quarta-feira, 1 de maio de 2024

COMPETITIVIDADE EXISTE NO EQUILÍBRIO

Terminou a fase de Apuramento da Divisão de Honra e fica claro que com estas dez equipas não é possível um campeonato competitivo e com a intensidade que possa aproximar os jogadores portugueses das necessidades dos jogos internacionais, ficando a Selecção Nacional cativa da disponibilidade de jogadores que, em França, a possam representar. O que significa dependência do que não controlamos e eventual futura distância dos adeptos. Porque, verdadeiramente, a Selecção Nacional deve ser formada, joguem onde jogarem, por uma maioria de jogadores formados em Portugal. Porque assim terão uma base comum sócio-cultural que lhes permitirá um melhor entrosamento e entendimento como é exigência deste desporto altamente colectivo e como o mundo — espera-se — não acaba amanhã… a nossa preocupação deve ser a do desenvolvimento rugbístico dos jogadores que aqui começam a sua actividade.

Para além de um valor do Ìndice de Competitividade Noll-Scully demonstrativo da falta de competitividade — bem demonstrada nos 54% dos jogos que terminaram com diferenças superiores a 15 pontos de jogo (na última jornada 4 dos 5 jogos realizados tiveram diferenças superiores a esses pontos) 51% dos jogos tiveram Bónus Ofensivos e apenas 18% conseguiram obter Bónus Defensivos. E bastará, para perceber que não há competitividade, olhar para a tabela da classificação geral para ver a diferença entre o 6º e o 7º classificados a ficar em 16 pontos e a Lousã chegar às 2 vitórias com 297 pontos marcados e 766 sofridos e o CDUP apenas com 1 vitória, tendo marcado 210 pontos contra 1018 sofridos.

É assim bom de ver que, neste tempo actual, o ideal para uma competição competitiva sustentável — “Sem competitividade não há rendimentos sustentáveis”, António Saraiva, antigo Presidente da CIP — seria o de comportar seis equipas — o limite nunca poderia ser mais de oito. E a proposta de um campeonato para seis equipas seria de dois grupos — Honra e 1ª Divisão — com uma prova a três voltas — o último jogo seria realizado no campo do Clube com melhor resultado entre os adversários conseguido nas duas voltas anteriores — num total de 15 jogos a determinar o Campeão Nacional pela regularidade demonstrada durante a sua disputa.

Definido pela Direcção da Federação um próximo campeonato com 12 equipas — que afirmam, ao contrário do que possa parecer, ser mais competitivo. Mais competitivo?! Como? — com um começo de 3 grupos de 4 equipas — que formados como quer que sejam, determinarão sempre grupos desequilibrados, produzindo uma 1ª fase de poucos motivos de interesse. Porque o essencial para a melhoria do rugby nacional, é permitir que as melhores equipas se defrontem muitas vezes e que as outras, mais fracas e com mais dificuldades de se organizarem em níveis de rendimento superiores, possam ter tempo para se desenvolverem.

Muito bem, pretende-se um campeonato com 12 equipas… e como será possível torná-lo competitivo levando a que mais do que as seis/sete equipas habituais possam ter atractivos competitivos que as obriguem a desenvolver-se, podendo preparar-se e organizar-se e preparar o caminho do sucesso? Assim e reconhecendo que é o equilíbrio que traduz uma maior competitividade, aqui vai uma proposta:

PROPOSTA PARA UM CAMPEONATO COM 12 EQUIPAS

1ª FASE DE APURAMENTO:

    - 12 EQUIPAS A 1 VOLTA  (11 JORNADAS), CLASSIFICANDO AS 6 PRIMEIRAS EQUIPAS PARA DISPUTAR A DIVISÃO DE HONRA E AS SEIS SEGUINTES PARA DISPUTAR A I DIVISÃO

2ª FASE 

    - 6 EQUIPAS NA DIVISÃO DE HONRA + 6 EQUIPAS NA 1ª DIVISÃO 

    - ESTES GRUPOS DISPUTARÃO UMA COMPETIÇÃO A DUAS VOLTAS (10 JORNADAS — PERFAZENDO UM TOTAL DE 21 JORNADAS)

    - O CAMPEÃO NACIONAL SERÁ O CLUBE QUE MAIS PONTOS OBTENHA NA 2ª FASE DA DIVISÃO DE HONRA. O ÚLTIMO CLASSIFICADO DA  I DIVISÃO DESCERÁ À II DIVISÃO —  CASO HAJA ACORDO QUE, DE UM PONTO DE VISTA DE EQUILIBRIO COMPETITIVO COMPETITIVO, ESSA “TROCA” SEJA POSSÍVEL DESDE A PRIMEIRA ÉPOCA DE UTILIZAÇÃO DESTA FORMA DE DISPUTA. 

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