quarta-feira, 10 de março de 2010

GANHAR EM MADRID

Espanha-Portugal. Portugal e Espanha. Seja onde for e seja qual for a ordem é sempre um jogo aliciante, difícil. Mesmo se Portugal joga para a presença no Mundial e a Espanha para coisa nenhuma. Pouco importa, no rugby é diferente: é sempre um jogo colectivo de combate. Sem condicionalismos prévios.

Vai ser, como sempre uma luta terrível que ninguém quer perder – pela rivalidade que a Península marca, que a História ampliou e o Mar na frente nos obriga. Para mais quando a glória da vitória garante o sorriso intemporal da memória.


Portugal pode ganhar?

Não só pode, como deve e sem margem para dúvidas. A jogar largo e eficaz. Atacando intervalos em penetrações apoiadas e desequilibradoras. Dominando o espaço, conquistando terreno. Para encarar a final contra a Roménia com a confiança necessária à vitória.

Se Portugal quer mesmo ganhar deve ocupar o terreno e jogar no meio-campo espanhol. Porque o core mantém-se: jogo colectivo de combate organizado para a conquista de terreno.

A Espanha, em casa e sem receios, vai tentar jogar bonito – dar uma alegria aos seus adeptos, como se diz. E a melhor maneira de lhe destruir o à-vontade e a presunção é criar-lhe uma pressão territorial tal que o apoio do público se torne no seu pior aliado. Assim: confinados ao seu meio-campo, sem recuo, vão tentar jogar mais do que aquilo que podem e cometer erros. Que a defesa portuguesa pode aproveitar e traduzir em pontos.

O XV de Portugal deve, acima de tudo, impor-se no domínio territorial, jogando ao pé para conquistar terreno, lutando por cada posse de bola e então – só então – jogar largo, rápido, utilizando a largura do terreno. O resto virá por acréscimo.

(fotografia de Miguel Rodrigues)

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