domingo, 5 de janeiro de 2020

UM NOVO PARADIGMA




Se o fantasma do pássaro fugidio que passou no último segundo de jogo na Tapada tivesse sido realidade o interesse do Grupo Título ficaria apenas no saber quem seriam os parceiros do Técnico e do Belenenses nas meias-finais do campeonato. Com a vitória de Agronomia, mantendo-se algum equilíbrio competitivo, poderemos ver o interesse dos actuais quatro primeiros em disputarem os lugares que permitirão os jogos em casa nas meias-finais — o que só é bom. Para o campeonato, para a Selecção Nacional e para o rugby português em geral. Pena é que Cascais e CDUL, com médias, respectivamente, de 29% e 28%, tenham, até agora, mostrado — veja-se também o gráfico “MELHOR ATAQUE - MELHOR DEFESA” — pouca capacidade competitiva. O que, infelizmente, irá diminuir a capacidade competitiva do Grupo.
No Grupo Despromoção o desequilíbrio é maior e já nada parece vir a impedir que o candidato à descida se decida apenas nos jogos que disputarão entre si Lousã e CRAV. Aos restantes, pelo existente regulamento, ficará apenas a obrigação de cumprir calendário. E assim os possíveis progressos, por falta de exigência competitiva, serão muito difíceis de conseguir. O que significa que as decisões sobre os quadros competitivos devem assentar em análises de resultados e capacidades demonstradas e não em meras vontades ou interesses sem medida.
Aliás, vistos alguns dos jogos da divisão superior, tem sido evidente a falta de maturidade táctica dos jogadores que, por falta de compreensão do jogo colectivo e embora se mostrem de bom nível técnico, cometem erros pouco admissíveis no melhor nível senior. Que são ainda muito jovens dir-se-à. Mas não são! porque a continuar o estatuto de amador para a grande maioria dos jogadores — como irá continuar — o terminar dos estudos e a chegada ao mundo do trabalho irão impôr as suas regras e a grande maioria dos jogadores terminará a sua participação competitiva. Sendo assim, os anteriormente tidos como jovens jogadores têm que se mostrar maduros — tão maduros como os direitos cívicos que já lhes pertencem — e terão que chegar ao nível senior com superior nível táctico individual, isto é com superior capacidade de visão, compreensão, decisão e execução. O que 
significa que o último patamar da formação (sub-18) tem que ser encarado com um outro rigor de transmissão de conhecimentos com treinadores para isso especialmente preparados e tendo como noção clara que o seu papel fundamental é o de “formar jogadores, não conquistar títulos”. A exigência de um novo paradigma está aí e parece evidente.


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