Há cerca de 300 anos (1706), D. António Luís de Sousa (1644-1721), 2º Marquês de Minas, conquistou Madrid. Com um exército de 14.700 portugueses e 4.200 anglo-holandeses e depois de uma viagem de 500 quilómetros – no que, ao que se diz, foi acompanhada por uma bela jovem, sua amante, que, para não dar nas vistas, se fardava de soldado e que acabou por morrer numa das batalhas (Almanza) do caminho – o octogenário comandante ocupou a capital espanhola durante 40 dias em que fez aclamar Rei de Espanha o Arquiduque Carlos de Habsburgo de acordo com o objectivo da expedição. Ocupação que, também ao que consta, não terá durado muito mais porque as mulheres públicas das ruas madrilenas fizeram um trato para dar cabo da soldadagem, indisciplinando-os nos jogos de copos e sexo – para além, como se refere, da transmissão de algumas doenças…
À selecção nacional – também ela recheada de portugueses de diversas origens – não se pede tanto tempo nem qualquer outra preocupação que não seja o jogo, o combate, a bola, a conquista de terreno e a marcação de pontos, mas pede-se que conquistem Madrid com a ocupação – durante os oitenta minutos do jogo de sábado – do meio-campo espanhol e sem se deixarem contaminar por qualquer ilusão de facilidades.
No fundo, que se pede? Que ganhem o jogo contra a Espanha por um resultado que permita encarar a final contra a Roménia com a confiança necessária para garantir a vitória. E trazer a Nova Zelândia para mais perto.