São dois desportos diferentes. Tão diferentes - por cá e não poucas vezes parece ser difícil entendê-lo - que o rugby, ao contrário do futebol, não tem jogos particulares, essa forma de pagar bilhete para ver o desfile de jogadores com as equipas a modificarem-se sem conta ou medida e ultrapassando todas as leis do jogo. No rugby não: cada jogo internacional é um teste. Segue as leis do jogo em todos os aspectos, conta internacionalizações para os participantes e, mais do que isso, conta pontos para o ranking oficial da IRB.
Não haver jogos a brincar - os tais particulares - faz parte, como já expliquei e com excepção de jogos de veteranos de olho no jantar, da tradição e cultura rugbísticas: durante quase um século não houve competições internas organizadas e os jogos entre selecções - com excepção do Home International Championship (percursor do 5 e 6 Nações) que começou em 1883 - não contavam para qualquer competição directa. Valiam por si próprios, serviam de comparação e permitiam as longas e elaboradas conversas que fazem o convívio oval. Chamavam-se test-matchs.
O extraordinário é que se tenha de ouvir em permanência as referências ao particular nas transmissões de jogos. É um desleixo irritante de trabalho de casa mal feito.
Para os ditos particulares deste último fim-de-semana, vejam-se as diferenças de pontos e lugares dos rankings antes e depois dos jogos. No rugby, os jogos valem! São jogos-teste. Definem posições.