quarta-feira, 5 de abril de 2017

VERDADE DE QUEM MAIS PODE?


Quem viu o último França-Gales não se vai esquecer tão depressa do final de enorme prolongamento.

E também não se esquecerá com certeza da questão levantada por George North que mostrou o braço com uma alegada mordida adversária - situação que a ser considerada como existente terminaria (por marcação de penalidade  e cartão vermelho) o jogo com vitória para Gales. Também nos lembrámos - eu, lembro-me - de que Wayne Barnes, o árbitro da partida, pediu ao TMO para visionar a jogada.

De imagens ficaram-nos as conseguidas do lado contrário do campo e onde apenas se viam as costas dos jogadores envolvidos. Do lado em que se veriam os braços e a cara dos jogadores envolvidos, nada.

Vi no domingo o Saracens-Glasgow a contar para os quartos-de-final dos Campeões Europeus. Ainda na primeira parte Chris Ashton, três-quartos-ponta dos Saracens, faz um tremendo esforço para conseguir colocar a bola na área de ensaio escocesa. Sim? Não? O árbitro do jogo, o francês Jerome Garcés, apelou para o TMO. E pudemos ver 5/6 ângulos diferentes para nos dar a certeza da invalidade do ensaio. Não foi ensaio e um estádio cheio de espectadores ficou convencido da exactidão da decisão.

Pouco tempo depois a mesma cena mas simétrica. Desta vez do lado esquerdo do campo nova chamada de Garcés ao TMO. Sim? Não? Não! depois da visualização de 5/6 ângulos diferentes que mostraram que não houve conformidade com as Leis do Jogo.
Um dos vários ângulos disponibilizados

Ou seja: pudemos ter certezas porque as câmaras colocadas nos sítios pré-determinados e que permitem retirar as dúvidas em situações de difícil visão directa nos mostraram, de diversos ângulos, as imagens necessárias.

Mantém-se-me a dúvida: porque é que no Stade de France não foram mostradas as imagens necessárias? Por erro na colocação das câmaras que não cumpriram o protocolado ou porque, pura e simplesmente, houve alguém que impediu a sua visão?

Grave é que o assunto pareça ter morrido e vai sair-se desta vergonha sem apuramento das responsabilidades. Voltando-se então à velha máxima: a verdade do jogo é a verdade de quem mais pode.

Mas mantendo a boca cheia de valores... Será?!

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