A selecção portuguesa deveria, em Novembro e no início dos jogos internacionais, estar a jogar como está hoje quando se prepara para o jogo com a Espanha. Oito jogos depois - três na "janela" de Novembro, dois contra equipas inglesas no princípio do ano (a que se pode juntar o jogo-treino com a Inglaterra) e três do Europeu das Nações - o XV de Portugal começa a demonstrar em campo as suas capacidades. E assim aplicou o devido correctivo à Alemanha.
Mas, se pretendemos ser internacionalmente competitivos não podemos esperar que a rodagem internacional nos vá dando a condição necessária às vitórias. Devemos entrar nos jogos internacionais já com o nível competitivo elevado que nos permitirá acrescentar valor - é para isso mesmo que servem os jogos internacionais e não, como é hábito no futebol caseiro, para preparação.
Contudo, para que possa ser assim, é necessário fazer alterações competitivas internas - isto é, aquelas em que os nossos internacionais participam - que possibilitem a condição necessária para o nível internacional. Para o que é preciso uma maior competitividade, uma maior pressão, um maior empenho e superior atitude. Um maior EQUILÍBRIO!
Repare-se no nosso campeonato interno - veja-se o gráfico.
Na época 2008/2009, na fase regular a diferença entre pontos marcados e sofridos entre o 4º e o 5º classificados foi de 468 pontos!!! Na época actual e com 86% da totalidade de jogos já disputada, a diferença entre os mesmos 4º e 5º classificados já se contabiliza em 395 pontos, sendo a diferença entre a equipa com menor diferença positiva de marcados e sofridos para a que tem menor diferença negativa de 339 pontos. É possível preparar jogadores para o nível internacional com estes desequilíbrios competitivos? Claro que não! Sendo a evidência tão óbvia, é confrangedor a indiferença do rugby português. E o brilho do futuro é um engano..
Na época 2008/2009 metade dos jogos disputados tiveram derrotas com diferenças de 30 ou mais pontos. Nesta época e nos jogos já disputados, o número está em 23% - menor mas, para além de ser já elevado (corresponde quase a 1/4 dos jogos), só será comparável no final do campeonato. Na época passada, em 75 % dos jogos houve equipas que beneficiaram de pontos de bónus por terem marcado 4 ou mais ensaios; mas apenas em 11% dos jogos houve equipas que beneficiaram de ponto de bónus defensivo por terem sido derrotadas por uma diferença menor do que 8 pontos.. Nesta época já temos 60% dos jogos efectuados com ponto de bónus atacante e e 19% dos jogos com equipas a beneficiarem de pontos de bónus defensivo. Há, nesta época, mais jogos com diferenças de resultados no intervalo entre os 7 e os 15 pontos - 48% contra 13%. Parece haver melhoria, dir-se-á. Mas basta seguir os jogos - há falta de estatísticas qualitativas - para se perceber que o equilíbrio, a haver, se deve ao alinhamento por baixo - basta contabilizar, no uso da bola, o número de vezes que as equipas conseguem passar a linha de vantagem).
Porque se esta ligeiras melhorias representassem verdadeiras melhorias da qualidade do nível competitivo, Portugal não teria perdido contra a Rússia e a Geórgia. Porque, se temos dificuldades para "ombrear" no cinco-da-frente, em capacidade de " jogo jogado" - como se usa dizer futebolisticamente - do núcleo de élite que compõe a selecção nacional, somos superiores: sabemos usar e aproveitar melhor as bolas de que dispomos. Temos uma cultura rugbística superior.
Mas, se pretendemos ser internacionalmente competitivos não podemos esperar que a rodagem internacional nos vá dando a condição necessária às vitórias. Devemos entrar nos jogos internacionais já com o nível competitivo elevado que nos permitirá acrescentar valor - é para isso mesmo que servem os jogos internacionais e não, como é hábito no futebol caseiro, para preparação.
Contudo, para que possa ser assim, é necessário fazer alterações competitivas internas - isto é, aquelas em que os nossos internacionais participam - que possibilitem a condição necessária para o nível internacional. Para o que é preciso uma maior competitividade, uma maior pressão, um maior empenho e superior atitude. Um maior EQUILÍBRIO!
Repare-se no nosso campeonato interno - veja-se o gráfico.
Na época 2008/2009, na fase regular a diferença entre pontos marcados e sofridos entre o 4º e o 5º classificados foi de 468 pontos!!! Na época actual e com 86% da totalidade de jogos já disputada, a diferença entre os mesmos 4º e 5º classificados já se contabiliza em 395 pontos, sendo a diferença entre a equipa com menor diferença positiva de marcados e sofridos para a que tem menor diferença negativa de 339 pontos. É possível preparar jogadores para o nível internacional com estes desequilíbrios competitivos? Claro que não! Sendo a evidência tão óbvia, é confrangedor a indiferença do rugby português. E o brilho do futuro é um engano..
Veja-se o segundo gráfico. Há jogos que são autênticos passeios para as melhores equipas - sem qualquer tipo de competição aceitável.
Na época 2008/2009 metade dos jogos disputados tiveram derrotas com diferenças de 30 ou mais pontos. Nesta época e nos jogos já disputados, o número está em 23% - menor mas, para além de ser já elevado (corresponde quase a 1/4 dos jogos), só será comparável no final do campeonato. Na época passada, em 75 % dos jogos houve equipas que beneficiaram de pontos de bónus por terem marcado 4 ou mais ensaios; mas apenas em 11% dos jogos houve equipas que beneficiaram de ponto de bónus defensivo por terem sido derrotadas por uma diferença menor do que 8 pontos.. Nesta época já temos 60% dos jogos efectuados com ponto de bónus atacante e e 19% dos jogos com equipas a beneficiarem de pontos de bónus defensivo. Há, nesta época, mais jogos com diferenças de resultados no intervalo entre os 7 e os 15 pontos - 48% contra 13%. Parece haver melhoria, dir-se-á. Mas basta seguir os jogos - há falta de estatísticas qualitativas - para se perceber que o equilíbrio, a haver, se deve ao alinhamento por baixo - basta contabilizar, no uso da bola, o número de vezes que as equipas conseguem passar a linha de vantagem).
Porque se esta ligeiras melhorias representassem verdadeiras melhorias da qualidade do nível competitivo, Portugal não teria perdido contra a Rússia e a Geórgia. Porque, se temos dificuldades para "ombrear" no cinco-da-frente, em capacidade de " jogo jogado" - como se usa dizer futebolisticamente - do núcleo de élite que compõe a selecção nacional, somos superiores: sabemos usar e aproveitar melhor as bolas de que dispomos. Temos uma cultura rugbística superior.
Mas perdemos os jogos que devíamos ganhar: não faz isto espécie a ninguém?