terça-feira, 10 de setembro de 2024

SURPREENDENTE ARGENTINA


Ser argentino e ter estado no estádio de Santa Fé será uma memória para guardar para a eternidade. A vitória de 67-47 com 9 ensaios contra os Australianos e depois de ter estado, aos 29’ de jogo, a perder por 20-3, é obra. A valer mandar imprimir T-shirts com “eu estive lá!” sobre uma foto do jogo. 
De novo se confirmou a característica “preferida” deste equipa argentina — são capazes do pior e do melhor. Mas desta vez, recorrendo, em jogo completo, ao abertura do Benetton Rugby, Tomas Albornoz, a “conversa” foi diferente e o jogo de movimento deu cabo da defesa australiana ao garantirem 99 ultrapassagens da linha-de-vantagem e 17 passes-em-carga (off-loads). Nestas contas também se deve notar uma maior disciplina colectiva ao não ultrapassarem 5 penalidades contra 11 dos australianos. Notável vitória dos Pumas com uma inesperada diferença de 40 pontos. Quem diria?…

No jogo entre os Springboks e os AllBlacks, nova vitória sul-africana. E desta vez com uma clara demonstração — apesar de que a composição do XV inicial me ter feito pensar num retorno ao passado — de que o rugby sul-africano mudou e o movimento e a sua continuidade comanda a sua “nova” forma de jogar. De tal maneira que o banco foi, ao contrário do que vinha sendo habitual, formado apenas com 5 avançados — dois eram 3ª linhas —e 3 linhas atrasadas. Mas houve mais: os Springboks prescindiram de chutar aos postes 5 penalidades de bom posicionamento, para procurarem a conquista de terreno e da bola nos alinhamentos seguintes. E o jogo — e nós espectadores — ganhou com estas decisões. E assim a África do Sul caminha a passos largos — já tem 8 pontos de diferença na classificação — para a vitória final.


No jogo realizado no CAR do Jamor e a  contar para Rugby Europe Super Cup, os Lusitanos venceram os (ditos) Iberians pelo belo resultado de 36-18, marcando 5 ensaios — tendo sofrido apenas 2 garantiram 1 ponto de bónus ofensivo. 

Num jogo com bastantes falhas — neste início-início de época o jogo e a coesão fazia pela memória da época anterior — os portugueses mostraram-se bastante superiores e conseguiram alguns movimentos bastante interessantes com o apoio a aparecer mais ligado e, em alguns momentos, a ver-se o recurso  mão de Simon Mannix — ao losango, garantindo assim a continuidade do movimento. No sábado 21 de Setembro e também no Jamor, disputar-se-á o Lusitanos-Black Lions  da Geórgia.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

DE NOVO UM SPRINGBOKS-ALLBLACKS


No Rugby Championship dois jogos em que qualquer das equipas vai tudo fazer, pesem embora as previsões, para vencer e garantir a proximidade competitiva e a “moral” dos seus adeptos. No entanto as equipas da casa — Springboks e Pumas — têm o favoritismo. E para o garantir e depois do que se passou no jogo de há oito dias, os sul-africanos deixam de fora as novidades desta época como Sacha Feinberg-Mngomezulu — o abertura que mostrou novas capacidades do jogo sul-africano — e que é substituído pelo conhecido Handre Pollard, ficando no banco ou o defesa Aphelele Fassi que não faz parte do 23 que constitui a equipa. Voltando ao antigo conceito que lhes permitiu a conquista dos mundiais, estas alterações também significam algum receio... A adaptação dos AllBlacks ao mais que provável jogo ao pé longo dos Springboks parece fazer-se — embora numa estranha supresa — com a saída de Bauden Barrett e a deslocação do excelente ponta Will Jordan para a posição de defesa. A maior curiosidade será no entanto ver como os AllBlacks, para além da sua melhor adaptação aos conceitos da arbitragem,  conseguirão enfrentar a rush defense — convenhamos que com muitas saídas em fora-de-jogo a impedir a possibilidade de ataque organizado…

No embate entre Pumas e Wallabies a “vingança” argentina é uma exigência quase absoluta dos seus adeptos. No entanto os australianos querem mostrar que estão a atingir o seu nível habitual e como terão ainda de enfrentar os neozelandeses... A ver vamos.

Na Pacific Nations Cup os adversários directos — lugar acima e lugar abaixo — de Portugal são Tonga e Japão cujos resultados, defrontando Fiji e Estados Unidos, podem interferir com a posição dos Lobos no Ranking da World Rugby. A derrota, mais do que provável de Tonga e que lhes custará entre 0,34 e 0,50 ponto de ranking, consolidará, de momento, a 15ª posição portuguesa.

No nosso CAR do Jamor os Lusitanos defrontam os espanhóis ditos Iberians na 1ª jornada do Rugby Europe Super Cup com a curiosidade de se poder ver a capacidade dos jogadores portugueses que, como se sabe, não tiveram, depois de começada a época e após o defeso, jogos que lhes permitam as adaptações físicas, técnicas e tácticas necessárias à eficácia do jogo competitivo. Dir-se-á que dependerão da memória a comandar as acções… 

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

ÀFRICA DO SUL NA FRENTE (felizmente com rugby mais interessante)


 Ao contrário das previsões — vitória das equipas da casa por 15 pontos de diferença — os resultados desta 3ª jornada foram resvés e a minutos do fim, qualquer das equipas poderia vencer. Curiosamente os AllBlacks, ao contrário das estatísticas mundiais, perderam um jogo em que marcaram mais ensaios. De facto os AllBlacks perderam um jogo que deviam ter ganho — estiveram a ganhar por 10 pontos de diferença e venciam a 10’minutos do fim. Mas há razões visíveis para a derrota, apesar da demonstração de franca melhoria no jogo colectivo, mas a indisciplina — dizem os neozelandeses que não percebiam os critérios da arbitragem… — levando a 14 penalidades, com 10 delas no próprio meio-campo das quais os sul-africanos converteram 4. Por outro lado os neozelandeses não conseguiram o número de rucks que lhes permitissem conquistar a vantagem no desequilíbrio do jogo. Por outro lado as substituições neozelandesas realizadas não foram capazes de se opôr ao “bomb squad” sul-africano e “entregaram” o jogo no último quarto-de-hora. Com este resultado com 4 pontos de diferença a mostrar que os AlBlacks já estão muito próximos dos Springboks, o jogo do próximo sábado promete. E fica a esperança que o actual modelo de jogo que estão a utilizar se vá desenvolvendo e nos permita, enquanto espectadores, um superior divertimento.

No outro jogo verificou-se de novo aquilo que parece ser um problema argentino: os Pumas não são consistentes! Fazem um ou outro grande resultado e pelo meio, perdem-se. Neste caso perderam-se com a vitória no bolso. Há qualquer coisa naquele grupo que não funciona na perfeição. Eventualmente parece faltar coesão, por isso, consideram momentos de níveis superiores como fixos mas que não conseguem sustentar. Vai ser interessante o que poderão mostrar na 4ª jornada de sábado. Quanto à Austrália, conseguiu subir a um nível mais próximo do seu normal. Ao ganhar no último momento do jogo, mostrou-se mais consistente do que o habitual conseguindo vantagem nos rucks e nos alinhamentos e mostrando-se muito capaz nas formações-ordenadas.

A classificação geral coloca a África do Sul no 1º lugar com uma vantagem razoável e que a torna como principal favorita à vitória final. O que não admirará muito porque, sendo campeões do mundo, mantêm ainda e actualmente o 1º lugar do ranking da World Rugby.



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