sábado, 29 de junho de 2013

MUNDIAL DE SEVENS E LIONS

Deitámos uma oportunidade de ouro fora! Depois da vitória contra a Argentina - excelente primeira parte - Portugal ficou com a possibilidade de realizar um feito enorme: participar, como um dos dois melhores segundos, na Melrose Cup e qualificar-se mundialmente até ao oitavo lugar.
Perdendo com Hong-Kong, num jogo que parecia dominado, Portugal deitou fora o acesso ao paraíso e irá jogar - se as minhas contas não estiverem erradas e enquanto segundo melhor dos terceiros classificados - a Plate para procurar uma qualificação entre o nono e o décimo-sexto lugar. 
Perdida a ilusão, resta-nos procurar um lugar na metade superior da tabela.
Ver um Mundial, seja de que modalidade fôr, sem espectadores - a Cerimónia de Abertura atingiu o ridículo - é muito desagradável e pernicioso até. Principalmente para países como o nosso - os chamados emergentes - que fazem um esforço tremendo para se apresentarem nas melhores condições competitivas em cada prova do calendário internacional. E desse esforço faz também parte a angariação de patrocínios - e como se arranjam patrocínios se eles não têm visibilidade? Mas têm, dirão, até passam na televisão! Pois passam e mostram para toda a gente as bancadas vazias num enorme descrédito das potencialidades da modalidade. Quem quer apoiar, juntar-se, ser parceiro, de uma modalidade que dá de si a imagem que só existe porque alguém tem esse especial empenho e cujo retorno as imagens parecem negar? E a IRB, vendida ao seu próprio marketing, não parece querer saber das consequências. 
À visão marketing da IRB pouco parece importar o acréscimo de dificuldades criado aos países que não têm o rugby integrado na sua cultura secular mas que o desenvolvem há já dezenas de anos - em Portugal começamos em 1927... E o facto é que com esta decisão de entregar o Mundial de Sevens a Moscovo, a IRB desrespeitou a comunidade do rugby que diz pretender crescente. E o resultado da decisão pode traduzir-se assim: para ganhar um, perdem muitos. E a IRB, sentada na sua secretária, mostra tanta soberba na análise do mundo - com igual procedimento aliás nos ouvidos de mercador ás descricionárias zonas cinzentas das Leis do Jogo... - ignora as imposições que a mundialização exige: equidade e respeito pelos variados pares.
Do outro lado do mundo e na variante principal da modalidade, os Lions - British and Irish Lions, repete-se para sublinhar a abrangência - deixam a negra para o próximo sábado. Para o jogo é bom: não haverá tréguas. E nesta semana, as equipas técnicas vão procurar as soluções estratégicas possíveis para surpreender e atingir a vitória. A não perder para quem gosta de rugby intenso, de antes quebrar que torcer e de resultado incerto. Ou de reflectir sobre os lados para que o jogo corre.

[precisão posterior: mesmo ganhando a Hong-Kong, Portugal, face aos regulamentos e dado o posterior resultado de Samoa, não teria sido - mesmo com duas vitórias e uma derrota - um dos dois melhores segundos classificados na Fase de Grupos e, portanto, não se qualificaria, pela relação de pontos marcados e perdidos, para a principal Melrose Cup. Mas defrontaria, por ser um dos quatro melhores "segundo", adversário mais fácil no início da Plate...]

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