sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A ARGENTINA COM GRAHAM HENRY

Vai começar o Four Nations, acrescentando a Argentina ao que tem sido, na versão anterior de All-Blacks, Austrália e África do Sul, a melhor competição rugbística do planeta.

O que poderão fazer os Pumas nesta competição aumenta mais o interesse que, naturalmente, já desperta. Não vai ser fácil, é uma aposta de grande risco competitivo mas é também – após, estou certo, uma cuidada preparação – um passo certo de um futuro sustentado para o rugby argentino. Hoje por hoje, no desporto, quem não quiser ou puder apresentar-se no mais alto nível fica fora da corrente principal onde ainda existem acessos a patrocínios sempre necessários ao desenvolvimento. Não sendo assim, a modalidade ver-se-á circunscrita – mesmo se divertido para quem o possa jogar – a pequenos círculos familiares perdendo-se a atractividade para espectadores e transformando cada jogo num mero passatempo amadorístico. Sem receitas, claro … e sem capacidade de desenvolvimento qualitativo.

A preocupação do rugby argentino para se apresentar no melhor das suas capacidades tem sido tal que contrataram como consultor nem mais nem menos do que o treinador neozelandês campeão do mundo, Graham Henry.

O neozelandês definiu de imediato algumas transformações – que já fomos vendo ser aplicadas pelos Jaguares de Daniel Hourcade – para a forma de jogar dos Pumas, procurando aumentar a sua capacidade competitiva. São quatro os pontos propostos que, pelo efeito que provocam, podem levar à dimensão necessária ao equilíbrio competitivo procurado. Assim, Graham Henry pretende que os jogadores argentinos:
- tomem iniciativas (adaptar-se e impor o seu jogo de acordo com as situações encontradas.);
- privilegiem o jogo de pé (ir para o chão é dar vantagem à defesa.);
- não se deixem “sugar” pelos rucks (usar nos reagrupamentos no chão apenas o número necessário de jogadores para criar uma efectiva oposição não caindo, por generosidade de entrega, na armadilha que possibilitará de imediato uma superioridade numérica. Para além de que, demasiados jogadores num ruck defensivo, afasta a linha de fora-de-jogo da linha-de-vantagem e aumenta a distância de manobra.)
- deixem de esperar unicamente pelo nº9 para movimentar a bola nos reagrupamentos (sendo a velocidade do movimento o que cria problemas às defesas não faz sentido perdê-la pela espera de um jogador por mais especialista que seja – o que implica que “toda a gente” esteja preparada para fazer um passe do chão com um mínimo de precisão.)
 
Veremos como correrá. Com muita curiosidade.

(os itálicos são comentários meus acerca do que
julgo serem as razões das propostas de G. Henry)

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