42-17, vinte e cinco pontos de diferença. É muito para distinguir o melhor do Hemisfério Sul (África do Sul, campeã do mundo) do melhor do Hemisfério Norte (França). E se a este resultado juntarmos o 66- 28 entre a Nova Zelândia e a Irlanda, poderemos interrogarmos se a razão não estará do lado do treinador sul-africano Peter De Villiers que põe em dúvida a qualidade dos campeonatos europeus.
É verdade que a França não tinha qualquer obrigação de ganhar este jogo – jogava fora e no final da época – mas os valores comparativos do Ranking da IRB davam a vitória à África do Sul por uma diferença de 13 pontos… e foram 25! Também ninguém pensaria – excepto o guerreiro O’ Driscoll – numa vitória da Irlanda nos antípodas. A mesma comparação do Ranking IRB garantia a vitória All Black por 24 pontos…mas foram 38! Veremos o que se passará com a continuidade dos jogos Norte-Sul mas talvez seja altura de analisar as competições europeias e a sua organização.
No Sul e na maior competição, jogam 5 equipas por cada país (mais correctamente, a Austrália só no próximo ano terá a sua quinta equipa). No Norte continuam as provas internas – com excepção da Liga Celta – alicerçadas em equipas de clubes, dispersando os melhores jogadores por vários pólos e sujeitando-os a competições de menor nível e menor constância competitiva. Estará aqui a diferença? Porque diferença há! Basta ver o posicionamento das principais equipas do Hemisfério Sul – África do Sul, Nova Zelândia e Austrália – neste século: duas delas estão sempre nos três primeiros lugares quando não, como agora, a ocupar os três lugares.
Competitivamente e para que as vitórias não aconteçam só no optimismo de melhores dias cantarão, alguma coisa terá que ser alterada – ou então, adeus campeonatos do Mundo…