Vai ser, como sempre uma luta terrível que ninguém quer perder – pela rivalidade que a Península marca, que a História ampliou e o Mar na frente nos obriga. Para mais quando a glória da vitória garante o sorriso intemporal da memória.
Portugal pode ganhar?
Não só pode, como deve e sem margem para dúvidas. A jogar largo e eficaz. Atacando intervalos em penetrações apoiadas e desequilibradoras. Dominando o espaço, conquistando terreno. Para encarar a final contra a Roménia com a confiança necessária à vitória.
Se Portugal quer mesmo ganhar deve ocupar o terreno e jogar no meio-campo espanhol. Porque o core mantém-se: jogo colectivo de combate organizado para a conquista de terreno.
A Espanha, em casa e sem receios, vai tentar jogar bonito – dar uma alegria aos seus adeptos, como se diz. E a melhor maneira de lhe destruir o à-vontade e a presunção é criar-lhe uma pressão territorial tal que o apoio do público se torne no seu pior aliado. Assim: confinados ao seu meio-campo, sem recuo, vão tentar jogar mais do que aquilo que podem e cometer erros. Que a defesa portuguesa pode aproveitar e traduzir em pontos.
O XV de Portugal deve, acima de tudo, impor-se no domínio territorial, jogando ao pé para conquistar terreno, lutando por cada posse de bola e então – só então – jogar largo, rápido, utilizando a largura do terreno. O resto virá por acréscimo.
(fotografia de Miguel Rodrigues)