As autoridades australianas não autorizaram, de novo, o pedido de naturalização de Quade Cooper, jogador profissional de Rugby, hoje com 33 anos, porque, ao que se lê não terá correspondido à exigência —“person engaging in activities of benefit to Australia — de serviços relevantes à Austrália. Ou seja um homem, nascido na Nova Zelândia e que, com 13 anos foi, com a família, viver para a Austrália e que, em 2005, partiu para uma digressão à Inglaterra com a equipa das Escolas da Austrália onde ocupava a posição de médio-de-abertura e pela qual jogou 9 vezes. Em 2008 jogou pela Austrália Sub20, 5 vezes. A partir de 2009 jogou 70 — SETENTA! — vezes com a camisola dos Wallabies — esteve presente no Mundial de 2011 —pelos quais marcou 154 pontos. Pertencendo à equipa de Sevens em 2016, não esteve presente nos Jogos Olímpicos do Rio porque não lhe tinha sido atribuída a cidadania australiana e não cumpria assim a exigência olímpica de nacionalidade. Portanto e ao que parece nada disto conta para que lhe possa ser atribuída a nacionalidade australiana — usaram-no enquanto puderam mas...foi-se...pouco importa.
Podem explicar o porquê do abuso desta decisão prepotente que se mostra — o que parece há-de ser — de enorme falta de senso comum num desagradecimento despropositado? Não, não vão explicar e utilizarão toda a retórica que conheçam para justificar o injustificável.
Felizmente que em Portugal — por mais que demorem processos de naturalização —o mundo é outro e não é possível a existência de um caso destes: nenhum atleta que represente Portugal teria (terá) um problema de naturalização rejeitada. E porquê? Porque o Decreto-lei nº 248-B/2008 — proposta da responsabilidade de Laurentino Dias então Secretário de Estado da Juventude e do Desporto — determina, no ponto 1 do seu Artigo 63º, Selecções Nacionais que: A participação em selecção nacional organizada por federação desportiva é reservada a cidadãos nacionais.
Portanto, qualquer atleta que vista a camisola oficial de Portugal para uma competição desportiva é cidadã[o] nacional, é português(a). Venha de onde vier, antes de pertencer a uma selecção nacional @s atletas têm a nacionalidade portuguesa. O que impede que, por uma qualquer vontade enviesada de um qualquer político sentado à secretária da sua importância, exista um preconceituoso abuso.
E por ser assim, os atletas das selecções portuguesas como os andebolistas Iturriza, Salina, Alexis Borges, o canoísta Antoine Launay, a cavaleira Luciana Diniz, @s judocas Jorge Fonseca, Anri Egutidze, Rochele Nunes, Bárbara Timo, as mesatenistas Fu Yu, Jeni Shao, a nadadora Tamila Holub ou @s atletas Auriol Dongmo, Evelise Veiga, Lorine Bazolo, Nelson Évora, Pedro Pichardo, que estarão presentes nos Jogos de Tóquio 2020 com a camisola portuguesa, não terão a desfeita da ingratidão. E os seus resultados serão, genuinamente, nossos resultados. Resultados portugueses pelos quais ficaremos gratos.