segunda-feira, 21 de maio de 2018

... E PORTUGAL COMO MAIS PREJUDICADO

Apesar do pouco rigor do relatório do  Judicial and Disputes Committee nomeado pela Word Rugby para analisar as questões referentes à salgalhada que caracterizou o 2018 Rugby Europe Championship, já é possível - desde que a situação da Bélgica (o relatório não refere os nomes dos inelegíveis belgas) esteja limitada a dois jogos com jogadores ilegais no ano de 2018 - determinar a classificação final que defenirá o adversário de Portugal no jogo de barragem da REChampionship e que classificará uma das equipas para o próximo ano desta II divisão europeia.

Por quase palpite e atenção ao diz-se-diz-se a Bélgica parece ter utilizado apenas em dois jogos no campeonato deste ano de 2018 os cinco jogadores inelegíveis quando o relatório identifica sete jogos onde a ilegalidade foi cometida. Se assim for - e não existe, por desconhecimento dos seus nomes, possibilidade de conferir com os Boletins de Jogo - os belgas serão sancionados com 10 pontos negativos e serão qualificados em 4.º lugar da geral com 1 ponto negativo de classificação.

No caso da Espanha, Com os nomes de Mathieu Belie e Bastien Fustere pela Espanha e Sione Fakaosilea pela Roménia referenciados no relatório como não-elegíveis, o que permite a sua verificação pelos Boletins de Jogo, possibilitando determinar com rigor - coisa que nem a comissão nomeada pela World Rugby e a Rugby Europe tiveram qualquer preocupação em clarificar publicamente - os valores dos pontos de classificação e, portanto, a posição na tabela classificativa de cada equipa.

Assim, se o “prognóstico” sobre a situação belga se mantiver como exacto e se não houver alterações por via do recurso que Espanha e Roménia podem ainda fazer e com os espanhóis a utilizarem os referidos jogadores inelegíveis contra a Roménia, Rússia, Bélgica e Alemanha num total de quatro jogos sancionáveis com 20 pontos negativos de classificação e os romenos a utilizarem um jogador inelegível contra a Geórgia, Roménia, Espanha, Bélgica e Alemanha num total de cinco jogos sancionáveis com 25 pontos negativos de classificação, a classificação final do 2018 Rugby Europe Championship será a seguinte:

1.º- Geórgia, 24 pts
2.º- Rússia, 11 pts
3.º- Alemanha, 0 pts
4.º- Bélgica, (9-10) = -1 pts
5.º- Espanha, (13-20) = -7 pts
6.º- Roménia, (14-25) = - 11 pts

Sendo assim, Portugal será o grande prejudicado destas decisões do Judicial and Disputes Committee que a Workd Rugby e a Rugby Europe tomaram como suas. Ou seja, Portugal que nada tem a ver com os assuntos em causa, terá como adversário para a sua nova tentativa de acesso à divisão europeia superior, uma equipa muito mais forte daquilo  — a Roménia — que se espera de uma equipa última classificada no Championship europeu. E ninguém parece mostrar-se preocupado com o facto: a World Rugby resolve, sem cometer incoerências com anteriores decisões, o problema de acesso ao Mundial e pouco lhe importa o que sobra como já aconteceu com a situação antidesportiva da final do Trophy Sub-20 no Uruguai; a Rugby Europe faz o que sempre fez, lavando as mãos e demonstrando a sua incompetência, limitando ao silêncio as explicações que deveria dar. A World Rugby e a Rugby Europe ignoraram, pela facilidade e comodismo da posição, as consequências indirectas das suas decisões, prejudicando terceiros — no caso, Portugal — que vê os seus programas de desenvolvimento — e não está em causa neste momento saber da sua qualidade — atirados pela janela.

Não se conhecendo reacção, preparámo-nos para ver a banda passar, encantados com o facto do adversário da barragem ser a Alemanha que mostrou neste 2018 ser a equipa mais fraca do Championship. Ou seja, contentámo-nos com uma vaga hipótese de estar presente no Mundial e deixámos que o nosso adversário no jogo mais importante (não me canso de o repetir) desta época seja muito superior ao espectável pela óbvia diferença qualitativa entre a Alemanha (28ª Ranking WR) e a Roménia (17ª Ranking WR). E esta troca com que estamos a ser confrontados não justifica o fechar de olhos, porque de nada nos serve uma eventual e muito difícil presença no Mundial do Japão se mantivermos a actual posição na III divisão europeia.

Arquivo do blogue

Quem sou

Seguidores