terça-feira, 14 de novembro de 2017

USO ABUSIVO DOS BARBARIANS


O Barbarian Football Club, clube de convites cuja única exigência consiste na qualidade do jogador e do seu comportamento, nasceu em 1890 e tem como lema o conceito do Reverendo W.J.Carvey que jogou pelo clube em 1896: o rugby é um jogo para cavalheiros de qualquer classe mas não para maus desportistas seja qual for a sua origem. Em 1979, procurando imitar o conceito britânico,  nasceu o Barbarian Rugby Clube - os French Barbarians - que teve em Jean-Pierre Rives um dos seus fundadores que definiu a sua essência como uma filosofia, um espírito. Espírito de liberdade e de fraternidade que se traduz numa maneira de ser e de se comportar. Ataque e risco são os seus princípios do jogo e os jogadores que pode convidar estão circunscritos ao Top 14 francês e, como os originais Baa-baas, mantém a tradição do uso das meias do clube de cada jogador como equipamento oficial.


No início desta época a direcção da Federação Francesa de Rugby, comandada pelo sr. Laporte,. decidiu definir a equipa dos Barbarians Franceses como a 2º equipa federativa. O que e de acordo com a definição da World Rugby significa que qualquer jogador que faça uma jogo oficial pelos Barbarian Franceses ficará vinculado, em termos internacionais, à Federação Francesa de Rugby. Ou seja: não poderá representar outro país em termos de competições internacionais.

Ora esta posição, violando os princípios que nortearam o nascimento destes clubes de convites - parece ser um truque - reles, aliás! - para "prender" jogadores estrangeiros que jogam em França uma vez que - e bem! - a Federação francesa decidiu - à semelhança da lei existente em Portugal - que a presença nas selecções francesas só seria possível para cidadãos franceses, não se aplicando portanto a lei da federação internacional dos 36 meses de residência.

Assim, na versão francesa e pelo sim pelo não, "convida-se" um jogador para os Barbarians Franceses e garante-se que o seu futuro fica, desde logo, controlado pela estrutura federativa francesa. O que se traduzirá num evidente prejuízo para os países que vêem na colocação dos seus jogadores no campeonato profissional francês uma vantagem para o seu desenvolvimento competitivo internacional. E, no fundo, o interesse sobrepõe-se aos valores!

O antigo internacional francês e adepto incondicional do espírito Barbarian, Jean-Pierre Rives, veio a terreiro denunciar a quebra dos valores do clube pela federação francesa neste utilitário recurso de "selecção B". Veremos o que dirá a "casa-mãe" britânica por esta abusiva utilização de um nome que tem um significado muito próprio no mundo do rugby internacional.

A não ser que se junte ao formal "o que parece, é" a interesseira postura trumpiana dos factos alternativos.

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