sábado, 1 de fevereiro de 2014

SEIS NAÇÕES

O Torneio! A prova mais carismática do mundo do rugby começa hoje a sua edição de 2014. O  Torneio, assim, sem mais, o Torneio, só e basta para definir o impolgante que os jogos, o ante e o pós representam para jogadores, treinadores, dirigentes e aficcionados que enchem os estadios até não caber uma mosca.
Das equipas e das suas actuais capacidades pode dizer-se que, um ano antes da disputa do Mundial no seu país, a Inglaterra - que procura o Grand Chelem que não vê há já onze anos - vai de novo procurar que os seus avançados consigam impor o jogo que os os seus centros, pese a categoria do abertura Owen, não mostram ser capazes de dar continuidade e impor diferenças. Mas o bloco de avançados, móvel e com capacidades físicas acima da média, pode, por si só, ganhar um jogo. Qualquer jogo. Do outro lado do campo a França que parece incapaz de utilizar o surpreendente french flair - essa forma de jogar no limite do risco num quase abuso de impertinência - tem tido enormes problemas de eficácia a que não são alheias as dificuldades de encontrar uma parelha de médios capaz de transformar e pautar o jogo - Brian Ashton, antigo seleccionador inglês, acha que os franceses se perderam quando quiseram imitar os ingleses e, lança com ironia, como Saint-André se fez treinador em Inglaterra... Hoje estreia-se Jules Plisson, médio de abertura do Stade Français, que esteve há dias em Lisboa tendo-se limitado, precisamente pela chamada à selecção, a treinar pontapés aos postes. Espera-se jogo equilibrado que pode virar para qualquer das equipas por um aqui ou ali mas os números dão vantagem aos ingleses: vitória por 4 pontos de diferença.
A Irlanda, a quem uns segundos de débito de oxigénio retiraram a hipótese de uma histórica vitória sobre os All-Blacks, pretende, nesta última época de participação internacional do genial Brian O'Driscoll, demonstrar que o jogo de Novembro não foi uma casualidade e quer mostrar as suas hipóteses de candidata ao Mundial de 2015. A Escócia, pelo seu lado, com problemas em encontrar jogadores de nível superior, parece esperar que Vern Cotter - ainda treinar o Clermont do nosso Bardy - venha dar a mão milagrosa que os possa levar ao nível das memórias de tempos gloriosos. No momento, o jogo dos escoceses está ainda longe do necessário. Ponto assente: vitória da Irlanda! - por 12 pontos de diferença, dizem os números.
Esta primeira jornada fecha com um Gales-Itália. A curiosidade sobre a Itália estará na verificação da melhoria - existe um grande aposta na formação-ordenada - da capacidade do seu jogo que, volta não volta, se mostra suficientemente fraco para que georgianos comecem a ter pretensões - injustificadas e extemporâneas na minha opinião - de vir, como dizem, a ocupar o seu lugar. Mas como é óbvio, Gales - a minha equipa preferida - é a favorita. Com uma terceira-linha de se lhe tirar o chapéu, com um meio-campo capaz de transformar qualquer bola num ataque demolidor a que se junta um três-de-trás de enorme eficácia finalizadora - e de que faz parte o metrónomo chutador Halfpenny - de Gales espera-se sempre espectáculo de levantar bancadas. Vitória com diferença de vinte pontos! 
Uma das grandes curiosidades deste Torneio vai para o comportamento dos árbitros na execução dos ridículos gestos para autorização da introdução da bola na formação. Irão ignorar as directivas? Ficar-se-ão, como aconteceu durante toda uma vida antes da introdução das vozes, apenas pela verificação dos movimentos?
Fora deste Torneio, mas num outro torneio - a Taça Europeia das Nações - Portugal joga, no frio de Cluj, importante e difícil desafio contra a Roménia (17º do ranking IRB) com o objectivo de se manter na corrida de apuramento para o Mundial de 2015. Que a sorte os acompanhe!

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