Com a vitória — 32-22 — conseguida em casa da Nova Zelândia, a Irlanda venceu, pela primeira vez, as séries contra os AllBlacks e conquistou o 1º lugar do ranking da World Rugby, posição que já não ocupava desde Setembro de 2019.
Nos outros jogos, se os visitantes Samoa, Inglaterra contrariaram com as suas vitórias as previsões, foi o Chile que cometeu a maior proeza ao vencer — conseguindo a vantagem de um ponto no conjunto dos dois jogos — na casa dos USA e, assim qualificar-se directamente para o Mundial, colocando os americanos na Repescagem onde — terminado que seja o processo de eliminação da Espanha — a equipa de Portugal conta estar presente.
Portugal jogou de novo com a Geórgia em Tiblisi e foi derrotado por 23-14 num resultado bastante melhor do que a previsão. No entanto, com esta derrota, baixou de novo ao 20º lugar do ranking, sendo ultrapassado pelo Uruguai, vencedor da Roménia.
Mas este jogo voltou a mostrar as debilidades habituais que têm vindo a ser demonstradas para além de — como referiu o “capitão” José Lima no final do jogo (cito de ouvido): mais uma vez perdemos o jogo por erros cometidos no final do jogo — e que se mantêm na indisciplina (17 penalidades —12 das quais no próprio meio-campo — e 1 cartão amarelo); num jogo-ao-pé que continua pouco assertivo e, o pior, no facto das linhas que têm que manobrar as bolas conquistadas quer em formações-ordenadas quer em formações-expontâneas continuarem a receber a bola parados — ignorando a regra essencial de correr-receber-utilizar — e a demasiada distância da linha-de-vantagem, arrancando depois de receberem a bola, dando assim todas as vantagens à defesa que, subindo facilmente, encurta tempo e espaço de manobra e tem ainda a possibilidade, a que acresce o número de jogadores não fixados, de se adaptar aos movimentos atacantes.
Num jogo fraco e de pouca intensidade — o que se pode caracterizar como “de fim de época” mas com uma arbitragem do inglês Adam Leal muito interessante, não caindo nunca, num exemplo a seguir, na armadilha de favorecer o infractor e não utilizando pedagogias dispensáveis— e onde qualquer das equipas se mostrou muito pouco eficaz, não deixam de ser curiosaas as palavras finais do Seleccionador Nacional, Patrice Lagisquet, que se mostrou muito satifeito com o comportamento do seu bloco de avançados…
Pelo que vi, não me sinto tão optimista e espero bem que, daqui até Novembro e se se mantiver a decisão da Rugby World para nomear Portugal (as últimas notícias dizem que a actual Comissão de Gestão espanhola decidiu contestar no TAS as decisões da federação internacional), seja possível melhorar substancialmente a capacidade do bloco nas formações-ordenadas, na defesa dos mauls e, ainda, que a 3ª linha aprenda a jogar colectivamente e que reconheça as linhas-de-corrida defensivas e atacantes que compete a cada um dos seus elementos. Como se viu pelos resultados conseguidos nesta época (9 jogos com 2 vitórias e 1 empate), estamos longe de ser uma equipa que, mostrando algumas potenciais qualidades, não tem a consistência para se mostrar de elevado nível competitivo — o nível que a participação num Mundial exige. E há que aproveitar o tempo que falta, treinando o que deve ser treinado.