sexta-feira, 15 de junho de 2018

JOGAR CONTRA UMA OUTRA ALEMANHA

Teoricamente Portugal ganha o jogo de sábado por 4 pontos de diferença.
É claro que isto podia bater certo se a equipa alemã a defrontar fosse igual àquela que, durante esta última época só sofreu derrotas nos cinco jogos disputados, apenas marcou 3 ensaios, conseguindo 3% de todos os ensaios marcados no seu grupo da Rugby Europe Championship e sofrendo 55 ensaios, tantos (50%) quanto o somatório de todos os outros sofridos no Grupo. Para nosso azar — dentro da lotaria que nos saiu dos castigos distribuídos principalmente à Roménia e à Espanha — a equipa alemã que jogará contra Portugal estará mais próxima daquela que nos derrotou por 50-27 em Fevereiro de 2016, do que da desastrosa equipa apresentada esta época.
Portanto Portugal não tem tarefa nada fácil e não vale a pena estar a lançar teorias de que não tendo havido jogos existe a vantagem de não haver lesionados porque assim e qualquer dia, entraremos na defesa de que, para bem preparar um jogo importante, o melhor é não jogar, nem treinar.
Os jogadores portugueses, pelo menos aqueles que actuam em Portugal, já não jogam há muito tempo. E as consequências podem fazer-se sentir nos célebres 20 minutos finais onde, diz-se, tudo se define.
Por outro lado Portugal apresenta números decentes com uma Taxa de Sucesso de 100% e uma Quota de Pontos de Jogo de 77%. Mas estamos, mesmo se a Alemanha se mostrou muito fraca, a falar de realidades diferentes: de um Championship e de um Trophy. Ou seja, de divisões diferentes com a III divisão onde jogámos a mostrar-se muito fraquinha. Portanto, nada de comparações.
E a comparação feita na tabela acima com base nos pontos de Ranking da World Rugby não tem, no caso, qualquer fiabilidade e serve apenas para perceber que, ganhando Portugal, manteremos a 23ª posição no ranking; perdendo, desceremos uma posição e seremos ultrapassados pela Namíbia que jogará em casa contra o Uganda (37ª posição no ranking) a contar para a Rugby Africa Gold Cup.
Não sendo o jogo mais importante para a selecção portuguesa — insisto: o jogo mais importante é o jogo de barragem contra a Roménia (a fava que nos saiu da requalificação da Championship) e que decidirá, a 3 de Novembro, quem jogará na próxima época na principal divisão da Rugby Europe — a vitória permitirá, dentro de dias, defrontar, a duas mãos Samoa. Esperemos para ver e, são os votos, que os jogadores portugueses se batam com galhardia dentro do campo.

[Nota: a dispensa de Thibauld de Freitas deixou o jogador em péssimo estado de ânimo, afirmando que não jogará mais pela selecção nacional. E com razão neste seu desanimo! Não se convoca ninguém para vir de França para se lhe dar o bilhete de volta imediata. Se não fazia falta, não se convocava; se é convocado só pode fazer parte dos 23. Porque os jogadores não se tratam como trouxas de roupa suja!
A relação dos portugueses que jogam em França tem vindo a deteriorar-se progressivamente com a Federação Portuguesa. Há jogadores que se recusam a fazer a viagem porque, garantem, sentem que não têm condições adequadas para deixar família e clube e representarem Portugal. Outros porque entendem terem sido mal tratados. Este caso, que trata mal quem se disponibilizou, vai acrescentar azedume à disponibilidade de outros portugueses. E era bem escusado — bastaria um mínimo de respeito!]

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