas cautelas numa situação climática agreste mas mais do que previsível em tempo útil - no dia 29 de Agosto, dia do Portugal-Uruguai, choveram 23mm de água em Montevideo, no dia da final choveram 24mm... E falta de RESPEITO por negligência, ou seja: ninguém da organização quis saber ou se preocupou com a possibilidade das condições climáticas darem mais cabo do campo do que em tempo seco e continuaram com a marcação seguida de 4 jogos - em Portugal, em 2015, os jogos da última jornada do Trophy foram distribuídos pelo Estádio Universitário e pelo Jamor, não fosse o diabo tecê-las. Em Montevideo o diabo teceu-as... ou seja, a Organização falhou! Porque, incompetente, não previu.
Para maior espanto de tudo isto surgem as declarações do Presidente da World Rugby, Bill Beaumont, que depois de elogiar a vitória do Japão diz que "Trata-se de pouca sorte de Portugal, que jogou muito bem para se qualificar para a final, mas a segurança dos jogadores é prioritária e dadas as circunstâncias a decisão de terminar o jogo foi a mais correcta." para iniciar os agradecimentos à Organização uruguaia. Sobre os erros organizativos verificáveis na última jornada, nada! Sobre a necessidade do estabelecimento de novas regras para evitar um acesso ao mundial U20 Championship sem a totalidade dos jogos cumpridos, moita!
De facto, não estando em causa a decisão de terminar o jogo antes do seu fim regulamentar - se fosse responsável pelo Torneio e perante a visível situação teria ficado pela 1ª parte - mas sim a possibilidade, sem qualquer estranheza, de uma equipa desportiva poder aceder a uma classificação competitivamente superior com violação óbvia do princípio da equidade que rege as competições desportivas. E isto é inadmissível!
Se podemos concordar com o facto de que as condições logísticas dificultavam o reinício ou repetição do jogo no dia seguinte, existem outras soluções que seria obrigação da World Rugby considerar. Como sejam:
1 - se fosse entendido que o jogo deveria ser disputado por jogadores nas mesmas condições etárias que estiveram em vigor neste U20 Trophy 2017: a) Realização do jogo até 31 de Dezembro de 2017 e sob a responsabilidade técnica e económica da World Rugby em:
i) local a designar - campo neutro - a distância equivalente de fusos horários e horas de voo;
ou
ii) local a sortear entre Portugal e Japão.
2 - se fosse considerado que o jogo deveria ser disputado com jogadores que tivessem condições etárias para disputar os campeonatos sub-20 do próximo ano:
a) realização de jogo - com o mesmo tipo de responsabilidades da World Rugby para a equipa que fosse derrotada - de qualificação de acesso no mesmo local mas 5 dias antes do início do U20 Championship 2018 - a equipa qualificada ficaria a disputar o torneio enquanto que a derrotada voltaria a casa.
Como nada disto é complicado, caberia a Beaumont uma palavra de reflexão, não se deixando enrolar nos movimentos da sorte como justificação de um resultado que tem óbvias e importantes consequências. Para que a tristeza dos jogadores portugueses tivesse, pelo menos, a compensação de saberem que a sua situação teria obrigado a alterações para um futuro próximo. Assim... foram apenas e anti-desportivamente prejudicados.
E que organização é esta - para mais elogiada - que coloca o jogo a horas tais que a falta de iluminação capaz não permitiria - fosse qual fosse a forma - o desempate de uma final eventualmente empatada? Apostaram tudo no prognóstico?
Mas, neste imbróglio em que a selecção portuguesa de U20 se viu metida, uma pergunta me assalta desde que percebi a surpresa que a decisão provocou: então os dirigentes não leram o livro do torneio? Não sabiam que era assim? E se sabiam, não tentaram nada junto do Director de Torneio para diminuir os jogos no campo da final? E que o jogo começasse mais cedo?...
... falta de respeito e óbvia incompetência!

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