As TRI-CAMPEÃS de Portugal |
Época que deve ser mostrada, reconhecida, recordada e imitada.
Porque se baseia numa boa organização estratégica e num profundo trabalho técnico e táctico que proporcionou um bom desenvolvimento das características das jogadoras. Jogadoras amadoras que conseguem conciliar e compatibilizar a sua vida estudantil ou profissional, vida de casal ou de mãe com as exigências conseguidas de qualidade do Desporto Rendimento.
O desenvolvimento do rugby feminino em Portugal não é fácil — se já o masculino tem enormes dificuldades, quanto mais o feminino... — e a aposta do Sporting com os resultados demonstrados — quantas equipas saberiam manter-se continuamente no topo com as dificuldades competitivas existentes? — deve ser respeitada e deve haver um esforço federativo no sentido de conseguir uma melhoria qualitativa competitiva. Começando por terminar com a competição de Tens que não representa — como é facilmente demonstrável — nenhuma forma de adaptação ao rugby de XV. O rugby feminino deve assentar nas competições de Sevens e XV e com o objectivo da internacionalização, acompanhando o que se vai passando, pela restante Europa.
Conhecendo como conheço o rugby feminino do Sporting desde os responsáveis directivos e administrativos — Rafael Lucas Pereira, João Tiago Silva e Diogo Pesca — ao corpo de fisioterapeutas — Rita Maggessi e Elisa Arnould — passando pelo corpo técnico de excelência com o Nuno Mourão, Pedro Leal, André Duarte e Nuno Leitão (com a responsabilidade da condição física da equipa) e um notável grupo de jogadoras capitaneadas pela internacional Isabel Ozório a que se juntam diversas outras — de quem só não refiro o nome, embora os guarde na memória, por serem muitas mas que ficam nomeadas na citação da sua capitã — jogadoras internacionais actuais e outras que o serão a breve prazo, sei que o grupo estará disponível para subir os degraus de um desenvolvimento qualitativo necessário e que urge. E urge por uma razão simples: as adversárias europeias estão cada vez mais organizados e mais competitivas. E se nas anteriores olimpíadas a selecção feminina deu uma muito boa demonstração da sua capacidade competitiva, é preciso garantir que o intervalo às adversárias europeias não aumentará e o exemplo do Sporting feminino deve servir de base às acções e decisões
necessárias.
O desafio do futuro para o Sporting será o de garantir a manutenção competitiva elevada. Desafio que exige um desenvolvimento qualitativo nacional, com maior número de adversárias que possam equilibrar as competições. Porque não há boa competição sem equilibrio.